O Festival do Japão é conhecido como a maior representação cultural japonesa no Brasil, transcende suas raízes culturais e desempenha um papel fundamental na manutenção e sustentação das 47 associações das províncias do Japão no país.
Sendo uma porta de entrada para experimentar algo diferente dos tradicionais eventos realizados em São Paulo, o Festival do Japão é lembrado como tal.
Por trás dos seus estandes coloridos, das apresentações artísticas e dos pratos deliciosos, há uma estrutura sólida que sustenta a cultura japonesa no Brasil. Para aqueles que tiveram a oportunidade de se envolver mais profundamente com o evento, seja por meio de participação ativa em associações do Japão ou integração em grupos de dança tradicional japonesa, eles descobrem as várias camadas que compõem o Festival do Japão.
Numa promoção da cultura japonesa entre brasileiros de diferentes origens, o Festival do Japão é um dos pilares para manter viva a cultura japonesa no Brasil. Estabelecendo pontes entre as duas nações, promovendo o intercâmbio cultural e fortalecendo os laços entre as comunidades.
Produzido pelo KENREN – Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil, o festival também inspira a outros eventos do Brasil e da América Latina.
Sucesso de público ano passado, o Festival do Japão anunciou esse ano que aumentaria seu espaço para 35 mil metros quadrados. Sendo 5 mil metros quadrados maiores que do ano anterior.
Deixando a pandemia no passado, o evento teve mudanças em 2023 sendo a mais polêmica, o transporte público alterado pela CET para a estação Santos-Imigrantes. Conhecida tradicionalmente pela estação Jabaquara, a alteração deu dor de cabeça para conscientizar o público, além disso o trajeto se tornou um pouco mais longo, totalizando 20 minutos da estação até o São Paulo Expo.
A história do Festival do Japão
Começou em 1998 na Marquise do Ibirapuera, depois mudou para a Assembleia Legislativa e, em 2005, pro Centro de Exposições Imigrantes.
Importante pra comunidade brasileira de descendência japonesa por manter viva a cultura no país e também apresentar a não-descendentes um pouco de suas tradições. O festival é o ponto de encontro onde tudo acontece, com empresas japonesas, editoras de mangá e muitas lojas.
Sendo um evento da comunidade nikkei, muitos grupos que se apresentam no Festival do Japão são de diversas regiões do Brasil e que mantém a chama acesa, trazendo artes marciais, dança e suas tradições vivas.
Comidas regionais e alimentação em si
Trazendo comidas locais que não existem em restaurantes por aí, o festival é a única oportunidade de degustação da gastronomia japonesa.
O evento tem algumas comidas bem populares como Okonomiyaki de Wakayama, o Karashi Renkon de Kumamoto e também o Katsuo no Takaki tão característico de Kochi. Até mesmo o tradicional Kare Pan de Saitama faz parte do roteiro gastronômico do festival, sendo uma excelente opção para comer enquanto anda pelo evento.
FJtaON é renovado
Diferente do ano anterior que tinha palco de karaokê e vários games, o espaço este ano se dedicou a trazer talentos nacionais. Vendendo quadrinhos, mangá nacional e lembranças, o espaço deu espaço ao talento nacional mais que merecido ter o seu espaço.
Akiba Space
Numa parceria com a Zion, o espaço este ano apresentou diversos computadores, além de uma parceria com a loja Akiba Station que trouxe estátuas do Naruto, Zoro e do Ace para o evento este ano. Além disso, o evento ganhou dois pontos de gashapon popularizando ainda mais a moda do gasha da Liberdade para o evento.
Outro ponto positivo era o espaço ter um palco que trouxe diversos artistas do pop japonês, como Kai Urusai para cantar temas de animês.
Palco principal
Este ano tivemos um palco um pouco diferente e recuado ao final do evento. Num espaço normalmente utilizado pelo palco Cinemark do CCXP, o palco principal do Festival do Japão trouxe um formato diferente, deixando para o fundo da área uma exposição de itens das 47 províncias do Japão.
Entre acertos e erros
O evento acertou em tornar os corredores mais espaçados, considerando o quão complicado foi a lotação do público em 2022.
Influencers famosos estiveram no evento, como Guti, Yuma e o Gohango, mas descobrimos alguns por amigos, porque não sabíamos aonde cada um deles estariam. Mesmo fazendo ação com grandes empresas, assumimos que foi meio difícil descobrir a participação de todos.
Lamentavelmente, o evento precisa pensar urgentemente o que fazer com a praça de alimentação. Gerando filas enormes que davam voltas e mais voltas, não foi fácil querer comer no evento deste ano. Torço para uma adoção a algum sistema de pedido online para retirada no estande, por não ser nada legal sair com amigos e demorar quase uma hora para conseguir pedir algo que deseja. Outra solução seria descentralizar, dividindo a praça de alimentação em duas ou três áreas do evento.
Esse ano também foi sentido a falta de alguns estandes característicos como o do Hirota com o seu formato Konbini no evento. Mesmo com o mercado Towa da Liberdade ocupando este lugar, o Hirota tinha opções de bandejas de sushi e outras comidas prontas, quando você optou em não pegar filas da área da gastronomia.
Mesmo apresentando palestras muito interessantes, o evento não as divulgou ou não deu o devido destaque merecido. Descobri posteriormente algumas palestras por fotos de amigos, enquanto não encontrei um espaço fácil de ler sobre elas no site do evento.
Atração internacional sem divulgação? Descobri no dia do evento que a cantora Aika Honma se apresentaria no evento cantando algumas covers famosas de músicas japonesas. Só descobri porque no meu emprego foi dito, então mais uma vez faltou uma divulgação em torno de uma atração internacional.
Este ano, até o tradicional jardim japonês do Bradesco estava muito menor que o de costume, não reconhecendo num primeiro olhar de tão pequeno que ficou este ano.
O evento sempre teve lugares para se sentar em todo espaço, principalmente pela ida de muitos idosos, porém este ano também não vimos espaço de cadeiras nos estandes. Podendo ser uma alteração de foco, infelizmente lamentamos a ausência destes espaços em todo o evento.
Caso você realmente vá ao evento pela sua culinária, opte por ir na sexta-feira, mesmo que cheio, ainda é mais rápido do que no sábado e no domingo.
Por mais que eu goste muito do Festival do Japão, devo assumir que o evento já teve edições bem melhores no passado. Torço pelo sucesso do evento e principalmente na manutenção das associações japonesas, mas torço por mudanças que ajudem a tornar o evento mais ágil para o consumidor.