Mizuki Konno é uma colegial que só quer saber de viver sua vida “nadando a favor da corrente”. Ela e as amigas com quem anda na escola não se envolvem profundamente em nenhum assunto e são omissas ao bullying praticado na maioria das vezes pela líder do grupo, a bela e maldosa Sakura Himezawa. Se houver necessidade, para chamar a atenção, não hesita em ser igualmente cruel com seus colegas de classe, fazendo comentários aleatórios que distorcem a realidade; Mizuki não sente peso algum em sua consciência.
Um dia, a vida nesse “mundo perfeito” onde não é necessário se preocupar com nada mais além de ser popular é bruscamente interrompida por um acidente: o motorista do ônibus que leva a classe de Mizuki para um alojamento no campo tem um mal súbito e morre ao volante. Não há tempo hábil para uma manobra segura e o ônibus capota numa ribanceira.
Apenas Mizuki e mais quatro alunas sobrevivem: Chikage Usui, uma garota comum, sem tanto destaque na classe; Chieko Kamiya, prática e determinada; Haru Ichinose, melhor amiga da agora falecida Sakura Himezawa e Arisa Morishige, garota que costuma isolar-se dos colegas na escola, apreciar tudo o que é relacionado ao oculto e é o alvo favorito dos maus tratos de Sakura e suas amigas.
Como conseguir sobreviver em condições extremamente adversas, rodeada de pessoas com as quais não tem nada em comum, longe de sua zona de conforto e sem saber o que esperar até dela mesma? Esse é o desafio da protagonista de Limit, mais um lançamento muito bem vindo da editora JBC (cuja intenção secreta deve fazer com que todos nós decretemos falência neste ano).
A autora Keiko Suenobu nos mostra sua visão sobre o bullying (ijime, em japonês) e, diga-se de passagem, um ponto de vista ao mesmo tempo interessante e polêmico, que levanta muitas questões: até onde a vítima é responsável pelos maus tratos? Por que os adolescentes tendem a ser cruéis por motivos tão banais? Por último, mas não menos importante, até onde você é capaz de chegar para salvar sua própria vida?
Limit tem um traço muito bonito, com cenas impactantes. A história flui bem e instiga a vontade de ler logo o próximo volume. A versão brasileira foi editada em papel off-set, o que deu um toque sofisticado à edição.
Para saber se Mizuki e as garotas irão sobreviver a essas provações e, quem sabe, evoluir um pouco como seres humanos no decorrer desta trama eletrizante e imprevisível, só acompanhando o mangá, que será concluído em 6 volumes e terá periodicidade mensal.
Eu vou dizer que em situações de crise que você sabe quem é quem.
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E tenho o péssimo costume de observar as pessoas ao meu redor vendo cada detalhe de suas ações. As imaginando em situações de crise como foi descrita nesse manga.
Posso afirmar baseado em nada. Isto é, posso dizer apenas pela minha visão que pode estar distorcida e errada. Que a grande maioria das pessoas seriam um verdadeiro transtorno senão um perigo para si e os demais.
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Essa história parece um excelente exercício de imaginação para situações extremas.