Esqueça todos os shoujos que você já viu; a Panini nos traz de presente desta vez a história de um cara que, apesar de se absurdamente legal, nunca conseguiu declarar seu amor pra nenhuma das meninas que gostou devido ao seu jeitinho peculiar. Conheçam Takeo Gouda, a estrela de Ore Monogatari, um dos lançamentos da Panini no último Fest Comix.
A história
Takeo Gouda é um colegial, mas não parece; com um porte muito mais adulto do que seus colegas, ele passaria facilmente por um atleta de alguma modalidade de arte marcial ou por um assalariado normal. Apesar de ser um cara legal, idolatrado por todos os seus colegas de equipe, sua aparência o atrapalha num quesito bastante delicado: chegar ao coração feminino.
Seu melhor amigo, Sunakawa-kun, é o extremo oposto; ele tem uma aura de “príncipe cool” que espalha por onde passa sem fazer absolutamente nenhum esforço, não parece se interessar por muita coisa além de estudar e, para piorar, todas as meninas de quem Takeo já gostou na vida se declaram para ele e são imediatamente rejeitadas. Apesar desses detalhes, ambos são amigos de infância e quase todo mundo estranha que duas pessoas tão diferentes sejam tão amigas, mas nenhum dos dois se importa.
A vidinha comum deles dá uma reviravolta quando, num dia em que voltavam da escola de metrô, Sunakawa vê um cara passando a mão em uma estudante. Ao ver a cena, Takeo não se intimida e defende a menina, levando o tarado aos guardas da estação e dando-lhe uma senhora muqueta quando o meliante diz com todas as letras que ela “pediu pra passar a mão porque estava de sainha curta” (sem comentários). Quando a garota agradece pela ajuda, Takeo percebe que está apaixonado mas, devido ao seu passado, não alimenta esperanças.
O ocorrido lhe rende uma suspensão e, enquanto está discutindo o assunto com Sunakawa em sua casa, é surpreendido com uma visita: a garota do metrô, a doce e meiga Yamato, vem até sua casa para agradecer mais uma vez por tê-la salvo e traz um doce para comerem todos juntos. Ao ver a dedicação da menina, Takeo interpreta que ela está gostando de Sunakawa, mas… será que é isso mesmo?
A edição brasileira
Assim como todos os shoujos da Panini, Ore Monogatari veio com papel pisa brite (jornal). As contra-capas não trazem imagens exclusivas, apenas a palavra das autoras e o título do mangá numa forma estilizada que ficou bem bacana.
Para minha alegria, o projeto gráfico da capa é bem sóbrio, mas cumpre sua função de chamar nossa atenção com a cor na medida certa.
Opinião
Nunca tinha ouvido falar de Ore Monogatari até um amigo me contar a história meio por cima. Lembro que na ocasião nem dei muita atenção e essa conversa caiu num breve esquecimento até o anúncio da publicação do título no Brasil.
Me apaixonei instantanemente pela obra e pelos personagens, a ponto de lamentar a periodicidade bimestral do título. Os personagens são muito carismáticos (adorei o contraste entre a personalidade “tanto faz” do Sunakawa e o jeito despachado de sua irmã mais velha) e escondem inúmeras possibilidades.
A inocência de Takeo chega a ser um crime, mas combinada com a seriedade de Sunakawa dá o charme da trama. A história me lembrou um pouco do saudoso Otomen, na qual o protagonista prendado Asuka (Ichigo Kurosaki cover) era apaixonado por uma garota valente, que praticava artes marciais e conseguia a proeza de fazer uma marmita com ingredientes preparados de forma bem distante da comestível. A diferença é que, no caso de Ore Monogatari, Takeo está acostumado a não ser correspondido enquanto Asuka não percebe que tem meninas a fim dele porque só tem olhos para uma em especial.
Espero que o título faça o sucesso que merece, pois já no primeiro volume deu pra perceber que vale a pena reler sempre. Para quem perdeu o lançamento no Fest Comix, já é possível encontrar o título nas bancas. Garantia certeira de diversão.