O álbum Robô Esmaga foi anunciado em 2014 como o segundo título do então recém criado selo .Ink (o primeiro havia sido o álbum de retorno dos Combo Rangers, o “Somos Heróis”). Depois de um tempinho de ajustes, finalmente chegou às nossas mãos no finalzinho de 2015, com direito a uma sessão de autógrafos na CCXP.
A nós, coube a difícil missão de resenhar um álbum de tirinhas. Após algumas leituras, seguem as minhas impressões sobre Robô Esmaga, do carioca Alexandre Lourenço.
Antes da resenha, um pouquinho sobre o autor
Alexandre Lourenço é carioca de nascimento, mas reside em Curitiba. Ele publica as tiras em seu blog Robô Esmaga desde 2010 e foi indicado ao prêmio HQ Mix de melhor Web Quadrinho de 2013. O álbum Robô Esmaga é sua primeira publicação impressa e esperamos que venham mais por aí!
O álbum comentado
Robô Esmaga é algo no mínimo particular. As tiras que o compõe são todas sobre o cotidiano. Impossível não se identificar com pelo menos uma.
Com um ar de melancolia e dizendo a verdade em traços bem simples, Alexandre Lourenço expõe as impressões sobre o assunto abordado em cada uma delas, o que torna a obra pessoal, ao mesmo tempo em que nos obriga a enxergar o que teimamos em não ver em nosso dia-a-dia.
Quantos de nós não se questionaram pelo menos uma vez se o que fazemos diariamente em nosso trabalho corresponde a tudo o que realmente temos capacidade de fazer? Quantos de nós não deixaram de encontrar a pessoa com quem poderíamos passar (quem pode saber?) o resto de nossas vidas, mas simplesmente estávamos mais preocupados em cutucar os outros nas redes sociais, sem nem ao menos olhar para o lado.
Nossas vidas seriam mais notáveis se apenas deixássemos de olhar para nós mesmos e prestássemos mais atenção no que acontece em nossa volta? Nossas vidas precisam ser resumidas apenas a planilhas e cubículos? Será que se apenas olharmos para cima uma vez que seja não será uma boa oportunidade para enxergarmos novas possibilidades?
Não sei as respostas para essas perguntas, mas Robô Esmaga me chamou a atenção para algumas delas, especialmente na tira intitulada “Cinco Centímetros”. Será que a gente realmente precisa deixar de ser como é apenas porque não “correspondemos” a padrões pré-estabelecidos?
Enfim, creio que a leitura de Robô Esmaga será particular para cada leitor. Para mim, foi uma espécie de Macanudo melancólico, mas sem deixar de imprimir sua própria marca. Gostei bastante das tiras e do quanto elas me fizeram refletir sobre alguns aspectos da vida como um todo. Convido vocês a lerem e comentarem aqui com qual tira se identificaram mais!
Agradecemos à editora JBC pelo exemplar enviado para análise, com os votos de que mais projetos desse tipo cheguem até nós pelo selo .Ink.