Eles só queriam rever a mãe. Mas era de se esperar que um poder tão magnífico tivesse um efeito colateral proporcional… Duas crianças que tiveram a inocência arrancada e agora lutam para reaver aquilo que perderam.
Senhoras e senhores, tenho o prazer de reforçar que Fullmetal Alchemist está novamente em nossas bancas e, desta vez, numa edição bem bacana. Convido todos a voltarem comigo ao mundo da alquimia e da troca equivalente.
Relembrando o começo da jornada
Dois irmãos chegam a uma cidade remota, levados por rumores de que poderiam encontrar aquilo que procuram. Eles são Edward Elric, um baixinho invocado, e Alphonse Elric, que traja uma armadura imponente. Ambos são alquimistas até que famosos, apesar de serem bem jovens.
Os moradores do local seguem a religião do Deus Sol Leto, difundida no local por Pai Cornello, que supostamente possui poderes divinos. Os irmãos se interessam por tal poder e, no calor do momento, acabam revelando suas identidades e confirmam sua popularidade. Além disso, Edward é ninguém menos do que o Alquimista de Aço, um Alquimista Federal e isso já é o suficiente para chamar a atenção indevidamente.
Rose, uma menina sofrida que não tem família e perdeu o noivo em um acidente há pouco tempo, tenta convencer Ed sobre os benefícios de ter uma religião e seguir os preceitos do Pai Cornello. Ed, por sua vez, reforça não ter apreço por nenhuma religião, pois sua condição como cientista não permite. Entretanto, instigado pelos boatos sobre o poder misterioso do sacerdote, resolve ver mais de perto.
Eles descobrem que o profeta não só é um charlatão, como também está usando o poder da Pedra Filosofal, a ferramenta perfeita para se realizar a alquimia pagando um preço ínfimo. No meio da luta, Rose descobre o real motivo da incredulidade de Ed diante da religião: ele e o irmão tentaram reviver a mãe morta através da alquimia e o resultado foi desastroso. Ed perdeu perna esquerda e Al o corpo todo. Sacrificando a mão direita, Ed conseguiu trazer pelo menos a alma do irmão e fixá-la na armadura, dando a ele um corpo provisório.
Pai Cornello não se compadece da história dos irmãos e se joga na luta, com direito a quimera e tudo. O único problema é que ele começa a ter reações estranhas de tanto usar a Pedra e os meninos descobrem que o artefato não é verdadeiro. Aproveitando-se da confusão do oponente, Ed vence a batalha e acaba por deixar Rose horrorizada com a verdade sobre os irmãos e pesarosa por ainda acreditar que Pai Cornello trará seu amado de volta à vida. Lamentando que a garota ainda precise se amparar em uma tábua de salvação bichada, os irmãos seguem viagem, em busca de um meio de recuperar seus corpos por inteiro e fazer as pazes com suas consciências.
Uma reedição feita com carinho
Fullmetal Alchemist é um dos mangás favoritos de quase todo mundo (inclusive meu) e, devido a isso, um pedido constante desde que a JBC começou a reeditar títulos publicados há algum tempo.
Quando finalmente este momento chegou, nada mais justo do que fazer uma edição bacana e cheia de detalhes importantes: o formato maior valorizou a arte, bem como o papel off-set, que tem maior durabilidade (e não, não vi transparência).
Além disso, como a tecnologia evoluiu bastante, as imagens não estão todas chapadas em preto, permitindo que os detalhes dos desenhos sejam vistos. Aquelas caixas brancas horrorosas que serviam para tampar o idioma original não existem mais e isso, na minha opinião, foi um avanço considerável.
Alguns diálogos foram revistos mas fiquem tranquilos, pois o Ed continua esquentadinho, o Al educado e o Coronel Mustang ge-ni-al. Alguns puristas podem reclamar um pouco, mas os pecados capitais continuam com seus nomes traduzidos para o português, não que isso não seja uma das formas de se adaptar os personagens.
Sabemos que a primeira edição foi traduzida pela Karen Kazumi Hayashida a partir dos volumes 3 e 4 (equivalentes ao segundo japonês), então estamos na expectativa para saber se ela será creditada a partir do volume 2, já que este primeiro teve a tradução assinada pelo veterano Luiz Kobayashi.
A capa ficou linda e os assinantes foram presenteados com uma sobrecapa (que também pode ser um pôster) maravilhosa, com uma imagem incrível dos irmãos Elric.
Minha única ressalva seria a falta das orelhas; já que é uma reedição, poderia ter vindo com orelhas, mas nem tudo é sempre do jeito que sonhamos. De qualquer forma, a edição ficou linda e espero que os demais volumes mantenham a qualidade do primeiro.
Mangá bom de verdade
Fullmetal Alchemist é o shonen por excelência. Os protagonistas passam por um verdadeiro inferno para obter alguma habilidade, que os salva nos momentos de necessidade, ao mesmo tempo que os afunda mais e mais na maldição.
Eles mal entraram na adolescência e já tem mais bagagem que adultos feitos. Ed só pensa em trazer Al de volta a recíproca também é verdadeira: para o caçula, o irmão mais velho precisa recuperar seus membros. Durante seu caminho, eles ainda vão ver muita coisa, fazer amigos, aliados e perder cada vez mais sua inocência, até que consigam conquistar o que almejam… se a Lei da Troca Equivalente permitir.
Agradecemos ao pessoal da JBC que, gentilmente, nos mandou o exemplar para análise (e com sobrecapa!!! Kyaaahhhhh).
Abrindo a nova edição!