sexta-feira, novembro 8, 2024
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Crítica | Viva – A Vida é Uma Festa

Sabe daquelas animações que o trailer você acaba não dando nada pra ele, mas acaba absurdamente surpreso com resultado final? Esse é o caso de Viva – A Vida é Uma Festa, que apresenta um trailer morno sobre um garoto que para no mundo dos mortos e precisa fugir de lá antes de se tornar definitivo por lá.

Dirigido por Lee Unkrich, o filme foi uma enorme surpresa, quando somos realmente somos apresentados ao seu mundo. Tocante, emocionante, “Viva – A Vida é Uma Festa“ é pra te fazer chorar, por isso não ignore meu aviso e leve um lenço para o cinema. Você irá precisar dele se quiser sair do cinema com alguma compostura.

Voltando a História

Conhecemos a história de Miguel, um garoto que vive numa família que aboliu a música de suas vidas. E assim, ele que é sapateiro nas horas livres, acaba tendo que esconder sua vocação e desejo de se tornar músico.

Ninguém sabe o que aconteceu na família Rivera, porém a música foi banida e a família se tornou os melhores sapateiros da região. Miguel ainda não trabalha com eles, porém trabalha nas ruas, dando valor ao dinheiro e a profissão, por mais que sua ambição seja os palcos.

Só que um dia, ele acaba descobrindo numa foto de sua família que provavelmente ele seja tataraneto do grande artista Ernesto de la Cruz. Tirando conclusões sobre o porquê de a música ter sido banida por sua família, ele acaba tirando o violão do túmulo de Ernesto, assim caindo no mundo dos mortos, bem na véspera do Dia dos Mortos.

Vale aqui posicionar que no Dia dos Mortos, temos uma enorme festa nas ruas do vilarejo. E Miguel apenas quer tocar sua música, mas sua família descobre e seu violão é destruído, por isso ele toma a medida drástica de roubar o violão de Ernesto de la Cruz.

No mundo dos mortos, ele acaba fugindo da família Riviera que quer mandar ele de volta com a condição de nunca mais tocar num instrumento musical. Assim ele faz amizade com malandro Héctor, tentando assim encontrar o famoso Ernesto de la Cruz.

E assim as aventuras de Miguel e Héctor seguem no Mundo dos Mortos, aonde a contagem regressiva do Dia dos Mortos fará com que Miguel fique preso pra sempre lá.

Opinião
Repleta de músicas que remetem a cultura mexicana, “Viva – A Vida é Uma Festa” apresenta personagens e uma mitologia riquíssima que é paixão a primeira vista.

Vivendo e crescendo assistindo produções mexicanas, como Chaves, Chapolin e diversas novelas mexicanas, acaba que não gera nenhum estranhamento em aprender uma cultura diferente da nossa.

Agora, a família Riviera tem segredos a serem revelados na trama e muitos deles estão em torno da matriarca viva da família. E é justamente com ela e sua relação com aqueles que já se foram, acaba tocando seu coração com a canção “Remember Me”.

O filme bate na tecla que no Mundo dos Mortos só permanecem aqueles que são lembrados pelos vivos. E conhecemos toda uma sociedade moldada por quem é lembrado e por quem é esquecido. Um artista vive em um castelo por ser bem lembrado, enquanto aquele que não tem familiares vivos, acaba vivendo na periferia, podendo até deixar o Mundo dos Mortos, quando for completamente esquecido.

Sendo assim, o filme “Viva – A Vida é Uma Festa” se constrói uma trama que atinge diversos públicos por apresentar diferentes camadas que tocam de diferentes maneiras.

Sem entrar em mérito de entregar spoilers, o filme me tocou por ter uma “Mamá Coco” em minha família. E chorei que nem uma criança por lembrar da minha avó e suas histórias de infância, acabarem sendo muito parecidas com a da “Mamá Coco”.

Podemos definir que esse é um filme que fala da família, não só aquela que está contigo, mas também aquela que se foi. Sendo um filme para toda família, ele cumpre seu recado, fazendo com que pensamos e refletimos sobre nossas famílias. Talvez até invejando que não tenhamos um “Dia dos Muertos”, como a cultura mexicana tem (por mais que tenhamos algo muito próximo disso no mesmo período).

O “Viva – A Vida é Uma Festa” chega aos cinemas no dia 4 de janeiro. E não deixe de ir aos cinemas e se emocionar com sua história e seus personagens. É bem provável que seus olhos saiam marejados e que você pense na sua família, porém não perca a chance de ver uma animação do padrão de qualidade da Pixar nos cinemas.

Pôsteres

Trailer

Agradecemos a Disney Brasil pelo convite

Giuliano Peccilli
Giuliano Peccillihttp://www.jwave.com.br
Editor do JWave, Podcaster e Gamer nas horas vagas. Também trabalhou na Anime Do, Anime Pró, Neo Tokyo e Nintendo World.

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