Poderíamos falar que esse é o sexto filme da saga “O Exterminador do Futuro”, mas estamos falando de um novo terceiro filme. De volta aos cinemas e dessa vez com a missão de arrumar a casa, James Cameron convocou Tim Miller (de Deadpool) para dirigir o novo filme.
A primeira coisa que devemos saber aqui que agora só valem O Exterminador do Futuro de 1984 e O Exterminador do Futuro: O Julgamento Final de 1991. Esquece tudo que foi feito depois e se concentre na saga criada pelo James Cameron nos cinemas. Tendo coisas boas e ruins, os filmes seguintes confundiram a saga e as vezes é mais fácil voltar ao original e recomeçar do que tentar costurar o que foi feito por outras pessoas.
Assim, em 2019 temos um novo filme que apresenta personagens clássicos, uma nova geração, ao mesmo tempo em que se concentra em contar uma boa história e trazer o prestígio que a saga ganhou nos anos de 1980 e 1990.
Lembrando que o nosso review tem spoilers.
Um novo momento
O mundo mudou muito desde 1991. Sarah Connor (Linda Hamilton) e seu filho salvaram o futuro de uma destruição realizada pelas máquinas. Mas o que veio depois disso? Será que o mundo realmente ficou a salvo da Skynet?
A resposta é Sim e Não, porque em 1998, um exterminador conseguiu viajar no tempo e matou John Connor. A consequência disso foi uma mãe sem seu filho, mas não tivemos mais a Skynet para contar história.
Assim estamos em 2022, em que os irmãos Dani Ramos (Natalia Reyes) e Miguel Ramos (Diego Boneta) vivem no México e trabalham numa fábrica próxima. E o que parecia um dia comum, acaba se revelando uma perseguição aos moldes que conhecemos bem da saga.
Temos o Rev-9 (Gabriel Luna) vindo do futuro pronto para matar a família Ramos. E ao mesmo tempo temos a chegada da Grace (Mackenzie Davis), uma humana aprimorada que vem salvar e evitar que ele tenha sucesso.
Nessa perseguição e briga entre humanos e máquinas, Grace é uma humana, mas consegue bater de igual por igual com Rev-9, sendo um show a parte a luta de ambos.
Um novo John Connor?
Sarah Connor rastreia a luta dos dois e aparece para salvar Dani Ramos, percebendo que ela seria um novo John Connor para o futuro.
Recebendo mensagens misteriosas, Sarah Connor se tornou uma “exterminadora” de Exterminadores do Futuro. Sempre destruindo esses estranhos robôs que viajam pelo tempo e espaço, Sarah parece que nunca descansou todos esses anos.
Vingando seu filho morto, Sarah descobre que nesse novo futuro a Skynet não existe mais, porém um novo grupo chamado Legião dominou a Terra e que a Dani fez a diferença, ao salvar e organizar humanos. Uma coisa muito diferente do que ser a mulher que iria gerar um filho que salvou o futuro, o que faz Sarah perceber que Dani tem uma semelhança muito maior com seu filho do que com ela mesma.
Ao mesmo tempo, Grace e Sarah conseguem o endereço daquele que envia mensagens misteriosas, descobrindo que na realidade é O Exterminador T-800 “Modelo 101” (Arnold Schwarzenegger) que matou John Connor. Ele está vivo e ganhou consciência humana, sendo chamado de Carl. Basicamente, toda vez que um exterminador vem do futuro, ele avisa a Sarah Connor e talvez dessa vez, ele poderá fazer a diferença na batalha contra Rev-9.
Opinião
O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio é um novo fôlego a franquia e um “novo” terceiro filme para saga. Anulando outros filmes da franquia, este novo filme soube homenagear e brincar com coisas que aconteceu neles, sendo divertido encontrar essas similaridades em sua história.
Trazendo cenas de luta viscerais, o novo filme consegue contar a sua história e ao mesmo tempo dosar com cenas de luta, revelando que cada vez mais os exterminadores estão se tornando mais fortes e quase impossíveis de serem derrotados.
Rev-9 consegue por exemplo se dividir em dois, ele também vira monstros de ferro (seria uma homenagem a Alien?) entre outras coisas inimagináveis nos filmes anteriores.
Já os personagens novos, assumo que a saga da Dani, Grace e Rev-9 tem sua similaridade com a saga original, ao mesmo tempo que passa a tocha para uma nova geração. Demora para eles conquistarem você, porém eles funcionam e você torcerá pra eles também. E olha que estou falando isso, depois de tantos anos com a Sarah Connor em minha mente.
Tim Miller conseguiu fazer uma parceria com James Cameron, tão interessante quanto Robert Rodrigues teve esse ano com ele em Alita: Anjo de Combate. Não só isso, como empregou um bom humor na relação tensa entre Sarah Connor e Exterminador T-800 “Modelo 101”. Além disso, se Sarah Connor foi um símbolo de mulher forte nos anos de 1980 e 1990, agora temos novos modelos de mulheres poderosas com Gracie e Dani Ramos. É bem interessante pensar e colocar essas 3 mulheres como protagonistas e não homens como foi nos antigos filmes.
Particularmente, achei o filme bem corajoso em matar John Connor nos primeiros minutos e se focar em construir uma nova saga. Poderia ter dado errado, mas não esperamos mais de vinte anos a toa, assim James Cameron arrumou a casa e deixou ela pronta para uma nova geração.
Torço que novos filmes sejam feitos num futuro, porém nesse padrão que foi entregue aqui. Se Skynet já era, espero saber mais da Legião nos próximos capítulos dessa saga que estreia no dia 31 de outubro nos cinemas brasileiros.
Uma cena define esse filme: aquilo que acontece com o John Connor logo no começo do filme….
nem precisa elaborar mais.