Takashi Nagasawa é um colegial inocente e tímido, que faz parte do clube de biologia da escola por osmose e tem uma paixão secreta por uma colega, Kyoko Shirai. Esse seria o plot de uma comédia romântica escolar com uma leve pitada de drama, não fosse pelo fato de que Nagasawa é mordido por uma criatura estranha e ganha poderes um tanto… incomuns. Se você curte histórias de amor adolescente com um pouquinho de zumbis de enfeite, delicie-se com Dawn – Tsumetai Te, mais uma coleção concluída com louvor pela Nova Sampa, num total de seis volumes e a quem aproveitamos para agradecer por ter enviado a coleção para análise.
A história
Nosso protagonista, Takashi Nagasawa, é um colegial tranquilo. Amigo de todos, membro do clube de biologia e desligado de um jeito bem charmoso, gosta de uma menina mas não tem coragem de se declarar porque a ouviu dizer que não “gosta tanto assim de pessoas altas”.
Indo embora para casa num dia em que já havia sido mordido por um ratinho no clube, Nagasawa se depara com um veículo que parece ter sofrido um acidente. Pensando em ajudar a vítima, ele se aproxima e acaba levando uma mordida de uma criatura que se parece com um rato em má-formação.
O que parecia ser algo corriqueiro rende a Nagasawa uma internação. Um médico misterioso que nem ao menos se identifica direito dá poucas explicações; o garoto foi infectado por um nightshift, uma espécie de “doença” transmitida por uma criatura geneticamente modificada e que entra em atividade no período que compreende do pôr do sol ao amanhecer.
Para não sucumbir diante dos sintomas, Nagasawa precisa fazer um tratamento a base de remédios específicos; para continuar recebendo as doses necessárias, ele deve ajudar o doutor a eliminar todos aqueles que foram infectados pelo nightshift, mas tomando todo cuidado para não ser descoberto e não se deixar dominar pela doença.
Ao longo da saga, além da ajuda meio de má vontade e cheia de segundas intenções do doutor, Nagasawa continua frequentando a escola para não fugir da normalidade que conhece. Aos poucos, vai recebendo apoio de outros envolvidos com a “doença” e até mesmo de sua amada, Kyoko Shirai. Ela não irá descansar enquanto não entender o porquê de Nagasawa ter que passar por tanto sofrimento sozinho e descobrir de onde saiu essa doença estranha. De forma desajeitada, ela vai aceitando os sentimentos de Nagasawa e, sem perceber, protege o coração do garoto, que fará de tudo para que nada de mal aconteça à sua amada, nem que tenha que caminhar por rios de sangue para isso.
Opinião
Dawn não prima por uma história “original”. Assim como Witchblade, Blood + e Variante, o protagonista se vê às voltas com algo que não consegue explicar mas que é obrigado a conviver para poder sobreviver. Os personagens são carismáticos, mas algumas saídas do autor Shinshu Ueda são um tanto quanto esquisitas, como a maioria dos estudantes do colégio onde Nagasawa e Shirai estudam também estarem infectados sem nenhuma explicação plausível.
A história do doutor também foi contada de forma apressada, fazendo com que o leitor não entenda o porquê de certos desdobramentos; Hirumaki, um personagem que aparece desde o começo e que tinha potencial para se tornar um trunfo contra o “inimigo”, foi super mal aproveitado. Apesar disso, o traço é bacana e as capas são bem chamativas, combinando bem com o clima do mangá.
A despeito desses pequenos detalhes, Dawn é um mangá que cumpre a função de entreter e, apesar de ter elementos de terror, rende momentos divertidos, leves e de verdadeira fé na humanidade. Nagasawa é um protagonista eficiente e convincente, enquanto Shirai é a mocinha que deveria estar em muitas histórias, porque ela nunca deixa a desejar quando o bicho realmente está pegando.
No mais, o mangá é bem bacana e além de estar completo surpreendentemente tem um final feliz. Vale a pena conferir.