O ano de 2020 começou com JRock nos palcos brasileiros. Trazendo a turnê No Sleep Till Tokyo, Miyavi veio ao Brasil numa época repleta de mudanças em sua carreira. Defensor do meio ambiente, Miyavi foi muito além de sua música, deixando sua mensagem aos fãs brasileiros.
Para aqueles que são fãs mais antigos, Miyavi já veio algumas vezes ao Brasil, sendo a primeira vez há 12 anos atrás em dois shows no teatro do Bunkyo, centro da cultura japonesa no bairro da Liberdade em São Paulo. Muita coisa aconteceu nesse tempo, sendo troca de agência, gravadoras na carreira do Miyavi, além de um crescimento profissional em diferentes mídias, se destacando entre elas, no cinema.
Nesse período, o público e os shows no Brasil também mudaram e tivemos o prazer de assistir um show impactante e deixou sua marca no palco do Tropical Butantã em 2020.
Mas quem é Miyavi?
Conhecido com o nome artístico de Miyavi, Takamasa Ishihara (原 崇 雅) nasceu no dia 14 de setembro de 1981 em Konohana-ku (Osaka). Nascido de mãe japonesa e pai coreano, Miyavi era fã de futebol e até chegou a entrar no time de Cerezo Osaka , um time da J-League.
Foi no terceiro ano do ensino médio que o cantor começou a tocar em sua primeira banda, Loop.
Mas se podemos falar algo de Miyavi é que ele sempre foi multi talento, assim em 2004 tivemos seu primeiro filme, o Oresama. Este inclusive foi um filme para lá de pessoal, aonde ele pode revisitar seu passado em uma viagem no tempo por sua vida.
Em 2005, temos o terceiro álbum do Miyavi que é bem lembrado pelos brasileiros, estamos falando de Miyavizm. Décimo álbum mais vendido no Japão, segundo a pesquisa Oricon do mesmo ano, Miyavi cada vez mais se projetava internacionalmente.
This Iz The Japanese Kabuki Rock Tour em 2008 foi a primeira grande turnê no cantor pelo mundo e dessa vez o Brasil esteve incluído num show que foi uma parceria entre JaME e a Yamato Music.
Mas quem disse que seu sucesso ficaria restrito só a música? Miyavi continuou fazendo cinema e dessa vez passando pela versão live-action do animê Bleach e as produções norte-americanas “Invencível” dirigido por Angelina Jolie e a sequência de “Malévola”.
Em 2017, ele se tornou Embaixador da Boa Vontade do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados.
E lembra quando falamos que ele não para de nos surpreender? Em dezembro de 2019, ele anunciou que depois de 10 anos independente, estaria lançando seus trabalhos a partir de janeiro de 2020 pela LDH JAPAN Inc, fundada pelo grupo Exile. Então Miyavi é um artista que é um eterno camaleão, sempre mudando e trazendo coisas novas para a sua carreira.
Mas vamos falar do show de 2020?
Tendo uma fila se formada na frente da casa de show Tropical Butantã, a organização cuidou bem da fila e o público foi bem tranquilo até a abertura dos portões.
Miyavi foi extremamente pontual em seu show no Tropical Butantã. Exatamente às 20 horas, ele entrou no palco e começou com Stars, do seu mais recente trabalho No Sleep Till Tokyo.
Mas quem disse que Miyavi só tocaria sucessos recentes? Logo depois, ele veio com Flashback do Samurai Sessions Vol 2 de 2017.
Seguido de In Crowd do álbum Long Nights de 2018. Assim trazendo mix de seus 3 últimos trabalhos, Miyavi foi cativando público de uma forma simples em que cada nova música era uma apresentação e um show a parte.
Falando português, Miyavi se apresentou e falou que estava tudo bem com ele. Comentou que gostava do Brasil e estava com saudade de vir aqui. Além disso brincou com público sobre sonhos, falando um pouco do sonho de ser jogador de futebol.
Além disso, Miyavi citou um pouco os recentes incêndios no Brasil e na Austrália. Ativista e defensor das florestas, Miyavi atingiu o coração do seu público que até ensaio uns gritos embalados numa das pausas de seu show.
Vale aqui salientar que entre os sucessos que ele tocou nesse momento foi Rain Dance em que originalmente fez dueto com os artistas Daichi Miura e Kreeva.
Ai chegamos no auge do show quando Miyavi tocou No Sleep Till Tokyo levando o público a delírio. E emendou com outra música dançando que foi Samurai 45 do mesmo álbum.
Outro momento que vale aqui destacar é quando ele tocou itoshii Hito (Beta de Suman). Fazendo público se movimentar ao ritmo de uma balada romântica, Miyavi estava em seu melhor momento ali.
E devo aqui confessar que tive a primeira surpresa no show ao ouvir a cover dele de Pink Spider. Fã da música original do hide (do X Japan), essa música é muito especial por ter sido o primeiro sucesso póstumo dele ao ser lançado 16 dias depois de sua morte. Ouvir essa canção na releitura e voz do Miyavi foi impressionante e foi o que poderia ter sido encerramento daquele show pra mim.
Mesmo assim, o show ainda teve algumas surpresas como A-HA do álbum What´s My Name de 2010, seguido de outras músicas de outros álbuns como Fire Bird, DAY 1 e The Others.
Apresentando sua banda e tendo um carisma impressionante no palco, Miyavi ainda trocou de roupa uma vez, trocando roupa branca que estava por uma camiseta preta, parecendo bastante à vontade com público ali presente.
Perto do final, deu pra perceber que houve um desencontro ali entre a equipe de produção com troca de guitarras entre outros problemas pormenores, mas não tirou o brilho da noite que foi exclusivamente do Miyavi.
Fazia alguns anos que não ia no show dele e a Highway fez um ótimo trabalho em trazer o artista ao Brasil.
GALERIA
Playlist – Miyavi – “No Sleep Till Tokyo” – Tour São Paulo 25.01.2020
Miyavi – “No Sleep Till Tokyo” – São Paulo 2020
Data: 25 de janeiro de 2020 (sábado)
Horário do show: 20h
Local: Tropical Butantã (Av. Valdemar Ferreira, 93 – Butantã)
Classificação: 16 anos.
Agradecimentos a Highway Star pelo credencialmento e permitir a cobertura do JWave. Agradecimentos também a Ronnie Pedra pelas fotos e ajudar em algumas informações do show.
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