Depois de quatro volumes regados com muito sangue e vísceras voando por todo lado, “Variante – Requiem for the World” despede-se das bancas brasileiras. O quarto volume fecha com chave de ouro a saga de Aiko Honshô e seu braço a la Witchblade, numa conclusão eletrizante.
O assassinato brutal da família Honshô é o início de uma busca por respostas, especialmente depois que um de seus membros, uma garota de 15 anos, volta à vida misteriosamente após ser dada como morta. Seu coração voltou a bater pouco antes da autópsia e seu braço esquerdo, que foi praticamente separado do corpo, estava intacto.
O investigador Hiromi Sudô, a princípio designado apenas para tentar desvendar pistas sobre o crime, acaba conhecendo Aiko, despertando nela a vontade de continuar vivendo apesar das circunstâncias. Ele também vê nela a oportunidade para consertar erros de seu passado, do qual nunca se separou.
Aiko, por sua vez, encontra-se num dilema; ao mesmo tempo em que ganhou uma nova vida graças ao seu braço esquerdo híbrido, não consegue aceitar plenamente que seus dias de colegial e estudante de piano chegaram ao fim. Sem sua família e privada do convívio das pessoas, ela se vê num beco sem saída. Para legitimar seu direito de permanecer viva, Aiko deverá sujeitar-se à Atheos, uma organização misteriosa que realiza estudos um tanto quanto obscuros. A garota precisa lutar contra as quimeras, seres provenientes de manipulação genética mal-sucedida e que tornaram-se perigosos, pois estão descontrolados e sem supervisão, matando pessoas indiscriminadamente.
O problema é que, durante estes embates, Aiko começa a ter vislumbres do passado e passa a entender a verdadeira natureza das quimeras. Com essas revelações comprometendo tudo aquilo que tinha como uma nova verdade, a garota passa a questionar se realmente tem o direito de seguir em frente, deixando uma trilha de sangue atrás de si.
Sudô também precisa enfrentar os fantasmas do passado, ao mesmo tempo em que ajuda Aiko em sua missão e tenta desmascarar a Atheos.
“Variante” não tem um plot inovador, porém a forma como os fatos nos são apresentados motiva a permanência da leitura. Aiko é uma “mocinha” mais sofrida do que o usual; a vida não lhe dá trégua, mas mesmo assim ela continua seguindo em frente. Apesar de trazer um tema fantasioso, o mangá chama um pouco a atenção para questões éticas, como por exemplo o direito do ser humano à vida, não importa sob qual ângulo se analise.
Apesar de ser uma história um tanto quanto cruel, “Variante” cumpre seu objetivo; os personagens são carismáticos, possuem motivações legítimas e a trama surpreende a cada página, inclusive no final. Se você é fã de emoções fortes, não deixe de conferir.
Agradecemos à editora Sampa que, gentilmente, nos cedeu os exemplares para análise.