O Comic Con Experience depois de 2 anos em edições online, finalmente retornou ao São Paulo Expo. Trazendo números de fazer inveja a qualquer evento na cidade de São Paulo, o CCXP tem em média 300 mil pessoas por edição e com uma arrecadação acima dos 50 milhões de reais.
Outro número surpreendente é que a Comic Con brasileira superou em números as suas “irmãs” mais velhas, inclusive a mais famosa “San Diego Comic Con” que tem uma média de 180 mil pessoas por edição.
Tendo um valor médio de 300 reais de consumo por pessoa dentro do evento, o CCXP também surpreende ao ter dados que existem pessoas dentro do evento que gastam o valor de até 25 mil reais em produtos que muitas vezes só podem ser encontrado por lá.
Trazendo tantos números impressionantes, o CCXP se consolidou como a melhor opção geek para se manter informado sobre cinema, quadrinhos, animações e lançamentos nas telas do cinema ou na tv com streaming. E quando olhamos pela ótica oriental, CCXP também se consolida como o local com os principais anúncios de mangás, filmes e também adaptações de obras japonesas por lá.
Mangás de todos os tipos
As editoras Panini Comics e Editora JBC estiveram no CCXP para anunciar seus principais lançamentos para 2023. Enquanto a Panini Comics trouxe um leque de quadrinhos e mangás para todos os gostos, a Editora JBC seguiu o caminho de trazer mangás japoneses e muitas produções nacionais para o público brasileiro.
Na linha de mangás, a Panini Comics anunciou: Kieta Hatsukoi (de Wataru Hinekuro e Aruko), My Dress-Up Darling (Shinichi Fukuda), The Elusive Samurai (Yuusei Matsui), Vanitas no Carte (Jun Mochizuki), Darwin Jihen (Shun Umezawa). Yokukashi no Uta (Kotoyama), Elder Ring (Nikiichi Tobita) e Miraculous: Lady Bug & Chat Noir (Riku Tsuchida e Koma Warita).
A Editora JBC por sua vez, anunciou os mangás: Saint Seiya Final Edition (Masami Kurumada), Zom 100: Bucket Listo f the Dead (Koutarou Takata e Haro Asou), The Fable (Katsuhisa Minami), Fullmetal Alchemist 20th Anniversary Book (Hiromu Arakawa), Mermaid Scales and the Town of Sand (Youko Komori), Fênix (Osamu Tezuka) e Astro Boy (Osamu Tezuka). Além de trazer os títulos nacionais também em mangá: Quack: O Caminho do Vento (Kaji Pato), Como Fazer Mangá #2 (Raoni Marqs), The Ghost Who Lurks (Yuri Moraes Amilcar Pinna) e Jiraya (Chris Tex e Santtos).
Vale destacar que o mangá Fênix é o último mangá do Osamu Tezuka que ele produziu de 1954 até 1988. Mesmo inacabada, Fênix já teve interesse de ser publicada no Brasil pelo próprio Maurício de Sousa e recentemente uma animação baseada na mesma obra teve licenciamento mundial anunciado pela Disney em suas plataformas de streaming. Fênix continua relevante na cultura pop, sendo uma das obras do deus do mangá.
Astro Boy também do Tezuka, está chegando ao Brasil depois de 70 anos que começou a ser publicado no Japão. Tendo 23 volumes e concluído só em 1968, Astroboy é um dos símbolos do Tezuka em todo mundo e seu mangá original está sendo publicado no Brasil pela primeira vez.
Depois do sucesso comercial de continuar as aventuras de Jaspion com roteiro de Fábio Yabu e Michel Borges, a Editora JBC dá sequência nesta parceria com a Toei Company e a Sato Company ao trazer Jiraya. A obra que traz roteiro de Chris Tex e a arte Santtos, ganhou um vídeo teaser com as primeiras imagens da sua versão em mangá pela editora.
Palco Bentô foi a representação da cultura japonesa no CCXP
O CCXP também se preocupou em levar a discussão da cultura nipônica para os palcos do evento, assim o Palco Bentô comando por Moo-Chan (Maria Luiza Grantaine), Tatiana Mafort entre outros apresentadores, acabou se tornando o centro de diverso anúncios e discussões sobre animê e mangá.
Teve palestras com jornalistas do seguimento, cosplayers e muita discussão sobre a consolidação do mercado oriental tanto em animação, como impresso.
Crunchyroll
Este ano tivemos a fusão entre os dois maiores serviços de streaming de animê do mundo, depois que foi aprovada a venda da Crunchyroll para a Sony. Assim o serviço recebeu todo catálogo da Funimation se tornando o maior serviço de streaming de animê do mundo com 10 milhões de assinantes pagantes.
Tendo uma mudança de empresas nos bastidores, a Crunchyroll com administração da Sony, acabou alcançando novos investimentos, aumentando a quantidade de títulos com dublagem simultânea com o Japão.
O painel contou com a exibição exclusiva do trailer do filme da Sony Pictures baseado em Cavaleiros do Zodíaco (Saint Seiya).
A empresa aproveitou para confirmar que a série remake de Cavaleiros do Zodíaco foi renovada para a terceira temporada.
Entre as novidades, também foi anunciado a nova temporada de Sorcerous Stabber Orphen e BOFURI, entre outras novidades para 2023.
Muito além da Cultura Oriental
A CCXP em seus 4 dias de evento, teve a vinda de diversos artistas internacionais, como Keanu Reeves e o ator sul-coreano Park Hae-soo (Round 6 e La Casa de Papel – Coreia).
Maurício de Sousa Produções trouxe calendário de lançamentos com a série animada do Astronauta, série em live action do Franjinha e da Milena para HBO Max, entre outros lançamentos até 2024.
A Netflix trouxe um estande enorme com brincadeiras da série sul-coreana Round 6, além de espaços para tirar fotos de suas séries principais, como Sandman.
O evento teve de tudo um pouco, sendo complexo e injusto resumir tantos anúncios feitos por lá. Mesmo não sendo um evento de games, teve um destaque para Super Mario com tantos produtos oficiais, entre eles os da Lego. E as principais lojas de departamento como Riachuelo e a Pernambucanas estiveram por lá trazendo suas linhas licenciadas de personagens do universo oriental, como Naruto.
Num ano de recomeços, CCXP deste ano era um pouco aquém da última edição pré-pandemia, mas considerando tudo que passamos, este marca realmente o retorno dos grandes eventos na cidade de São Paulo. Lotado e com potencial de crescer ainda mais em 2023, CCXP se consolida como a melhor opção de evento do seguimento geek.
Texto produzido originalmente para o Nippon Já