terça-feira, novembro 12, 2024
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Crítica | Lesson of the Evil

Lesson of the Evil | Crítica

“Que o Takashi Miike é um grande nome do cinema, isso ninguém pode negar. Mas to procurando esse filme incrível que todo mundo falou até agora”

Sempre que eu vou ver um filme que é ovacionado por muitos eu acabo me decepcionando devido a expectativa que é criada em torno do filme, não que o filme seja ruim (só não é essa Brastemp toda). Mas parece que as pessoas meio que ficam com medo de dar a sua opinião e ficar com a fama de “falou mal para aparecer”, bom eu não tenho medo (rs).

E como estou falando de internet, parece que alguém fez a primeira crítica e o resto veio na cola criticando a crítica e não o filme. Mas enfim, vamos para o que interessa.

História

De forma resumida e livre de spoilers (mesmo porque o nome do filme já entrega o enredo inteiro), Lesson of the Evil se trata da história de um psicopata, e como todo psicopata, ele é super inteligente, frio e calculista. Ele se infiltra em uma escola com o intuito de matar todo mundo, simples assim (o filme tenta dar uma certa importância para as ações dele, mas no fim não passa de ações de um maníaco).

A simplicidade da história não me incomoda, pois uma história simples e bem contada as vezes é mais interessante que uma história complexa e cheia de viradas. Pois complexidade artista não tem relação alguma com qualidade artista.

Mas o que me incomoda no filme, e ele se achar mais inteligente do que é (poxa o filme é apenas um filme de um maluco psicótico que mata todos). Outra coisa, por se tratar de um diretor que se tornou queridinho dos cults tipo o Tarantino (vale lembrar que gosto dos dois rs), as pessoas meio que aceitam tudo que eles fazem como uma obra prima, cheia de referências e de profundidade, mas as coisas não são bem assim.

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Desenvolvimento dos personagens

Talvez uma das maiores qualidades do cinema asiático é gastar todo o tempo possível desenvolvendo seus personagens. Porém em Lesson of the Evil demora mais de metade do filme “desenvolvendo” os personagens, mas acaba que não desenvolve nenhum.

Sério, por mais impactante e chocante que possa ser um massacre em uma escola secundária (ainda mais feita pelo professor mais admirado por todos), o filme não faz a gente se importar com os personagens. A maioria só está lá para ser morto e fazer número no final. O que acaba sendo uma pena pois tinha muito personagem interessante ali que poderiam ter mais destaque, como o casal homossexual formado por um professor e aluno, o aluno rebelde entre outros. Mas como disse antes, estavam lá mais pela cota de estereótipos do que por importância na história.

Hasumi e Miya Yasuhara

Mas se o filme falha em desenvolver seus personagens secundários, é nos personagens principais que o filme tem a sua maior qualidade, principalmente no personagem de Hasumi (Hideaki Ito).

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Hideaki Ito que dá vida ao professor Hasumi consegue demonstrar apenas com um olhar toda a complexidade que deve ser a mente de um completo psicopata. E não estou falando das cenas mais violentas, mas sim de pequenas trocas de olhares. Como por exemplo na cena onde ele conversa com os outros professores sobre evitar que os alunos colem nas provas, é impressionante como ele hipnotiza as pessoas. E nós espectadores já sabendo o tipo de pessoa que é Hasumi ficamos impressionados com a frieza e inteligência (pelo menos no começo) dele.

Outro personagem interessante é Miya Yasuhara (Erina Mizuno ex E-girls e Flower) que por ser uma pessoa solitária acaba sendo manipulada facilmente por Hasumi. O filme desenvolve a personagem com poucas cenas e já suficiente para conhecermos a personalidade de Miya. Uma jovem solitária a procura de um ombro amigo, fácil para a mente brilhante e psicótica de Hasumi fisgar. Pena que mais pro final do filme, estragam a personagem.

Falta de mistério e suspense

Mas a minha grande reclamação do filme, e que pelo menos pra mim fez o filme ser apenas mais um filme sobre matança no colégio, é que em nenhum momento o filme deixa brecha para o pensamento ou para o mistério, pois com dois minutos de filme já sabemos que Hasumi é um psicopata (se você falar que não percebeu isso sugiro prestar atenção nas cenas de nudez do cara rs). E por já sabermos que tipo de pessoa Hasumi é, e do que ele é capaz, só ficamos esperando quando ele vai começar a matar todo mundo. E confesso que esperava mais “inteligência” de um psicopata frio e calculista como ele, pois é realmente difícil aceitar que o plano dele iria dar certo. E não me venham dizer que ele realmente queria fazer o que fez porque não cola.

O final do filme tem uma virada bacana (que não tem relação com Hasumi, mas com duas vítimas). Mas o final do personagem, pelo menos pra mim não fez sentido algum, me pareceu apenas uma vontade forçada de fazer algo inteligente, mas não foi.

Mas vale a pena?

O filme não é ruim, porém pouca coisa além do carisma do personagem principal se salva no filme, mérito do ator Hideaki Ito. Mas pra quem gosta da violência pela violência vale pela sequência final.

Trailer

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=o-jOQA_8gA8]

Nota

NotaLessonOfTheEvil

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