O que você faria se, na primavera dos seus 15 anos, sua vida ficasse totalmente fora dos eixos por causa de uma criatura bizarra que você nunca viu e agora tivesse que lutar contra tudo e todos para proteger o que restou daquilo que conhecia? Essa é a situação da adolescente Aiko Honshô e o pano de fundo de Variante – Requiem for the World, um dos mangás mais tristes que já li na vida.
Tudo começa quando Sudô, um jovem e bem apessoado investigador de polícia, investiga o assassinato brutal de uma família. O que parecia ser um procedimento normal de apuração de provas para desvendar um crime torna-se um pesadelo quando o coração da estudante Aiko Honshô, uma das integrantes da família, volta a bater no meio da autópsia. Segundo a doutora Kochigawa, seus ferimentos foram curados e o braço, que havia sido arrancado, não apresentava nem sinal de fratura.
Ela conta o caso para Sudô, que resolve conversar com Aiko assim que ela acorda para tentar entender o que houve, mas a garota não se lembra de nada. Ele a leva para o local do crime com intenção de estimular sua memória, mas só o que consegue é levar a menina às lágrimas. Quando começa a se arrepender amargamente da ideia, Aiko foge de suas vistas e vai atrás de Sachiyo, sua melhor amiga, que está passeando na rua com o cãozinho Tarô.
Sachiyo demora um pouco para acreditar que a amiga está viva, mas após o comovente reencontro Tarô implica com o braço esquerdo de Aiko que reage à ameaça e elimina o cãozinho da forma mais violenta possível.
Diante da situação inesperada e horrenda, Aiko volta para o consultório e é tratada como uma incógnita. Será que ela ainda é um ser humano? Seu braço age de forma independente ou ela está no comando? Ela foi a responsável pela morte dos pais? Onde fica esse consultório misterioso? O que está acontecendo com seu corpo? E Sachiyo, acreditará que ela não queria matar Tarô? Tudo isso será explicado nesta saga de apenas 4 volumes, trazida ao Brasil pela editora Nova Sampa.
O mangá, de autoria de Iqura Sugimoto, tem um traço até que agradável e limpo. A trama não é novidade, bebe da mesma fórmula de Witchblade e Blood +, histórias onde as heroínas são jovens garotas que têm seu corpo modificado por algo incompreensível e agora devem lutar contra aquilo que as tornou mais poderosas do que os seres humanos normais. A cada página, o drama de Aiko e a sucessão de tragédias que acontecem na vida dela faz com que desejemos que ela tivesse permanecido morta. A adolescência tranquila lhe é tirada e ela tem que conviver com escolhas difíceis, inclusive se deve permanecer viva.
Mesmo sendo lugar comum, o mangá te instiga a querer saber a continuação. Se você gosta de histórias de terror e suspense com uma protagonista bonita e frágil, mas ao mesmo tempo extremamente perigosa, não pode perder. O volume 2 já está nas bancas e lojas especializadas.
