O novo produto mais cobiçado da Apple é o iPad, que veio da mente do gênio Steve Jobs. Todos nós sabemos que ele é aquele que cria objetos que nunca pensaríamos usar, mas não conseguimos imaginar ficar sem.
Quando o iPad foi anunciado, foi zuado e questionado sobre sua real funcionalidade, principalmente pela mídia brasileira, o batizando de iPod de Itu. Deixando as brincadeiras de lado, para quem usa o iPhone ou iPod Touch, já sabe as vantagens de ler livros e quadrinhos numa tela touch.
Será que o iPad tem potencial para mudar a indústria? Tem, porque na realizada já se fazia testes de mercado a muito tempo de um produto assim, mas a marca Apple tem uma força tremenda quando o assunto é um produto único que ganhe apóia da indústria.
A formula de sucesso do iPod Touch e do iPhone foram os apps, aplicativos que comprados na Apple Store, que vão de leitores de PDF, a rádios, controle remotos por wi-fi, a quantidade de utilidades não tem fim. O iPad reproduz isso, além de ser compatível com todos os lançados até hoje, assim, comprar livros, você pode comprar pela sua editora favorita num app lançado por ela na Apple Store, por exemplo.
Para quadrinhos, a Marvel já mostrou seu app para ler quadrinhos no iPad, e realmente é sensacional. E num momento assim, faz pensar se algo assim funcionaria no Brasil. Sinceramente no momento não. Comprar um iPad que chegará aqui na faixa de 2 mil reais é algo fora de propósito para quem quer usar pra ler livros e quadrinhos, além disso no Brasil temos como perfil, valorizar uma marca tornando a cara, assim optando pelo “alternativo”. Quando o iPod saiu, impulsionou os mp3 players e quando o iPhone saiu, impulsionou qualquer telefone touch, resumindo, o brasileiro invés de optar pelo produto mais indicado no mercado, opta pelo alternativa que não terá apoio dessas empresas, resumindo, morre na praia.
A questão de optar por um iPad vai além de alguém falar “aquele da China é melhor”, porque o da China não vai ter uma Apple Store a sua disposição para você comprar programas, livros, filmes e quadrinhos quando você quiser. Outra questão é que o brasileiro “acha” que tudo que está disponível na internet é de graça, uma filosofia que a Apple e outras empresas estão tentando mudar, fazer você pagar por um conteúdo legal a um preço justo, bem diferente de tantos sites de download de conteúdo ilegal que existe no país. A questão aqui é que pra isso, muita coisa precisa acontecer e a mentalidade precisa mudar, para nascer opções em português. Quem sabe um dia, poderemos assistir qualquer série americano, com legendas em português ao mesmo tempo em que tiver em exibição nos EUA, com a ajuda de um produto como iPad ou iPhone. Depende do público formado se mostrar interessante para empresas desenvolverem algo assim.
Esses dias foram mostrados o livro da Alice no país das maravilhas para o iPad e bastante inovações vieram com ele, como animações e até interatividade para o leitor. Algo semelhante já está sendo feito para o desenvolvimento de capas de revistas que ganharem versões para o iPad. São essas coisas que tornaram o livro ou os quadrinhos mais interessante em ser lido no iPad e tornara uma sensação única, diferente de se ler no papel.
Pessoal da mídia brasileira de quadrinhos aproveitou para atacar a Panini recentemente, utilizando o iPad como algo viável e contra a revolução da editora. A Panini realmente reformulou e quem compra, pode reclamar das mudanças, e não vou negar que como usuário de um iPod Touch, ficaria feliz se a Panini vende-se seu conteúdo na forma de um app na Apple Store. Pode parecer absurdo, mas seria uma idéia interessante por mercado, mesmo que talvez seja pequeno.
O Brasil tem um histórico de quadrinhos desde a Ebal em que quadrinhos tem que ser lançados em Mix, o que significa pegar 4 revistas americanos e lançar na forma de uma brasileira por aqui, saindo bem mais barato que lançado individualmente. O que aconteceu que os americanos produzem muito “lixo”, o que significa quadrinhos da pior qualidade que é enfiado na revista que você gosta. No fim você gasta 7 reais mais ou menos, pra ler 20 páginas deixando o material questionável de lado. Essa forma de mercado existe há décadas, atravessou a Abril e chegou na Panini Comics, se está errado ou certo, foi a forma que nós brasileiros nos acostumamos a ler quadrinhos. Tendo um app Panini Comics, aonde eu posso ler quadrinhos, apenas o que eu quero por um preço mais baixo, sem gasto de gráfica, algo direto com a editora, se torna mais interessante, porém vai depender do público brasileiro consumir produtos como iPhone, iPod Touch e um iPad e abrir os olhos da indústria, para ela migrar pro meio digital. Na prática, teríamos “scans” legalizadas, sendo comercializadas, mais uma batalha em oficializar algo que já existe de forma ilegal aqui no país.
Enquanto isso, o Japão entra em caos por causa do iPad, que pode mudar a forma dos japoneses lerem mangás por lá. A diferença do Brasil e do Japão, além do poder aquisitivo é assimilação de tecnologia, tanto que um a cada cinco japoneses querem um iPad. Agora imagina isso, num país aonde cada esquina tem uma livraria pequena de bairro? É o caos na Terra, aonde as editoras vão ter que se acostumar com esse novo formato, aonde talvez daqui um ano ou dois, teremos antologias semanais como Shonen Jump, sendo lançadas por um app especial para o iPad. Por que a rapidez? Porque o japonês tem poder aquisitivo e nesse caso não terá problemas de colocar o iPad ao seu cotidiano, algo bem diferente do iPhone que sofria concorrência desleal, já que por lá os celulares são bem mais evoluídos do que o telefone da Apple.
Filmes
O iPad não é tudo isso que o mercado vê, mas é o produto que o mercado precisava ter, para as empresas migrarem pro meio digital. Hoje, locadoras com conteúdo de alta definição e streaming como a Netflix,numa forma mais inteligente e de conteúdo legalizado nos EUA. Será que o Brasileiro acostumado com DVD de barraquinha e downloads gratuitos de filmes, deixaria de lado tudo isso, por um sistema hibrido de entrega de filmes em DVD/Blu-ray e Streaming na sua televisão como a Netflix é nos EUA? Esperamos que isso seja possível daqui alguns anos, porém pra isso, o público brasileiro precisa mudar a forma que vê o mercado. Só assim, produtos como iPad se tornaram soluções viáveis para o mercado brasileiro. Será que o brasileiro está disposto de abrir mão de seus downloads e scans, em troca de um produto que oferece tudo isso em uma qualidade melhor, por um preço que deveria ser justo? Pense nisso.
Bom, o que eu mesmo falei no meu artigo sobre o assunto foi: não acho que as livrarias de bairro vão desaparecer ou que a venda de livros de verdade vai diminuir. Acredito que quem mais vá sofrer com isso são os periódicos, que são feitos para serem descartáveis.