Mais uma republicação chega às bancas brasileiras; agora chegou a vez de um clássico mais cult, um mangá que influenciou gerações de artistas e é reverenciado até hoje: Lobo Solitário. Nós conferimos a nova versão e contamos um pouquinho para vocês nesse JWave.
Relembrando a história
Itto Ogami é um homem misterioso, que anda pelo país com sua espada e filho a tiracolo, alugando um ou outro, desde que se pague a taxa de 500 ryos (moeda japonesa da época). Vivendo dessa forma, é natural que apareça todo tipo de uso para seus “produtos” e esse é um dos ganchos que move a história, que fica mais interessante a cada capítulo.
Em meio a assassinatos planejados das maneiras mais incríveis e intrigas plantadas em toda parte, Ogami segue no Meifumadou (caminho errante do mundo dos mortos), enquanto busca realizar seu verdadeiro desejo: vingar-se de uma certa família tão importante quanto fora a sua um dia: os Yagyu.
Em uma das histórias deste volume, que mostram as reminiscências de Ogami, descobrimos que existem três famílias de plena confiança do governo: o clã Kurokuwa de espiões, o clã Yagyu de assassinos e o clã Ogami de executores, um cargo de suma importância, uma vez que o executor ajuda os daimyos que irão cometer o seppuku.
Neste primeiro momento ainda não fica claro o motivo pelo qual Ogami quer vingança, mas é impressionante o modo como ele a busca e como não teme nada. Seu filho, o pequeno Daigoro, vai crescendo enquanto entende o significado da honra para um verdadeiro samurai.
A reedição
Lobo Solitário voltou às bancas brasileiras em grande estilo, em uma edição tão bacana quanto a de Vagabond ou Slam Dunk. Desta vez, o tamanho ficou ideal para apreciar a obra e o papel escolhido foi o off-set.
A capa do primeiro volume traz um desenho do mestre Frank Miller e a contra-capa uma bela imagem de Goseki Kojima, que também é o responsável pela arte do mangá (roteiro de Kazuo Koike). Esta reedição traz novamente Drik Sada como tradutora e a edição foi compartilhada entre Beth Kodama e Bruno Zago.
É costume haver um glossário nos mangás publicados pela Panini, mas este, assim como o de Noragami, chamou mais minha atenção por causa do cunho histórico da trama. Achei bacana conhecer os termos originais, entender suas adaptações e, para os termos mantidos, entender o que realmente significam, mesmo que dê para deduzir no decorrer da história.
Opinião
Clássicos voltando às bancas é sempre algo que nos deixa felizes, ainda mais um desse calibre. Você pode até não curtir mangá de samurai, estranhar o traço ou até mesmo achar que a leitura é um pouco difícil, mas recomendo que leiam a história antes de julgar; garanto que a experiência é válida e inesquecível.
Agradecemos à editora Panini que, gentilmente, nos encaminhou o exemplar para análise.