Termo mais que conhecido no Brasil, “dorama” ganhou um reconhecimento oficial por aqui. Através das redes digitais, a Academia Brasileira de Letras (ABL) anunciou que a palavra de origem japonesa – cuja tradução literal é “drama” – foi incorporada no vocabulário do português.
A definição adotada pela entidade, com base no Oxford English Dictionary, descreve “Dorama” como uma obra audiovisual de ficção em formato de série, produzida no leste e sudeste da Ásia, englobando uma variedade de gêneros e temas. Essas produções geralmente contam com elenco local e são realizadas no idioma do país de origem.
Além disso, foi explicado o motivo por trás do uso desse termo, destacando que os doramas foram originados no Japão na década de 1950 e se espalharam para outros países asiáticos, incorporando características culturais distintas de cada região. Para especificar a origem, são utilizados termos estrangeiros como J-drama, K-drama e C-drama.
No entanto, surgiram controvérsias e questionamentos a respeito dessa decisão. Enquanto alguns celebram a inclusão da palavra “Dorama” no idioma português, outros questionam a escolha de uma palavra japonesa para englobar produções de toda a Ásia. Esse questionamento é especialmente expresso pelos fãs da cultura sul-coreana, que argumentam que, devido à história entre os dois países, uma palavra japonesa não deveria ser utilizada como definição. Além disso, essa preocupação é compartilhada por aqueles que também criticam a emissora Rede TV!, que incluiu produções sul-coreanas em sua programação usando o termo japonês.
A mesma polêmica também se reflete em serviços de streaming, como a Netflix, onde parte dos fãs solicita a diferenciação entre as produções asiáticas e pede que não sejam todas agrupadas sob o mesmo termo “Dorama”.
Independente de controvérsias, a palavra “Dorama” já é utilizada por parte de fãs de produções, inclusive gerando novos termos, como “dorameira” para fãs de dorama. E mesmo que esses termos nasceram entre fãs de produções sul-coreanas, nunca houve um questionamento do uso dela até então recente adesão da palavra pela Academia Brasileira de Letras.
Texto originalmente escrito por Giuliano Peccilli para o Portal Nippon Já