Apocalipse sempre foi um vilão difícil de imaginar nas telonas. Será mesmo que Bryan Singer conseguiu adaptar bem o vilão nesse que seria o sexto filme dos X-men?
Os anos 80 estão de volta!
Seguindo a proposta de X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido, pulamos mais 10 anos na história. Agora estamos em 1983 e dessa vez, Xavier está consolidando sua escola, juntando diversos jovens em suas instalações.
Do outro lado, temos Erik Lehnsherr (Magneto) casado e com uma filha na Polônia. Ele deixou pra trás o lado assassino dele, porém a vida dará voltas e ao salvar um trabalhador, Erik se revela e corre o risco de perder tudo novamente.
Enquanto isso, temos a Mística indo atrás de mutantes que lutam clandestinamente a força, ajudando eles a recomeçar. No caso, o filme detalha a luta do Anjo com Noturno, em que ela aparece para salvar o Noturno.
É nessa realidade que começa o filme, trazendo Moira MacTaggert de volta (X-Men: Primeira Classe). Agente da Cia, Moira está numa missão no Cairo, quando acaba descobrindo a pirâmide do Apocalipse. Sejamos francos, Moira que acidentalmente ressuscitou Apocalipse com a luz do sol, fazendo com que gerasse tudo que estava por vir.
Apocalipse
Não vou negar que o visual do Apocalipse é meio decepcionante para quem espera o visual dos quadrinhos ou do desenho dos anos 90. Interpretado por Oscar Isaac, Apocalipse é enraizado nas suas origens egípcias, sendo o primeiro mutante do mundo.
Despertado, ele corre atrás para formar seus cavaleiros do apocalipse. A primeira pessoa que ele recruta é a jovem Tempestade que ao descobrir que ele é um mutante, acaba levando ele a sua casa.
Apocalipse em poucos momentos, acaba se atualizando e descobrindo como está o mundo atual. A partir disso, ele muda sua busca, agora focando em encontrar mutantes poderosos para se tornarem seus cavaleiros.
Escola Xavier
Enquanto isso, somos apresentados ao Scott Summers que desperta seus poderes. Numa reunião familiar, seu irmão, Alex Summers (do X-Men: Primeira Classe), acaba decidindo leva-lo para escola de Xavier.
Assim entramos na mansão pelo ponto de vista do Scott, sendo apresentados a Jean Grey, Hank McCoy, Jubileu e outros alunos da escola. O próprio Xavier está ali para Scott controlar seus poderes, como também Hank McCoy em criar seu famoso visor para voltar a enxergar.
Pouco tempo e muitos personagens
Se no filme anterior, Bryan Singer teve a chance de se despedir dos “seus” X-Men. Agora chegou a hora de costurar o novo universo e tornar coeso para uma nova geração.
Parte disso, ele conseguiu e certamente essa linha temporal se torna cada vez mais distante daquela que vimos em 1999 com primeiro X-Men. E isso não é ruim, porque abre uma porção de possibilidades, semelhante ao semi reboot que Star Trek fez nos cinemas.
O grande problema aqui é que muitos personagens acaba prejudicando o desenvolvimento deles ao decorrer da obra. Um que sofre desse mal é o Magneto, que ao perder sua família, acaba não transmitindo sua dor pro público e nem o processo que o levou em voltar as trevas e aceitar a se tornar cavaleiro do Apocalipse.
Mística sofre de um problema parecido, porque ela não concorda com a filosofia do Xavier, quer ajudar o Magneto, mas ao mesmo tempo ela rejeita sua imagem mutante.
Um dos personagens mais prejudicados na edição é a Jubileu que teve meia dúzia de falas em uma só cena, o que acaba a tornando uma figurante de luxo ali no roteiro.
Agora, os problemas não acabam por aqui, porque o roteiro foi feito pra uma ação acontecer consequências. É estranho ver Mercúrio visitando a mansão Xavier no exato momento que ela explodiu, como também o sequestro de mutantes feito poucos minutos depois por William Stryker.
Mas o que gera maior galhofa são os poderes do Apocalipse. Infelizmente o personagem não consegue demonstrar o quanto é poderoso, justamente porque todas as mortes que causa são estranhas em cena.
Mas o filme só tem defeitos?
Não mesmo! X-Men: Apocalipse abraça os anos 80 e isso faz com que diversas referências da década esteja por toda cena. Seja com Mercúrio jogando Pac-Man, ou dançar Moonwalker, ou mesmo passando Super Máquina na televisão. Os anos 80 estão ali, inclusive com a jaqueta vermelha do Noturno remetendo Thriller do Michael Jackson.
Outro ponto positivo é ver que o diretor está trazendo mais e mais referencias dos quadrinhos. Tivemos Wolverine com visual do Arma X, como também uma certa ave pra agradar os fãs dos quadrinhos. Isso sem mencionar a Sala de Perigo dos X-Men.
Mas independente disso, X-Men Apocalipse é um filme divertido e vale pela adrenalina. É bom ver os primeiros dias da equipe dos X-Men que realmente conhecemos.
Opinião
Bryan Singer conseguiu se afastar da série original e ao fim de X-Men Apocalipse, temos certeza que uma continuação está engatilhada. O final deixa claro isso, talvez sinalizando que ele realmente faça tudo que ele não conseguiu fazer em X-Men 3.
O que surpreende é que o filme está mais costurado com os dois anteriores, sempre mostrando lembranças dos personagens e pautando a nova cronologia nos cinemas. Por isso, vale o aviso que é bom rever os dois primeiros filmes antes de assistir o novo.
Tem cena extra? Tem sim e com certeza nos deixou bem interessados sobre as consequências dela.
Nota
4/5