Se você recebesse uma carta que te permite saber o que irá acontecer no futuro e, além disso, te pede para mudá-lo, o que você faria? Essa é a premissa de Orange, mais um dos lançamentos (sim, já perdemos a conta) da JBC em 2015.
Naho Takamiya é uma estudante colegial boazinha, responsável e sem grandes preocupações além de ser uma boa aluna. Em seu primeiro dia de aula, ela acorda atrasada pela primeira vez e, enquanto corre com os preparativos para ir à escola, encontra uma carta endereçada a ela… por ela mesma.
Já na escola, Naho passa a analisar melhor a carta misteriosa. Ela supostamente foi escrita por seu “eu” de dez anos no futuro e contava tudo o que iria acontecer, além de trazer orientações sobre como ela deveria agir para mudar certas coisas. Naho acha aquilo esquisito, mas começa a acreditar quando a carta menciona um aluno que virá transferido, Kakeru Naruse; quase ao mesmo tempo, o professor apresenta Kakeru à sala e este senta-se ao lado de Naho, exatamente como diz a carta.
Kakeru é um rapaz agradável e bonito; veio de Tóquio e é um pouco quieto, soltando-se mais quando um dos colegas de Naho, Suwa, o apresenta a todos e imediatamente o inclui no grupo, inclusive convidando-o para sair depois das aulas.
Com o passar dos dias, Naho passa a sentir cada vez mais algo diferente quando está perto de Kakeru, até que, ao avançar mais na leitura da carta, descobre algo terrível: Kakeru nõa está no futuro que seu “eu” de 26 anos vive. Para completar, ela traz um apelo doloroso: “Salve o Kakeru”.
Naho percebe que, ao mudar alguns detalhes dos acontecimentos descritos na carta, o futuro começa a mudar, ainda que bem pouco. Baseada e encorajada por essas pequenas mudanças, além de sentir a dor insuportável só em cogitar que Kakeru não estará com eles no futuro, ela irá se esforçar para salvá-lo, mesmo que para isso tenha que mudar a si mesma.
Opinião
Orange é uma história que te prende desde o início. O traço expressivo e competente da autora, Ichigo Takano, dispensa o uso de balões em algumas situações, permitindo saber o que se passa com o personagem só de observar sua expressão. Isso fica ainda mais evidente em Kakeru e Suwa, que claramente gosta de Naho mas anula-se ao perceber que esta gosta de outra pessoa.
O cenário é bem simples, porém cumpre bem sua função de ambientar os personagens. Os vislumbres do futuro de Naho e seus amigos são bem planejados, não deixando os leitores confusos, pelo contrário; nos deixa desesperados para saber o que irá acontecer com eles quando a Naho do passado passa a agir. Ao mesmo tempo, conseguimos sentir direitinho a mesma angústia que eles sentem ao evocar a lembrança de Kakeru.
Extras
O primeiro volume de Orange também traz a primeira parte de uma história curta da autora, “Haruiro Astronaut”. A trama conta de modo divertido as descobertas de duas irmãs gêmeas sobre o amor verdadeiro.
A autora, Ichigo Takano, retomou a produção de Orange não faz muito tempo, após ter restabelecido-se de uma doença. Para “comemorar” seu restabelecimento e agradecer ao apoio dos fãs e de seu editor, os volumes de Orange foram republicados em uma versão um pouco mais luxuosa e com capas exclusivas pela editora Futabasha (os primeiros tanko foram publicados pela Shueisha). A versão brasileira é baseada nesta segunda publicação.
Filme
O filme baseado no mangá está com estreia marcada para 12 de dezembro no Japão. Os protagonistas serão interpretados por atores conhecidos dos brasileiros: Naho ganhará vida através de Tao Tsuchiya, que também interpretou Misao Makimachi no filme de Rurouni Kenshin e Chieko Kamiya no dorama de Limit.
O ator responsável pela versão live-action de Kakeru é Kento Yamazaki, que também viveu o protagonista de Another, Kouichi Sakakibara e o adorado detetive L, no dorama de Death Note.
Já o papel do adorável e resignado Suwa coube ao ator Ryou Ryuusei, que já interpretou o Nekozawa-senpai no dorama de Ouran High School Host Club e o Kyuuryuu Red no super sentai Juudensentai Kyuuryuuja.
Versão brasileira
Orange é um título muito bem vindo às bancas. Além de obviamente cumprir (com louvor) sua função como entretenimento, nos faz pensar que a vida é muito breve para nos arrependermos por não termos agido de certa forma em determinados momentos. Arrisco dizer que nos encoraja a arriscar, mesmo que não dê em nada, pois, além de existir a possibilidade de um futuro feliz estar em jogo, a dor do arrependimento pode ser devastadora.
** Agradecimentos especiais à nossa parceira e minha consultora de doramas, a querida amiga Karen Kazumi Hayashida.