Antes mesmo de começarmos a lamentar o término iminente de Aoharaido, chega mais um shoujo às bancas brasileiras. One Week Friends é um dos novos lançamentos da Panini e você confere conosco um pouquinho sobre o que achamos dele.
A história
Yuuki Hase é um garoto muito bonzinho. Aluno do segundo colegial, tem algumas dificuldades com a maioria das matérias e o foco de sua atenção é Kaori Fujimiya, uma colega de classe que vive isolada do resto da turma.
Um dia, ambos ficam responsáveis pelo recolhimento dos cadernos na sala de aula e, com muito esforço, Yuuki tenta se aproximar de Kaori, ao que ela retribui ignorando-o solenemente. Ao final da tarefa, antes que Yuuki se afastasse, Kaori resolve agradecer pela ajuda. O garoto resolve aproveitar para perguntar se eles poderiam ser amigos, mas leva um fora.
Intrigado com a atitude da garota e meio que encorajado por seu melhor amigo, Yuuki insiste e consegue almoçar com a colega durante a semana toda. Na sexta-feira ela mal toca na comida e pede a ele que se afaste dela e esqueça tudo sobre o que conversaram e viveram durante esse período. Decidido a não acatar o pedido de Kaori, finalmente descobre seu segredo: as memórias felizes com relação aos amigos somem depois de uma semana.
Mesmo sabendo que seria uma dura tarefa, Yuuki resolve não desistir dessa amizade e, toda vez que uma nova semana começa, ele a convida para ser sua amiga como se fosse a primeira vez. E assim começa essa linda história de amizade e, quem sabe, de amor…
A edição brasileira
One Week Friends vem na mesma linha dos outros shoujo da editora Panini, com papel pisa brite. A primeira página é colorida e a capa fosca, combinando com o clima fofinho do mangá.
A tradução ficou sob responsabilidade de Renata Leitão e a edição foi dividida entre Camila Cysneiros e Pedro Catarino.
Opinião
A despeito de ser uma obra que fala de uma “doença”, One Week Friends é muito fofo. Não conheço outras obras da autora, mas o traço da obra me engana um pouco, fazendo com que os personagens não aparentem ter a idade que realmente têm (quando vi o professor de matemática achei que ele era o representante de classe). Além disso, essa fofura excessiva me tira um pouco o foco de que estamos lendo sobre algo triste (não é meigo ou engraçado esquecer dos momentos felizes que passamos com as pessoas com quem nos relacionamos).
A amnésia seletiva da qual Kaori sofre pode ter origem em algum bullying sofrido na infância, como aponta o melhor amigo do protagonista, o “sincero até demais” Shougo. Espero que isso seja mais explorado nos próximos volumes, pois pode ser a diferença entre uma boa história e algo jogado no ar apenas para ter a desculpa dos dois se apaixonarem.
Algo que achei bem interessante foi o fato das tirinhas yon-koma se misturarem à história como parte dela, e não como extras. A transição delas para a história “normal” é bem natural e não tira a atenção, mas contribui para que a atmosfera do mangá permaneça leve. Não consegui me emocionar ou me solidarizar em nenhum momento com a situação de Kaori (Shougo e eu somos muito parecidos de fato).
Mesmo que o mangá não tenha capturado meu coração neste primeiro volume, vou continuar acompanhando. Quero ver se o esforço de Yuuki valerá a pena e se Kaori irá superar seu problema e seguir em frente. Pode ser que eu me surpreenda, afinal, a amizade verdadeira faz milagres.
Agradecemos à editora Panini por ter encaminhado o exemplar para análise.