Há quase um ano (ou será que já fez mais de um ano?), quando esta serva se despediu de Rurouni Kenshin aqui no JWave, nem passou pela minha cabeça que voltaria a falar do meu mangá favorito nesta coluna… até que a linda da JBC anunciou no finalzinho de 2015 que lançaria o especial de dois volumes Rurouni Kenshin – Tokuitsuban (Edição Cinematographo), título esse que tomei conhecimento na vinda do Watsuki-sensei ao Brasil. E aqui estão as impressões desta serva sobre a nova cara da história do Battousai, o Retalhador.
A História
Após uma breve mostra do que foi o Bakumatsu, o período que corresponde ao final da era do Xogunato, somos transportados ao ano 11 da Era Meiji (1878). Um andarilho portando uma espada é sequestrado (?!) por um pivete deselegante e conduzido a uma espécie de ringue. Lá ele se depara com a beldade Kaoru Kamiya, sua oponente na contenda, que parece atrair muitos espectadores.
Após ser derrotado de forma um tanto quanto categórica, o Andarilho aceita abrigo no dojo de Kaoru, que explica estar participando das batalhas para arrecadar dinheiro e comprar a escritura do dojo, cujo estilo foi herdado de seu falecido pai. O organizador das batalhas e detentor da escritura é o desprezível (em TODAS as versões) Kanryuu Takeda, um mercador abastado que veste roupas ocidentais e tem um apego excessivo por dinheiro. Além de enrolar Kaoru com uma promessa (que tá na cara que não será cumprida), ainda mantém como refém o pivete sequestrador, Yahiko Myoujin.
Ao perceber que Kaoru poderia perder muito mais do que uma batalha, o Andarilho faz questão de ajudar e, durante esse processo, mostrar sua verdadeira identidade: ele é ninguém menos do que o temido e lendário Battousai, o Retalhador, que desapareceu no caos do final do xogunato e ressurgiu para proteger as pessoas ao seu redor fazendo o que sabe melhor: brandir a espada do Hiten Mitsurugi.
Apesar de Kanryuu ter tentado vencer a luta de forma extremamente apelativa, Battousai venceu em uns cinco segundos (ou menos) e revela sua atual situação: apesar de continuar como espadachim, ele agora brande uma sakabatou, uma espada de lâmina invertida que o mantém fiel ao voto de não matar. Desejando um pouco de descanso, ele aceita ficar no dojo Kamiya e revela o nome que usa agora: Kenshin Himura.
O que Kenshin e Kaoru não sabem é que o dinheiro compra tudo e isso pode trazer alguns problemas ao antigo assassino, bem como um retorno forçado ao passado… que você confere na primeira edição do mangá, que já está nas lojas especializadas e deve chegar às bancas após o Carnaval.
Opinião
Como fã ardorosa da saga de Kenshin Himura, nunca imaginei que gostaria tanto de uma “versão alternativa”; a essência da história original está presente: Kaoru tentando proteger seu legado; Yahiko tentando se situar no mundo, Kanryuu sendo imbecil e Kenshin sendo Kenshin. Apesar do modo como os personagens se encontram ser um pouco diferente da verdadeira história, posso afirmar que não ficou devendo nada e que ficou bem melhor do que as primeiras versões dos pilotos de Rurouni Kenshin que aparecem na história original.
Para deixar claro que é uma versão alternativa, os nomes das técnicas do Kenshin estão um pouco diferentes, mas com o mesmo significado e impacto visual. A experiência deixou o traço de Watsuki-sensei mais leve e dinâmico, mas senti um pouco de saudade daquela atmosfera inocente do começo da história original.
O ato zero, que aparece logo após o final da primeira parte do mangá, é muito rico em detalhes e dá uma boa introdução e justificativa à permanência do Kenshin no dojo Kamiya, aquele gostinho de “ter um lugar pra onde voltar”. Os personagens do ato zero são carismáticos e dá vontade de saber o que aconteceu com eles depois de se separarem do Kenshin.
Não sei se a Megumi Takani (diva raposa) vai aparecer no segundo volume, mas os fãs mais xiitas podem ficar sossegados porque o homem que carrega o “mal” nas costas e o Lobo de Mibu também dão as caras logo no primeiro volume, bem como uns vilões marcantes.
Watsuki-sensei conseguiu fazer a saga de Battousai Himura ficar ainda mais instigante e só posso dizer que mal posso esperar pra ler o segundo volume!
Agradecemos à editora JBC que gentilmente nos encaminhou esse exemplar fo… digo, fantástico para análise. 😉