domingo, dezembro 22, 2024
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Review | Rurouni Kenshin – A despedida do Battosai

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As bancas brasileiras deram adeus mais uma vez a um título que tornou-se um clássico dentre os mangás já publicados por aqui. O volume 28 de Rurouni Kenshin (Samurai X, na primeira publicação) saiu no mês de março e, ao mesmo tempo em que deixa os fãs radiantes por terminar mais uma coleção, traz uma enorme nostalgia… Mas o que tem de tão extraordinário neste mangá?

Kenshin “Battousai” Himura, o protagonista, é alguém com uma bondade genuína e que vive atormentado pelos assassinatos que cometeu em seu passado como retalhador. Com a restauração Meiji, Kenshin ganhou apenas um imenso vazio causado por uma perda irreparável e uma cicatriz em forma de cruz no rosto.

Mesmo com essas trevas em seu coração, decidiu continuar brandindo a espada para ajudar ao próximo. Com a sakabatou (espada de lâmina invertida) em sua cintura e na esperança de um dia conseguir se perdoar pelos crimes que cometeu, ele encontra companheiros que compartilham de tristezas herdadas de seus passados: a doce e enérgica Kaoru Kamiya, que sofre por não ter alunos suficientes em seu dojo, que prega a utópica filosofia da “Espada para a Vida”; o ex-trombadinha Yakiko Miyoujin, que perdeu a família no caos do final do Xogunato e sobrevive roubando para a Yakuza; o estourado Sanosuke Sagara, que culpa os monarquistas pelo destroçamento do Sekihoutai, que ensinou seus valores atuais e prometia ajudar a melhorar a vida dos mais humildes e, finalmente, a amargurada e elegante Megumi Takani, que ao se perder de sua família no meio da Guerra de Aizu, viu-se obrigada por um rico inescrupuloso a produzir uma droga que viciava e eventualmente matava seus usuários muito mais rápido do que o normal.

Esses quatro personagens, tocados pela sincera e despretensiosa bondade de Kenshin, vêem-se envolvidos em várias situações onde o ex-retalhador prova que, por mais que as pessoas cometam erros graves no passado, todas merecem uma segunda chance. Junto com Kenshin, enfrentam os mais diversos vilões, se aliam a alguns antagonistas e protagonizam histórias eletrizantes, nunca deixando de mostrar as costas de um homem como a maior inspiração que um menino pode ter; tanto os meninos que estão acompanhando a saga (os leitores) quanto Yahiko, o menino que começa como um garoto chato que vive se lamentando e termina como um verdadeiro homem de quem todos se orgulham.

A história atrai por todos os lados, com um traço que se metamorfoseia a cada saga; com explicações acuradas sobre o final do Xogunato; com personagens que, mesmo legitimamente maus, são apenas humanos; com dramas tocantes e humor cáustico e, acima de tudo, com a pureza de um autor que sempre foi sincero com seus leitores, dividindo com todos nós suas dificuldades e conquistas, sua paixão pela Marvel e Image, suas frustrações por não conseguir colocar no papel os personagens do jeito que imaginou e, acima de tudo, sua busca por um final feliz, trazendo a redenção de Kenshin e o encaminhamento de todos os personagens.

Na última edição de Rurouni Kenshin, o autor Nobuhiro Watsuki diz que gostaria que sua obra ficasse na estante dos leitores por muito tempo. Se ele pudesse ler este texto agora, diria a ele que poderia ficar tranquilo, pois essa obra está em minha estante triplamente: a primeira edição da JBC, lá de 2001; a republicação que termina agora e os lindos kazenbans japoneses. Ah, e também diria “Você fez um bom trabalho, mas nada de descansar, sensei! Continue se esforçando para nos trazer obras-primas sinceras e cheias de boas mensagens! Até a próxima!”.

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Luana Tucci de Lima
Luana Tucci de Lima
Fã incondicional de CLAMP, Nobuhiro Watsuki e Yuu Watase. Adora mangás Yaoi , Turma da Mônica e... mordomos de óculos.

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