Parecem longínquos os tempos em que um sistema portátil podia servir para algo além de se simplesmente jogar, mas foi na primeira década dos anos 2000 que o Nintendo DS popularizou jogos como sudoku, picross e mais importantemente para esta análise, a consagrada série Brain Age.
Com ela, a Nintendo conseguiu popularizar o DS entre uma fatia do mercado até então pouco interessada em videogames. Esse pessoal, normalmente de maior idade do que o normal, acabou comprando o console em formato de concha da gigante japonesa não para pular em cima de goombas ou destruir exércitos inimigos, mas para resolver problemas aritméticos e similares diariamente, num regime de treinamento cerebral que crítico algum poderia colocar defeito.
Agora, no Nintendo Switch, a aposta é uma mistura de jogo de velocidade e esse saudoso gênero que ficou para trás na transição de geração dos consoles com Big Brain Academy, uma coletânea de atividades voltada para deixar suas células cinzas em forma. Apesar de não ser exatamente a continuação para Brain Age que muitos gostariam de ver, o jogo não deixa de ser uma distração divertida para quem procura algo para passar o tempo e testar seus reflexos.
Ao adentrar a academia cerebral, você cria seu avatar pequerrucho, coloca seus dados como idade e profissão, e começa a participar num número de atividades de curtíssima duração a fim de treiná-lo para a competição contra a pontuação de outros jogadores, ou até ao vivo, caso tenha companhia para disputar o multiplayer local.
Um currículo escolar extenso, mas será que tira dez?
Há cinco categorias distintas, divididas entre identificar, memorizar, analisar, computar e visualizar, cada uma visando treinar um aspecto diferente da sua visão. As atividades de todas têm algo em comum, são rápidas de se jogar e te pontuar de acordo com a sua precisão e velocidade. E o tempo todo sua idade está estampada na tela.
O que para alguns pode soar como um desaforo para mim acabou sendo uma brincadeira divertida por parte do jogo, mas, infelizmente, diferentemente de Brain Age, Big Brain Academy parece estar mais preocupado em ser uma distração bonitinha do que algo que possa ser levado com mais seriedade, já que o prêmio por se superar os desafios acaba não sendo uma idade cerebral decrescente, mas mimos e itens de caracterização novos para seu avatar.
Nisso, Big Brain Academy deixa um pouco a desejar, já que não há um progresso a ser alcançado a cada nova série de desafios. Isso acaba fazendo com que ele se torne mais uma distração colorida do que um treinamento de fato. Por um lado, para quem nunca ouviu falar de Brain Age, isso pode não vir a ser algo negativo, mas para um jogador como eu, que amava horrores a antiga série, acabou me desapontando.
Sabendo controlar suas expectativas, há um joguinho bacana na Big Brain Academy. Se você não esperar ter uma epopéia gamística de centenas de horas de duração, nem algo extremamente complexo e cheio de mecânicas, vai encontrar um pacote bacana de joguinhos para se distrair com essa coletânea.
Cara, o jogo é ótimo, mas como o redator escreve mal. Tem que dar uma melhorada nessa organização de ideias.