Num mundo aonde cada vez mais o consumidor final é personalizável, o mercado precisa lidar em como atingir suas estratégias em seu público. No Japão, as coisas são um pouco piores que aqui, já que o excesso de comunicações, precisa ter um diferencial para conseguir chamar atenção do público.
Resultado desse marketing de guerrilha, são cantores populares lançarem vendas de seus singles no mesmo dia, numa verdadeira guerra de quem vende mais, pra obter a posição mais alta da Oricon, ou quem se torna o novo rei da música.
Importante frisar, que o público nipônico tem como característica, o consumismo, assim mesmo artistas internacionais tem que lançar trabalhos diferenciados por lá. No mercado musical isso é importante, já que o Japão é o segundo mercado do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos.
Outro ponto que gera estranheza aos brasileiros é que a sociedade japonesa ela foi construída numa maneira que a forma de pensar é importante. Por isso, muito desses “tarento”, tem a responsabilidade de ser uma figura exemplar, já que um ato impensado pode lhe custar contratos, como garoto propaganda, ou prejudicar a carreira musical, ou como ator.
O último caso que chamou atenção inclusive da mídia brasileira, foi o do cantor Tsuyoshi Kusanagi, do grupo Smap. Ele estando bêbado, foi preso andando nu no parque de Akasaka.
Tendo a imagem de “bom moço”, tendo 34 anos, Tsuyoshi Kusanagi nunca fez nada que prejudicasse sua imagem, ou ao do grupo Smap, porém no dia 22 de abril, tudo foi jogado fora, quando a polícia o prendeu nu em Akasaka.
Mesmo pedindo perdão dias depois, Tsuyoshi não saiu impune, tendo alguns contratos rompidos, deixando de estampar seu rosto, como garoto propagandas, em comerciais da Toyota e da Procter & Gamble. Ele pertencia a comissão da Tv Digital criada pelo governo japonês, e foi destituído do cargo após o ocorrido.
Pra terminar, Tsuyoshi foi também punido em participar do programa Smap X Smap, sendo que apenas em 28 de maio, ele pode voltar às telas com seus amigos de grupo.
O caso do útero podre
Novelas tiveram que ter capítulos exibidos mais tarde, contratos milionários foram cancelados, e a gravadora Avex teve que agir rápido para não piorar ainda mais a imagem da cantora, como a da própria empresa.
Mesmo a cantora pedindo desculpas, diversos programas fizeram uma série de enquête, onde a sociedade condenou a cantora que teve que ficar na geladeira durante todo primeiro semestre de 2008. Ela perdeu contatos com Honda ZEST Sports, Gilette Japan, cervejaria Kirin, a empresa de cosméticos KOSE e a Hyoketsu, gerando um enorme prejuízo.
A cantora mudou de visual e retornou no segundo semestre,mas está longe do sucesso que a mesma alcançou em todo processo.
A indústria japonesa não vive apenas da imagem dos “tarento”, mas vive também de ações pra gerar a fidelização do cliente. Isso vai muito além de campanhas institucionais, como as feitas no Brasil, mas também muitas não existe nada parecido por aqui.
Lançamento programado
A gravadora Avex atua de outra forma pra gerar a fidelização dos clientes, utilizando-se do lançamento programado dos seus próximos singles e álbuns. Pra isso, a maioria dos seus lançamentos, vem com anúncios dentro do encarte sobre o próximo single ou álbum do artista.
Goodies
Outra coisa de praxe, no mercado musical, são itens de tiragem limitada, encontrado em sites de cantores do Japão. São camisetas, chinelos, malas, blusas, keychan, toalhas, entre tantos outros itens pra você mostrar seu amor por aquele artista.
No caso do mercado musical, uma coisa importante a ser lembrado que ainda seguindo a linha do que a sociedade pensa, lá também é importante o apoio dos fãs pra o sucesso do seu artista. Se no Brasil, os artistas precisam fazer shows pra ter algum lucro, graças ao mercado dominado pela pirataria, além das mp3, no Japão isso não acontece, já que por mais que também existam mp3 por lá, o mercado não foi afetado. Isso acontece justamente porque existe um conceito de apoiar o artista, seja em shows, talk shows, entrevistas, aonde o seu artista tiver, você deve apoiar, e com isso não estando só lá, mas também comprando. Esse pensamento é bem diferente do brasileiro, que mesmo gostando do seu artista não faz tudo isso pra manter ele lá em cima. São filosofias de vida totalmente distintas que só nascendo de novo, pra isso mudar por aqui.