sexta-feira, novembro 15, 2024
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Crítica | Sin City – A Dama Fatal

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Fazem 9 anos que vimos Sin City no cinemas, e exatos 9 anos que ficamos na expectativa de uma continuação que nunca veio.

Depois de tanto tempo, muita coisa aconteceu e entre elas, mudanças no próprio estúdio que produziu o primeiro filme (Miramax, que era da Disney e hoje pertence Filmyard Holdings). Outra mudança é o seu criador, Frank Miller que havia sido co-diretor de Sin City, e havia dirigido The Spirit, agora voltando como co-diretor dessa produção.

É verdade que Robert Rodriguez tentou diversas vezes continuar Sin City e muitos problemas aconteceram, o que fez com que cada vez mais duvidássemos dessa continuação.

Agora tivemos a chance de assistir o que o diretor tanto almejava e Sin City – A Dama Fatal continua a história exatamente de onde parou. Lógico que houve melhorias visuais, mudanças de elenco, erros e acertos, mas no fim das contas, a cidade do pecado está de volta.

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Além da Dama Fatal

Antes de mais nada, Sin City se constrói em cima de 3 histórias, sendo que duas delas, divididas em dois capítulos, totalizando 5 atos do filme. Para quem assistiu o primeiro filme, a regra continua a mesma, em que os personagens se cruzam e as histórias se unificam em algo maior, mas que cada ato, um personagem assume sua posição de protagonista.

“Just Another Saturday Night” (Parte 1 e 2)

O filme abre com Marv (interpretado por Mickey Rourke) em um dia normal. Seja levar uma surra ou dar uma surra em alguém, Marv sempre descansa no salão Kadie, assistindo as apresentações da Callahan (Jessica Alba) no palco.

O foco nessa primeira história é num grupo de garotos que chamam Marv de “Bernini Boy” o que deixa intrigado em como descobriram sua origem. Numa perseguição, apenas dois garotos sobrevivem, e ele acaba descobrindo no final que “Bernini Boy” era a marca do casaco que ele estava usando. O mais irônico disso tudo é que ele não se lembra de onde conseguiu o casaco, abrindo assim o início do filme.

“The Long Bad Night“(Parte 1 e 2)

Somos apresentados ao Johnny (Joseph Gordon Levitt), um garoto novo que chega a Sin City com malandragem e sonho de conquista. Johnny definitivamente tem sorte no jogo, e ele está disposto a sair com a mala recheada do Kadie.

Johnny ao entrar no Kadie, torna Marcie (Julia Garner) em seu amuleto da sorte. O desafio do Johnny não era só nas máquinas de caça-níquel, mas desafiar o todo poderoso senador Roark (Powers Boothe).

É numa mesa de pôquer que Johnny vence sem grande dificuldade o senador, mas isso faria que o jovem não tivesse uma noite tranqüila.

“A Dame to Kill for”

A grande cereja do filme está no terceiro ato e vale uma nota aqui que se passa cronologicamente anos antes do “The Fat Kills Big” do primeiro Sin City. O foco aqui está no Dwight McCarthy (Josh Brolin substituindo Clive Owen do primeiro filme) e em seu trabalho como detetive particular.

A história começa exatamente com Dwight tirando fotos comprometedoras de um empresário (Ray Liotta) e sua amante. Seja pecado ou não, esse é o serviço do Dwight e ele faz sem pestanejar.

O que nos faz ficar intrigados é com a ligação da sua ex-amante, a belíssima Ava Lord (Eva Green). Ava havia deixado Dwight para se casar com um homem rico, mas parecia que as coisas não estavam boas, e ela queria se encontrar com detetive no Kadie.

O ato traz muitas reviravoltas e Ava Lord definitivamente rouba a cena, seja por sua beleza, atuação e frieza.

“Nancy’s Last Dance”

Se o filme já não tinha apresentado sua melhor história, agora temos a continuação de “That Yellow Bastard” do primeiro filme em seu quinto ato.

Aqui somos apresentados a Nancy Callahan que depois de quatro anos da morte de John Hartigan (Bruce Willis), tanta lidar com a perda se entregando a bebida e provavelmente a loucura.

Callahan deseja a morte de um homem, o senador Roark, mas nunca teve coragem de cumprir isso. Ela é apenas uma moça bonita era o que diziam, mas isso estava para acabar. Callahan quebra o espelho com sua testa, pegando os pedaços de vidro, cortando seu rosto. , tentando tirar o estigma de ser só bonita e frágil. Renascida e com diversas marcas em seu rosto, Callahan tem a ajuda de Marv na sua caçada contra Roark.

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Opinião

Sin City – A Dama Fatal é uma evolução natural do primeiro filme. Mesmo que ambos se cruzem pelo espaço e tempo, o novo filme é mais ágil, bonito e tem um desenrolar melhor resolvido.

Se o primeiro pegou a todos de surpresa ao trazer a altíssima fidelidade dos quadrinhos ao ter textos literalmente transcritos das HQs para o filme, aqui temos novidades como introdução com atores sendo apresentados como personagens da HQ. Isso sem contar com o efeito 3D que casou com a tecnologia empregada pelo filme.

O novo Sin City tem um elenco de peso, que passa pelos “veteranos”, Mickey Rourke, Jessica Alba, Bruce Willis, como também novos personagens, interpretados por Joseph Gordon-Levitt, Eva Green, Ray Liotta, Cristopher Lloyd, Julia Garner e Lady Gaga.

Sobre as mudanças de elenco, existem personagens que a troca passa despercebida, como Devon Aoki que acabou sendo substituída pela Jamie Chung no papel de Miho. Em compensação, Josh Brolin substituindo Clive Owen faz diferença e se nota isso, quando se assiste ao primeiro filme.

Mas nem tudo são as mil maravilhas, aqui se repete o mesmo mal do primeiro filme em exagerar no tempo, tornando o filme arrastado. O auge do Sin City – A Dama Fatal está no ato que empresta a título do filme, não que os outros sejam ruins, mas são tantas histórias que acabam cansado.

Sobre a divisão dos atos em partes, a solução acaba se tornando um combate entre as histórias e sobra para personagens. Nancy Callahan que estava incrível no primeiro filme, não repete o mesmo feito no segundo filme, até mesmo se banalizando. Agora se tivermos que escolher quem rouba a cena, pode ter certeza que foi Dwight McCarthy e Ava Lord que de longe é a melhor história do filme.

Nota

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Giuliano Peccilli
Giuliano Peccillihttp://www.jwave.com.br
Editor do JWave, Podcaster e Gamer nas horas vagas. Também trabalhou na Anime Do, Anime Pró, Neo Tokyo e Nintendo World.

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