segunda-feira, dezembro 23, 2024
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Review | Saint Seiya Kazenban #1

“Os guardiões do universo hão de vencer o mal. O seu destino é combater por um mundo ideal…” Já faz pouco mais de 20 anos que fomos atingidos pela febre Cavaleiros do Zodíaco, na saudosa Rede Manchete. Os jovens guerreiros que rasgam os céus com seus punhos para proteger a deusa Atena completaram 30 anos de existência no Japão e, como parte das comemorações, a editora JBC trouxe alguns presentes para os fãs, dentre eles, a versão kazenban da obra original de Masami Kurumada. Claro que não ficaríamos de fora dessa festa e vamos falar um pouquinho desse lançamento nesse JMangá.

Relembrando a história

Um casal de turistas está passeando tranquilamente pelas ruínas gregas quando veem uma estrela cadente cruzar os céus e, logo em seguida, um barulho ensurdecedor. Indo até a origem do som, encontram um rapaz caído e cheio de machucados. Eles tentam ajudá-lo, mas logo aparece uma mulher mascarada e misteriosa atrás do garoto e o casal foge desabalado.

O rapaz é Seiya, um aprendiz de cavaleiro que está prestes a passar por uma batalha dura, que irá definir o cavaleiro de Pégaso. A mulher é Marin, sua mestra. Seiya foi enviado à Grécia seis anos antes para ser treinado e se tornar um cavaleiro. Depois de uma luta difícil e de uma perseguição por mero preconceito, Seiya retorna ao Japão vitorioso.

Enquanto isso, no Japão, a milionária Saori Kido, presidente da Fundação Graad e herdeira do magnata Mitsumasa Kido, anuncia à imprensa que a Fundação sediará um torneio de artes marciais jamais visto, a Guerra Galáctica. Dez cavaleiros competirão em lutas mortais, motivados por um prêmio incomparável: a armadura de ouro. Esses cavaleiros eram órfãos acolhidos pela fundação e enviados para os quatro cantos do mundo para treinar e tornar-se merecedores da armadura. De 100 (sim, você leu certo: CEM), apenas esses 10 voltaram com vida e lutarão pelo prêmio.

Contra capa da edição brasileira… alguém aí sabe grego?

No meio da coletiva, Seiya aparece todo esquentado e chama Saori para uma conversa um tanto quanto indigesta, uma vez que o rapaz só foi para a Grécia sob a promessa de que, se trouxesse a armadura, que poderia ver sua irmã mais velha novamente. Saori se esquiva informando que a moça está sumida desde que Seiya viajou, mas faz uma nova promessa, dizendo que, se ele for o campeão, a Fundação não medirá esforços para localizá-la.

Depois de uma exibição gratuita de testosterona entre Seiya e Jabu, outro dos competidores, o cavaleiro de Pégaso sai descontente; ele não confia em Saori e odeia que as coisas não saíam como ele queira. De qualquer forma, uma amiga de infância o aconselha a participar e Seiya irá perceber que o caminho para encontrar sua irmã será mais árduo do que imagina. Agora, mesmo sem dar muita importância ao fato, ele é um cavaleiro de Atena e deverá se portar como tal, para que a esperança não se torne em desgraça.

O primeiro kazenban brasileiro

A volta do mangá clássico de Saint Seiya realmente foi em grande estilo: esta nova edição foi publicada em formato kazenban, que nada mais é do que uma versão de luxo da publicação, geralmente com páginas coloridas, alguns extras e menos volumes, já que os kazenban têm mais páginas.

A versão brasileira é praticamente igual à japonesa, exceto por dois detalhes: o papel da edição japonesa tem uma textura mais lisa e brilhosa, enquanto no nosso foi utilizado o lux cream. A capa da versão japonesa é cartonada com sobrecapa e a brasileira tem capa dura.

Capa brasileira do Kazenban de Saint Seiya

As páginas coloridas foram reproduzidas direitinho (tanto as coloridas por completo quanto aquelas que têm predominância de duas cores, como as avermelhadas) e alguns termos foram alterados. Atena agora é grafado sem o “h” costumeiro (achei estranho, já que Santia Shô segue o padrão adotado anteriormente) e Pegasus foi grafado com sua versão em português, Pégaso.

Seiya se dando mal em uma das páginas coloridas

Por enquanto, os nomes dos golpes permaneceram como nos acostumamos a ouvir e ler por aqui (o clássico Pegasus Ryusei-Ken, que seria algo como Punho da Estrela Cadente de Pégaso, continua adaptado como Meteoro de Pégaso), mas por enquanto não vi nenhuma preleção do tipo “me dê sua força, Pégaso” ou “Venha Cobra”. As adaptações dos nomes de alguns personagens foram mantidas, ou seja: Shaina continuou sendo Shina e Miho (a garota do orfanato, uma das 357 namoradas do Seiya) ainda é Mino. Ao longo da edição, existem várias notinhas explicativas que são muito bacanas, pois ao mesmo tempo que agradam aos fãs mais xiitas, respeitam quem está fazendo contato com a história do mangá pela primeira vez.

Amostra das páginas coloridas

Opinião

Confesso que me surpreendi muito quando fiquei sabendo deste anúncio e cheguei a me perguntar o porquê; mas não precisei ir muito a fundo para encontrar uma resposta que me satisfizesse.

Saint Seiya (ou Cavaleiros do Zodíaco, como prefiram), foi realmente um marco na história dos animes no Brasil. Muita gente é fã desse tipo de mídia até hoje por causa da Manchete, que sempre trazia coisas diferentes e bacanas (como os Metal Hero e os Tokusatsu). Além disso, é um pontapé inicial para este tipo de publicação no Brasil, que está acostumado a ver versões luxuosas de comics americanos, mas não de mangás.

Pôster interno da edição brasileira

Apesar da periodicidade ser um pouco salgada para os mais afoitos, torço muito para que dê certo e abra portas para outras publicações do tipo. Mesmo sabendo que a história tem uns furos do caramba e que as sagas têm praticamente o mesmo desenvolvimento, tenho um carinho enorme por Saint Seiya e seus derivados, que me transportam para uma época feliz da qual sinto muita falta.

Esquema de montagem das armaduras de Pégaso e Dragão

Espero que, já que a JBC tornou-se a nova casa dos Defensores de Atena, que republiquem um dia o Episódio G, uma saga muito bem escrita e desenhada (sim, adoro o Aioria versão guerreira mágica). Vou continuar na torcida!!

Agradecemos à editora JBC que, gentilmente, nos mandou o exemplar para análise.

Texto: Luana Tucci
Edição e Diagramação: Giuliano Peccilli

Luana Tucci de Lima
Luana Tucci de Lima
Fã incondicional de CLAMP, Nobuhiro Watsuki e Yuu Watase. Adora mangás Yaoi , Turma da Mônica e... mordomos de óculos.

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