Mais uma vez as viagens de Inio Asano chegam às bancas brasileiras, porém agora pela editora Panini.
A Cidade da Luz (Hikari no Machi) é um mangá de volume único, no qual histórias cotidianas nos fazem pensar no que a vida reserva para cada um de nós. Confira neste JMangá.
A história
Construída em um lugar onde antes só havia uma colina, esta cidade é chamada pelos moradores de Cidade da Luz. Nela, todos os dias, histórias se entrelaçam em algum momento, enquanto é sobrevoada por um ônibus no qual espíritos sobem para chegar ao seu destino final.
Enquanto isso, na Cidade da Luz, um garoto atua como acompanhante de suicidas, sem saber que o pai de sua melhor amiga é um de seus clientes. A garota, por sua vez, persegue um homem que a esfaqueou sob alegação de ser um stalker, mas a verdade é bem diferente.
Um mangaká que nunca cumpre os prazos anda pela cidade com sua namorada buscando referências, enquanto pensa em como a vida pode ser diferente de acordo com as escolhas que fazemos.
Uma professora primária vai parar de dar aulas para se casar, sem saber que um de seus alunos, na verdade, é parte de alguém que ela conhece há muito tempo e foi obrigada a se afastar pelas circunstâncias da vida.
O pretenso stalker luta para comprar novamente a Cidade da Luz e fazê-la voltar ao que era antes, ao mesmo tempo em que tenta viver em paz com sua nova família.
Em todas as histórias, percebe-se um tom de melancolia. Quando elas se entrelaçam, os personagens entendem seu papel em suas vidas e tomam suas próprias decisões, baseadas no que esperam delas daí em diante.
A edição brasileira
Imaginei que, por ser um volume único, que a Cidade da Luz viria em papel off-set, mas o pisa brite foi a estrela da vez.
A capa com laminação opaca deu destaque à ilustração e o projeto gráfico simples contrastou com o visual da obra, resultando em uma edição interessante.
A tradução ficou a cargo de Lídia Ivasa e a edição dividida entre Beth Kodama e Beatriz Bevilacqua.
Opinião
Acho as obras de Inio Asano interessantes e, ao mesmo tempo, instigadoras. Nem sempre o que parece certo é o certo, e aquilo que, para nós certamente é errado, pode não ser tão errado assim.
Seus personagens são pessoas comuns, que passam por situações comuns, mas permeadas por um véu sobrenatural que tornam as histórias mais humanas do que deveriam ser. A melancolia já mencionada pode ser considerada como um dos personagens e dá o tom de toda a obra, uma das mais intrigantes lançadas neste ano.
Para aqueles que, como eu, gostam de histórias que fazem pensar no sentido da vida, A Cidade da Luz é uma ótima opção.
Agradecemos à Editora Panini por ter encaminhado o exemplar para análise.