quinta-feira, novembro 14, 2024
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Review | Tom Sawyer

Vitrine JManga 17
Bem vindos a JMangá! o/

A JMangá desta semana é sobre um dos mais novos mangás da Editora JBC, Tom Sawyer.
Mangá baseado no livro As Aventuras de Tom Sawyer de Mark Twain.

E para falar de Tom Saywer chamei uma especialista em Mark Twain. Nesta primeira JMangá escrita por um convidado eu chamei a Luana Tucci, conhecida na internet como Luana Tsuki. Luana é formada em jornalismo e já escreveu para o site Universo HQ e é grande fã do CLAMP, de historias de samurai e de mordomos de óculos.

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O traço despretensioso e o roteiro envolvente de Shin Takahashi fazem desta versão em mangá do clássicoAs Aventuras de Tom Sawyer algo delicioso de se ler.

A história começa com Haru, uma garota um tanto quanto amargurada, retornando à cidadezinha do interior onde passou parte de sua infância devido ao funeral de sua mãe. Após enfrentar os comentários maldosos dos moradores da cidade, conhece de forma inusitada Taro, um garotinho travesso e animado que consegue penetrar no coração de Haru como ninguém conseguia há muito tempo.

Essa improvável amizade entre os dois cresce a cada dia, regada a muito sol, calor e aventuras que só uma criança tem inocência e imaginação suficiente para arquitetar. A cada capítulo, o mangá reproduz com maestria e originalidade passagens da obra mais famosa de Mark Twain de uma forma que só valoriza as duas obras ainda mais. Um dos momentos mais marcantes acontece quando Haru e Taro “reencenam” o enterro do gato no cemitério à meia-noite. No original, Tom Sawyer e seu amigo Huckleberry Finn vão enterrar um gato morto para fazer uma simpatia que promete curar verrugas. No meio do processo, os garotos acabam presenciando o que não deviam e ficam praticamente a história toda atormentados por saberem que o real culpado pelo assassinato foi o perverso Injun Joe e não Muff Potter, o pobre bêbado da cidade.

Um destaque especial para o capítulo dos piratas. Ao contrário da obra original, onde os adultos são deixados de fora de toda a aventura, Taro convida Haru pois não a vê como adulta ou criança, mas sim como uma pessoa deslocada que tem necessidade de ser incluída no grupo tanto quanto ele, que só passa as férias no interior e por isso não é bronzeado nem tem sotaque como as outras crianças. Esse capítulo também traz uma discreta homenagem a um certo capitão muito famoso, que inspira crianças e adultos pelo mundo afora.

Com tantas semelhanças e ao mesmo tempo diferenças acerca da obra original, Tom Sawyer é o tipo de mangá que faz lembrar da época em que não é preciso preocupar-se com nada, pois os adultos sempre terão um meio para resolver os problemas, porém, se não for possível, a imaginação sempre ajuda a encontrar o caminho certo. Mark Twain ficaria orgulhoso de saber que seu “tempo de moleque” inspirou pessoas tanto tempo depois de sua morte e que, apesar dos personagens estarem ambientados em locais totalmente opostos, a pureza das crianças é única.

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Se vocês gostaram do review, comprem o mangá no link abaixo e ajude o JWave.

Tom_Sawyer

Bruno Fernandes
Bruno Fernandes
Assíduo colecionador de mangás desde 2001 e eterno amante da cultura japonesa. Viciado em AKB48, Games e Blu-ray.

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