O público pediu mais novels e foi atendido: no ano passado saíram alguns títulos bacanas e é claro que a JBC não podia ficar de fora. Na CCXP, junto com o esperadíssimo Blade formato Big e com o volume único de All You Need is Kill, a editora trouxe a novel de Another, cuja adaptação em mangá foi lançada por aqui em 2013 e completa em 4 volumes. Confiram comigo o review, mas deixem a luz acesa! U_u
A história
Devido a uma repentina viagem de seu pai para para a Índia, o ginasial Koichi Sakakibara é obrigado a mudar-se de Tóquio para Yomiyama, a cidade natal de sua falecida mãe. Antes de conhecer sua nova escola e os colegas que frequentariam com ele o terceiro ano do do ginásio, Koichi sofre um ataque de pneumotórax e fica por um tempo internado.
Quando volta às aulas, apesar de bem recebido pela maioria dos colegas, algo intriga Koichi: todos parecem alheios à presença de Mei Misaki, uma garota meio apagada e calada, que usa um tapa-olho no olho esquerdo. Koichi chegou a esbarrar com ela no hospital e trocar meia dúzia de palavras, mas estranhou o fato de que, na escola, ninguém parece… enxergá-la.
Quanto mais tenta descobrir o porquê desse bullying aparente e entender o comportamento estranho de seus colegas, Koichi acaba se deparando com uma história sinistra: a classe 3-3 do ginásio Yomikita, da qual agora ele faz parte, está bem próxima da morte. Fatos e acidentes sinistros e sem explicação rondam a classe há cerca de 26 anos e, se as decisões da classe não forem seguidas à risca, a morte poderá levar um por um!
Sem saber se acredita ou não, Koichi acaba desobedecendo uma certa decisão da classe e isso pode ter sido o estopim para que a classe 3-3 deste ano sofra as consequências do fenômeno… agora eles deverão fazer de tudo para não se tornarem uma das vítimas do “ano que tem” e, acima de tudo, encontrar a resposta para a pergunta que pode mudar tudo: Quem é o Morto?
O autor e sua obra
Essa história arrepiante foi escrita (e muito bem, diga-se de passagem) por Yukito Ayatsuji, formado em Educação pela Universidade de Kyoto. Sua estreia ocorreu em 1987 com a obra Jukkaku-Kan no Satsujin (Assassinato na Jukkaku-kan). Foi premiado em 1992 pela obra Tokei-Kan no Satsujin (Assassinato na Mansão do Relógio) e, em 2009, aclamado pela crítica por Another (O Outro), que recebeu adaptações para anime, live-action e para mangá, que não poderia ficar de fora deste review.
O mangá de Another
O simpático mangaká idol e divo Hiro Kiyohara, que visitou o Brasil na CCXP 2015 (pegaram autógrafo dele? Eu peguei! O/), é o grande responsável pela incrível adaptação de Another para mangá.
Em apenas quatro volumes muito bem desenhados, ele conseguiu resolver situações que, teoricamente, só fariam sentido na novel e passou-as para o desenho de uma forma que conseguiu manter o mistério até o final.
A última sequência da novel, quando os alunos tentam desesperadamente parar a maldição indo ao monte Yomi, na minha opinião ficou meio estranha, sem sentido até para um fenômeno inexplicável. Kiyohara-sensei soube adaptar essa sequência de modo que, além de dar um sentido irretocável, ainda deu maior destaque a uma personagem que, na história original, só servia para ser chata no nível épico.
Além de tudo isso, o traço “marmóreo” (inventei essa palavra agora?!) do Kiyohara-sensei faz com que a gente pense realmente estar lidando com o desconhecido junto com os alunos da classe 3-3, nos levando mais de uma vez a indagar se o que achamos certo sobre a obra realmente é o certo.
Opinião
Boa parte da minha opinião está junto com minhas impressões do mangá, mas ressalto que, apesar do mangá ser indiscutivelmente minha mídia favorita, a novel de Another é muito bacana. Mesmo descontando alguns pontos, a leitura flui muito bem e dá pra perceber o porquê da obra ter rendido tantas mídias diferentes. De qualquer forma, gostaria de ter lido a novel antes do mangá, para me surpreender mais com as adaptações do Kiyohara-sensei.
Agradecemos à editora JBC por ter enviado o exemplar para análise, por ter lançado o mangá de Another e por ter trazido o Kiyohara-sensei ao Brasil! 😉