Exibido nas manhãs da rede globo, nos anos 90, no Xou da Xuxa, Capitão N é a série que deixa saudades por misturar universos de jogos, como Megaman, Castlevania, Donkey Kong e Kid Icarus, que defendem o mundo de Videolândia contra a maléfica Mãe Cérebro.
Kevin Keen é um adolescente típico da cidade de Northridge, na Califórnia, que prefere fugir do dever de casa, em troca de descobrir como zerar alguns jogos do Nes. Um dia, enquanto ele estava jogando o jogo Punch Out, ele é sugado para Videolândia. Usando o controle do Nes como fivela do seu cinto, e a Zapper, controle em forma de arma do Nes, estava criado o Capitão N.
Em Videolândia, Kevin conhece a princesa Lana e os personagens dos jogos que ele jogava, como Megaman, Simon Belmont (Castlevania), Pit (Kid Icarus), além do inusitado Gameboy. Ele descobre que não está mais em casa e que está diante dos seus heróis, além da linda princesa Lana que conta que seu pai foi seqüestrado pela Mãe Cérebro e que ela precisa de sua ajuda. Preferindo defender o mundo dos games invés de fazer o dever de casa, Kevin aceita a missão dada pela princesa, tornando-se o Mestre do Jogo.
Voltada para o humor, à série é cheia de piadas, mesmo entre seus personagens. O personagem Megaman, por exemplo, sempre usava a palavra Mega, para alguma coisa, por exemplo: A Mãe Cérebro é uma mega bruxa. Outro personagem que era risadas na certa era o Simon Belmont, que além de galanteador de meia tigela, se admirava, a sua principal qualidade era em sua mochila sempre ter algum item em especial que talvez pudesse tirar eles daqueles apuros.
Tudo começou com a revista Nintendo Power, sendo uma criação por parte da equipe da Nintendo, junto com o editor da revista na época, chamado Randy Studdard. A série que no original seria chamada de Capitão Nintendo fez muito sucesso, fazendo a Nintendo encomendar a série para o estúdio de animação da DIC. A série foi ao ar nos EUA entre 1989 a 1993, sendo que as temporadas vieram ao Brasil e foram exibidas no programa Xou da Xuxa.
Lançada recentemente em dvd nos EUA, a série foi um grande sucesso nos EUA, durante 3 temporadas, sendo que na terceira temporada, a série dividia com a adaptação do jogo Super Mario World.
Capitão N também foi exibido no Canadá, Austrália, Reino Unido, França, Itália, Alemanha, Áustria, México, Espanha, entre outros países. Hoje, a grande maioria já lançou a coleção da série em dvd em seus países, matando a curiosidade de fãs nostálgicos.
Nos Eua, a série também invadiu os quadrinhos, sendo publicada pela editora Variant, e permanece inédito no Brasil, onde o teor da série era um pouco mais madura, permitindo uma maior liberdade criativa, como o triângulo amoroso, formado por Kevin, princesa Lana e Samus Aran (do jogo Metroid).
Hoje visto como uma série trash, principalmente por descaracterizar alguns personagens, como Megaman que aqui é verde e Simon Belmont (do jogo Castlevania), o transformando num paquerador barato e atrapalhado, que lembra o personagem Johnny Bravo.
Não dá para levar a sério à equipe de vilões formada pela Mãe Cérebro (vilã de Metroid), formada por: Doutor Willy (do jogo Megaman), Bruxo Berinjela (do jogo Kid Icarus) e Rei Hipo (do jogo Mike Tyson Punch Out).
Mãe Cérebro ainda na versão brasileira ganhou voz da dubladora Maria Penha,
que anos mais tarde usaria os mesmos berros numa personagem que ficou bem famosa no Brasil, a Rita Repulsa, vilã de Power Rangers.
A série tanto na sua versão televisiva como na sua versão em quadrinhos é repleta de participações especiais. Vale lembrar que sempre Capitão N e sua equipe caiam por engano constantemente na Kongolândia, sempre atrapalhando o sossego do Donkey Kong.
Mãe Cérebro semelhante ao Capitão N, também busca criar um grupo ideal de vilões para destruir Videolândia. Só que às vezes pode dar errado, como quando ela tentou convocar Ganon, do jogo The Legend of Zelda, descobrindo que ele é mais forte que ela. Alias, o sucesso desse episódio, foi responsável pela criação da série The Legend of Zelda na mesma época, chegando a ter 3 séries com franquias da Nintendo na televisão.
Um dos motivos principais da série foi colocar um jogador como protagonista de uma série animada. Kevin reconhecia os mundos da Videolândia fazendo comentários, sobre dicas, passagens secretas daquele jogo. O capitão N criou uma enorme identificação entre o público daquela época com a série, mesmo a série tendo algumas descaracterizações.
Ver a série hoje, tem um choque maior, pois o universo dos games, também ganhou releituras com os anos, assim Donkey Kong que era visto como um macaco de 8 metros foi reformulado pela Nintendo, anos depois, ao ser relançado para Super Nes, em Donkey Kong Country.
O sucesso da série nos EUA, gerou series genéricas como uma outra equipe de jogos, entre 1990 a 1992, chamada The Power Team. Tendo no elenco de personagens da produtora Acclaim, a série reunia: Max Force (NARC), Kuros (Wizards and Warrior), Kwirk (do jogo de mesmo nome), Tyrone (Arch Rivals) e Bigfoot (do jogo de mesmo nome). A série também foi exibida no Brasil, mas não teve grande repercussão.
Uma curiosidade superbacana é que como estamos vivendo numa época de nostálgicas nos games, grande parte desse acervo foi disponibilizado no console Wii, na parte de Virtual Console, assim matando a nostalgia das pessoas que viveram essa época ouro dos videogames.
Mega saudade dessa época, vou procurar esse desenho na Amazon!