Anunciado pela Panini na CCXP 2016, Sherlock chegou às bancas brasileiras na segunda metade de março e é a estrela deste JMangá. Se você assistiu à série da BBC e está curioso para saber qual é a da adaptação, chega mais!
A história
Dias atuais. Suicídios noticiados em série obrigam a Scotland Yard a fazer uma coletiva de imprensa para tentar tranquilizar a população. Enquanto isso, o doutor John Watson inicia seu dia, ao acordar de um pesadelo frequente: seu período na guerra do Afeganistão.
Depois de ouvir mais uma vez da terapeuta que deveria insistir na escrita de um blog, Watson resolve passar um tempo no parque para refletir. Lá, reencontra um conhecido da época de residência no hospital militar, Mike, e ficam relembrando alguns fatos até que Watson menciona não ter dinheiro para arcar com o custo de vida em Londres e seu antigo colega pergunta se ele não desejaria dividir o aluguel com alguém…
Visivelmente entediado, Sherlock Holmes está perturbando uma legista no hospital militar e batendo com um chicote em um cadáver recém chegado (?!) a pretexto de verificar um álibi. Neste momento, Watson entra com Mike e nosso protagonista já o bombardeia com deduções a seu respeito e o informa que é com ele que irá dividir o aluguel.
Meio atordoado com esse primeiro encontro, Watson acompanha Sherlock ao apartamento 221B da Baker Street, seu novo endereço. Não muito tempo depois de sua chegada, Sherlock recebe a visita do inspetor Lestrade, que pede sua ajuda com um caso. Watson o acompanha como assistente, observa seu modus operandi e fica mais uma vez surpreso com o brilhantismo de suas deduções.
Quase certo de que existe um assassino por detrás dos suicídios e de posse de informações e mais deduções preciosas, Sherlock vai ao encontro da pista suprema que o fará solucionar o caso… Ou torná-lo mais uma das vítimas. Diante de uma situação atípica, os recentes laços que uniram duas pessoas tão diferentes serão postos à prova. E você não vai querer perder o resultado.
A edição brasileira
O mangá do sociopata funcional mais amado do mundo chegou ao Brasil em uma edição linda e muito caprichada, no mesmo naipe de Vagabond e de One Punch Man (acendendo uma vela para Pluto vir igual), com orelhas e papel off set. As páginas coloridas super charmosas foram mantidas.
A tradução ficou por conta de Lídia Iwasa, a edição foi dividida entre Beth Kodama e Beatriz Bevilacqua e as letras sob responsabilidade de Gustavo Figueiredo.
Opinião
Ainda não assisti ao seriado da BBC (mesmo tendo adquirido minha carteirinha de Cumberbitch, me julguem), mas isso não me atrapalhou em nada, acreditem. Quando era mais nova, li algumas histórias de Sherlock Holmes, mas confesso que não fiquei com nenhuma marcada na memória, embora o personagem me agrade bastante e a ideia de vê-lo adaptado para os dias atuais de uma maneira condizente seja ótima.
O mangá fez com que eu despertasse não só a vontade de assistir assim que possível ao seriado, como também corresse atrás da versão original do caso, “Um Estudo em Vermelho”, para satisfazer minha curiosidade. Os personagens desenhados por Jay são bem charmosos, apesar de eu confundir algumas vezes Lestrade (que me lembrou um pouco também o delegado urso de Yakumo) e Watson… e de Mycroft ficar um pouco parecido com o vilão Pinguim dos anos 90; ainda assim, a arte continua incrível.
A narrativa tensa e leve ao mesmo tempo me empolgou bastante (assim como o bromance entre Holmes e Watson, a quem quero enganar???), fazendo com que eu relesse mais de uma vez a obra (enquanto fazia essa resenha, acabei não resistindo e lendo de novo), que não tinha chamado minha atenção até então. O que posso garantir é que, mesmo que você não seja fã do personagem, irá se divertir com uma história da melhor qualidade.
Agradecemos à editora Panini por ter cedido o exemplar para análise.