Yo! Primeiro gostaria me desculpar pela ausência de postagem na semana passada. Tive alguns contratempos e não iria conseguir preparar o texto a tempo, por isso acabei pulando uma semana e mudando o tema para relatar brevemente como é o Halloween no Japão. Bem, se muitos tem inveja dos norte-americanos que celebram o Halloween, imagino que a galera que curte animê vai começar a ter muita inveja dos japonesas, pois aqui esta festa é celebrada com vários personagens de animês populares andando pelas ruas, ou melhor, cosplays desses personagens.
Para tal, algumas áreas das grandes metrópoles são especialmente preparadas para receber o fluxo de pessoas que vão de bar em bar, de festa em festa, ou simplesmente reúnem os amigos para se divertir enquanto vagam em círculos por essas áreas. Em Tóquio a mais famosa área de concentração do Halloween é localizada em Shibuya. Com uma rápida busca pelos termos “Halloween ” e “Shibuya”, é possível localizar inúmeras fotos e vídeos. Também me lembro, há três anos, quando estive em Kyoto, na noite de Halloween aconteceu o Hyakki Yakou – a parada noturna dos cem youkais. Pra quem conhece o animê Nurarihyon no Mago (cujo mangá foi lançado no Brasil como “Nura, a ascenção do clã das sombras”) reconhecerá este termo, pois é justamente como é chamado o “esquadrão” comandado pelo clã Nura. Diferente da comemoração de Tokyo, e de Fukuoka, que falarei mais adiante, a parada dos Youkais é um evento organizado por fundações xintoístas, onde os papéis são decididos em grupo, e cada pessoa é dedicada a um personagem da mitologia local. Eu, que havia terminado de assistir o animê citado anteriormente fiquei deslumbrado ao ver os youkais que inspiraram os personagens da história andando pelas ruas de Kyoto, tendo sido um dos momentos mais mágicos que eu vivi. Aqui os visitantes são meros espectadores da parada. Aos interessados, segue um vídeo que gravei na época:
Este ano, no entanto experienciei o Halloween de Fukuoka. Aqui, a festa ocorre em Oyafukudori, rua onde concentram-se os principais bares e clubes noturnos do centro da cidade. Haviam guardas metropolitanos para guiar a multidão, que se movia em direção ao norte pela calçada do lado direito, e ao sul pela calçada do lado esquerdo, tudo bastante organizado. Havia cobertura da imprensa e pontos onde era possível tirar fotos em 3D. Fora isso, era uma grande massa de pessoas, entre elas muitos estrangeiros, em fantasias que variavam entre imagens de terror, como zumbis e vampiros, além de bruxas e enfermeiras sexy, e finalmente os personagens de animê. Destes era notável o grande número de personagens de One Piece, de longe o animê mais popular do Japão. Além da popularidade da série, era possível encontrar fantasias simples de personagens da série em lojas de variedades. Eu mesmo fiz cosplay de Trafalgar Law (antes do Novo Mundo), e encontrei outros 3 Laws (mas estes todos do Novo Mundo).
Além de One Piece, viam-se muitos cosplays de Shingeki no Kyojin, e ainda Naruto, Tokyo Ghoul e até mesmo Dragon Ball e Star Wars. Assim como em um evento de animê no Brasil, pessoas nos paravam para tirar fotos pelas ruas, bares e nas estações de metrô. A região ficou abarrotada de gente fantasiada durante toda a noite. Eu e meus amigos resolvemos ir para um Karaokê por volta da meia-noite, mas da sala onde ficamos ainda era possível ver a movimentação da rua, que não parou nem mesmo ao amanhecer. Na estação, pela manhã também havia ainda um fluxo de pessoas, que como nós, passaram a noite na cidade e estavam esperando pelo início do funcionamento do transporte público.
*Fotos cedidas por MariKurihara
Particularmente, já fazia uns 3 anos desde a última vez que usei um cosplay e confesso que tinha me esquecido da sensação de satisfação a cada vez que alguém reconhecia, pedia para tirar uma foto ou dizia que estava ótimo. Especialmente sendo um personagem tão querido do público (e meu também), foi extremamente gratificante. No meio da noite eu já estava me lamentando por ser o único dia do ano que temos passe livre para usar cosplay pelas ruas da cidade sem causar nenhum tipo de impacto.
Minha grande realização, no entanto, aconteceu logo no começo da noite. Ao chegar na estação de Tenjin (o centro comercial de Fukuoka), resolvi aproveitar a oportunidade de estar usando meu cosplay para ir até a One Piece Store (a loja oficial exclusiva da série) e tirar uma foto ao lado da estátua do Sabo. Cheguei um pouco acanhado na loja, mas não podia perder aquela chance. Porém, enquanto eu tirava a foto, notei que as pessoas perto do balcão começaram a se aglomerar, e todos os atendentes me encaravam pelas costas e comentavam algo entre si. Eis que de trás do balcão, um dos atendentes vestido o uniforme da Marinha veio carregando Kikoku, a espada de Law, em tamanho real, oferecendo para que eu tirasse fotos com ela, e ele próprio tirou uma foto minha. Saí da loja tremendo de emoção por ter deixado minha marca (como se visitar a loja semanalmente não fosse suficiente para ser reconhecido por lá).
Além disso, durante todo o mês de outubro o clima de Halloween estava espelhado pelas lojas. Os 100yen (a versão japonesa – e aprimorada – das lojas de 1,99) vendiam diversos enfeites, maquiagens, máscaras e outros itens “indispensáveis” para o Halloween. Empresas alimentícias lançam versões especiais limitadas de seus produtos, além de algumas promoções, como esta da Coca-Cola, que ao comprar duas garrafas de 2 litros, ou 4 de 600ml de qualquer produto da Coca-Cola, você levava de brinde um estojo ou bandana do One Piece, à sua escolha). 
Tem Halloween para todos os gostos.
PS. Meu plano original era contar sobre a minha foto na One Piece Store aqui no espaço da minha “Weekly Obsession“, porém, nesta quarta-feira, aconteceu algo que não sai da minha cabeça. Por sorte eu peguei emprestada a Jump de um amigo que continha o capítulo especial de Bakuman, lançado para promover o filme, no entanto, no final deste capítulo havia o anúncio da estreia da nova série de Tsugumi Ohba e Takeshi Obata (se alguém não ligou os nomes às pessoas, é a dupla criadora de Bakuman e Death Note), a ser lançada na Jump SQ no dia 4 de novembro, corri o olho para meu calendário, era dia 2. Foram dois dias de muita ansiedade, até que na quarta-feira fui até a loja de conveniência no campus para verificar se eu tinha lido a informação corretamente. Quando vi a capa da revista tive que conter um ataque de fangirling. Para quem estiver interessado em saber sobre esse primeiro capítulo, eu fiz um breve review no meu instagram. Confiram lá. 
