Danilo Beyruth traz na sexta Graphic MSP, lançada em 2014, a segunda parte da aventura iniciada lá atrás, em 2012 (a missão Magnetar). Em “Singularidade”, Astronauta precisa provar a todos os seus colegas (e, em determinado momento, a si mesmo), que tem condições de continuar fazendo o que nasceu pra fazer: viajar pelo espaço.
Acompanhado de uma determinada e solícita médica-astronauta que insiste em continuar sua avaliação psicológica e de um misterioso major estrangeiro que está comandando um estudo sobre buracos negros e precisa do apoio da BRASA para finalizá-lo, Astronauta sai novamente para uma missão. Ao mesmo tempo em que tenta se concentrar para cumprir a missão a contento, ele também precisa lidar com o fato de que não pode se dar ao luxo de ser antissocial, já que está tentando provar a todos que está bem tanto física como mentalmente e que sua desconfiança com relação ao comportamento do estrangeiro não é resíduo de uma paranoia sem fundamento. Tudo começa a ficar perigoso quando eles se deparam com uma nave estranha que só responde aos comandos de Astronauta, o que deixa o major estrangeiro fascinado e desesperado para se apoderar da tecnologia sem nem ao menos saber mais detalhes sobre ela. Nesta hora, Astronauta precisará enfrentar seus fantasmas e tomar uma decisão rápida se quiser salvar a todos de um desastre iminente.
Engana-se quem acha que “Singularidade” é uma mera continuação de “Magnetar”. Danilo Beyruth conta mais uma história emocionante, em que Astronauta surpreende os leitores com várias facetas que não são mostradas normalmente nas revistas regulares da turminha, fazendo com que uma personalidade mais próxima daquela mostrada nas revistas da Turma da Mônica Jovem aflore. Mesmo assim, é possível identificar o Astronauta de sempre: alguém que se esforça para proteger a vida no planeta em que vive e tanto ama, independente de como realmente se sente por dentro. Longe de ser apenas uma graphic novel sofisticada e muito bem construída, “Singularidade” traz uma mensagem importante: nunca deixar de acreditar na capacidade que o ser humano possui de superar suas próprias deficiências e, acima de tudo, não esquecer que o apoio vem de onde menos se espera.
Para quem não conhece, Danilo Beyruth já é um veterano em quadrinhos. Além do incrível “Necronauta”, já publicou outros clássicos como o álbum “Bando de Dois” e a graphic novel “São Jorge”. Vale a pena conferir também “Singularidade”, tão esplendorosa e indispensável como “Magnetar”.