Pesquisa mostra como a nostalgia virou uma tendência de mercado que está fazendo bombar produtos no audiovisual
No último dia 12, o bilionário live-action da Barbie chegou às plataformas digitais, mas há quem adoraria vê-lo em uma daquelas TV’s de tubo que dominaram o mercado brasileiro até a década de 90. É o que revela uma pesquisa da Guia dos Melhores. A plataforma de avaliações de produtos entrevistou 500 brasileiros de todas as regiões, idades e classes sociais sobre quais produtos antigos os despertam mais saudosismo.
O vídeo cassete apareceu no topo da lista, mencionado por 57,4% dos participantes como o primeiro eletrônico que eles lembram ao pensar em itens analógicos. Na sequência, as pesadas TV ‘s de tubo, citada por 43% dos entrevistados. Completa o top 3 os telefones com fio, que mesmo sendo o único da lista a resistir nos tempos atuais, foi citado por 30,8%.
Outros itens listados como nostálgicos para os brasileiros foram o discman, as câmeras analógicas, os videogames, aparelhos de som e o bonequinho de estimação virtual Tamagotchi.
“Mesmo não sendo a primeira da lista, tudo gira em torno da televisão. O videocassete assistíamos nela, boa parte dos jogos jogávamos nela, ouvíamos música, víamos nossas fotos. É um produto revolucionário que, mesmo com o advento do smartphone, não perdeu relevância” avalia Eduardo Scherer, fundador do Guia dos Melhores.
A pesquisa ainda questionou quais tipos de mídias das décadas de 80, 90 e anos 2000 os participantes têm mais saudades. A grande maioria citou as músicas (68,6%) da época, outros relembraram os aclamados programas de TV (42,6%) e os filmes (34,6%). Só depois que itens físicos como livros, revistas e fotografias foram mencionados.
De acordo com Scherer, as produções audiovisuais atuais que têm se inspirado nessas tendências nostálgicas estão criando uma fórmula de sucesso. “Prova disso são filmes como Barbie e Super Mario Bros sendo os mais lucrativos do ano até o momento. O longa Besouro Azul, que também tem sido bastante aclamado no Brasil pela participação da atriz Bruna Marquezine, está inserido no universo dos super-heróis, temática que traz muito saudosismo pois esteve presente na infância e adolescência de muitas gerações”, avalia. Durante a pesquisa, quase metade dos respondentes (49,2%) disseram sentir conexão com este tipo de produtos antigos e consumir derivados deles.
Não só no exterior, mas também no Brasil o sucesso dos que bebem da velha guarda são perceptíveis. Exemplo é o single Tá Ok, co-produzido pelo DJ Dennis e o cantor Kevin O Chris, que resgatou o som do funk batidão popular nos anos 2000 e chegou a ser apresentado na última edição do MTV Video Music Awards, por meio de um remix feito pela cantora colombiana Karol G. Outro que aposta na nostalgia é o segundo filme do clássico Auto da Compadecida, de Guel Arraes, que este ano anunciou o início de suas gravações.
O primeiro longa que contou a história dos inseparáveis amigos João Grilo e Chicó foi lançado exatamente na virada do século. Sequências e refilmagens de filmes de décadas anteriores foram justamente os preferidos dos entrevistados, quando questionados qual forma de resgatar produções antigas eles preferiam.
E tudo continua nas telas
A pesquisa do Guia dos Melhores ainda revelou que, mesmo após duas décadas de transformações e surgimento de novas tecnologias, as TVs ainda seguem relevantes em 2023. Se antes elas arrepiavam os pelos dos braços por conta de sua tecnologia de eletricidade estática, hoje competem por oferecer mais polegadas, definição, sonoridade e recursos de inteligência artificial. Um recente levantamento do Guia dos Melhores mostrou que as TVs que competem pelo título de melhor do mercado não só oferecem esses recursos, como permitem que o usuário as utilize para vários fins como utilizar jogos pesados, conectar infinitos dispositivos e outros.
Com o advento dos streamings, o produto, seja mais simples ou sofisticado, segue sendo um item de apego para os brasileiros, ocupando um lugar muitas vezes indispensável nos lares. E isto não deve mudar. De acordo com a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), as vendas de televisões cresceram 19% no primeiro semestre do ano em relação ao mesmo período do ano passado. “Enquanto os hitmakers souberem apostar na tendência certa, não faltará entretenimento para quem adora passar horas no sofá em frente às nossas amadas TVs”, garante Scherer.
