sábado, novembro 23, 2024
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Review | Super Mario Bros. Wonder – O Mario para a nova geração

Tendo quatro décadas de aventuras, o personagem Mario é considerado um dos personagens mais populares da cultura pop. E seu sucesso nos cinemas, era necessário um novo jogo do Mario nas lojas e veio ‘Super Mario Bros. Wonder’ preenchendo essa lacuna, sendo o primeiro com a nova voz do personagem, um orçamento maior e até mesmo pensado para aproximar da sua versão dos cinemas.

Tantas mudanças em torno do personagem mais querido do mundo, podia dar um frio na espinha em achar que a Nintendo poderia estar indo por um caminho perigoso, mas ao pegar o ‘Super Mario Bros. Wonder’ na mão, você percebe que o personagem precisava de um frescor de novidade e que ele finalmente veio com esse novo jogo.

Desenvolvimento

O Diretor Shiro Mouri e o produtor Takashi Tezuka – Instagram da Nintendo America – Divulgação

O jogo começou a ser feito em 2019, depois do lançamento do port Super Mario Bros. U Deluxe para o Switch. Dirigido por Shiro Mouri, o jogo aqui foi pensado para trazer a sensação de surpresa que os primeiros jogos do personagem tinha e o produtor Takashi Tezuka sugeriu que isso combinaria ao levar os personagens a um novo reino, que foi o Reino das Flores.

Sendo revelado para o público só em 2023, o jogo trouxe muitas ideias novas ao se passar num novo reino e fez com que desse trabalho até mesmo a membros da equipe em zerar o jogo.

Uma coisa que chamou a atenção foi a participação da Daisy e da Peach, um pedido do próprio diretor que comentou que tem duas filhas e que elas gostariam de usar personagens femininos, o que fez a inclusão das duas princesas no elenco do jogo.

Mas essas não foram as únicas mudanças do jogo, por tivermos a que seria a mais ‘traumática’ até então com a mudança da voz do seu protagonista.

Uma nova voz para um novo Mario

Acostumados com a voz Charles Martinet desde Super Mario 64, soava irreal que a Nintendo estaria trocando a voz tão icônica do personagem. E mesmo com uma bela homenagem ao Charles Martinet, a Nintendo não revelava a nova voz do Mario.

Poucos dias do lançamento do jogo, veio a notícia que Kevin Afghani havia sido escolhido para ser a nova voz, e ao jogar, você percebe que Mario ficou mais jovial com a nova voz e que ela combina perfeitamente, além de seguir o estilo criado pelo Charles Martinet.

Quanto mais você, mais fica claro que essa nova voz remete ao novo momento do personagem e que se encaixa demais com a proposta de um jogo tão doido. Kevin Afghani fez um ótimo trabalho e faz com que nos acostumamos com a nova voz e estarmos preparados por mais aventuras do personagem com ele.

A história de ‘Super Mario Bros. Wonder’ 

Mario, Luigi, Princesa Peach, Princesa Daisy, Toads e Yoshis são convidados para Reino das Flores pelo Príncipe Florian. Bowser interrompe e usa uma flor para fundir-se ao castelo, aprisionando todos. 

Florian e amigos terão ajuda de Mario para impedir os planos de Bowser,, usando potencializadores que ampliam suas habilidades. 

Ao coletar seis Sementes Reais, os personagem irão acessar o Castelo Bowser, enfrentando desafios como os Cloud Piranhas e navios de guerra de Kamek. Após libertar regiões e derrotar Bowser Jr., confrontam Bowser. 

Será que eles vão impedir ele de dominar o universo e restaurar a paz no Reino das Flores?

Mancada em Mario?

Falando do jogo em si

O mapa de Super Mario Bros. Wonder

Num primeiro momento, quando você olha ‘Super Mario Bros. Wonder’ pode até pensar que é mais um ‘New Super Mario Bros’, mas na primeira fase você percebe que está errado em pensar assim.

Trazendo novas mecânicas, novas físicas, fases rítmicas, o jogo apresenta um Mario mais atualizado e caótico, fazendo lembrar Rayman, do que os outros jogos da franquia.

Não só isso, mas os mapas do jogo permitem Mario andar livremente por eles, deixando de lado os trilhos tradicionais dos jogos anteriores.

Mesmo repleto de referências e easter eggs, o ‘Super Mario Bros. Wonder’ surpreende em quebrar até regras clássicas do Mario ao não trazer castelos em cada mundo, podendo colocar um navio com Bowser Jr. no meio do mapa, saindo totalmente do que estamos acostumados até aqui.

Além disso, tem fases que podem durar poucos segundos, mostrando algo totalmente diferente do que se espera.

Mas você deve estar se perguntando sobre o Mario elefante, não é mesmo? E sim, este potencializador permite que o Mario destrua paredes, além de usar água em alguns itens no cenário. É diferente, mas faz seu sentido dentro do jogo. Além deste item, também temos Mario usando bolhas e broca, que trazem novas opções de explorar a fase. Enquanto as bolhas transformam inimigos em moedas e até pega itens em lugares de difícil acesso, a broca permite que o Mario ande tranquilamente dentro da terra no teto e no chão, permitindo explorar itens escondidos e fugir dos inimigos. São 3 poderes bem diferentes que fazem muito sentido dentro do jogo.

Retorno ao ‘Super Mario Bros. Wonder’ em si, devo confessar que descrever o quão caótico o jogo é, pode parecer algo ruim, mas talvez os jogos do Mario fossem tão organizados que precisavam dessa maluquice que o jogo se transformou.

Passando por sete mapas (os 6 principais e o final com o Bowser), pode até soar que o jogo seja curto, mas ele é tão repleto de fases e novidades, que podemos dizer que ele tem um tamanho padrão dos outros jogos do Mario. Aliás, podemos dizer que é o único padrão, depois de tantas coisas fora da casinha.

Não sabemos se enfrentar as fases finais do Bowser teve uma influência anterior ou posterior do filme, mas está repleta de referências musicais, o que faz lembrar a versão do Jack Black nos cinemas.

O primeiro jogo principal do Mario em português brasileiro

Para nós brasileiros, o ‘Super Mario Bros. Wonder’ foi anunciado como o primeiro jogo da série que seria traduzido e dublado para o português. Num momento até bugamos ao pensar que o Mario falaria português, mas na verdade a Nintendo se referia as’ Flores Tagarelas’ do jogo que foram dubladas em diferentes idiomas, inclusive português brasileiro.

A versão brasileira das ‘Flores Tagarelas’ foi feita pelo dublador Leandro Hainis, conhecido por ser Morisuke Yaku (Haikyuu!!). A versão original foi feita pelo 

Mick Wingert conhecido por ser a voz do Po (Kung Fu Panda).

Opinião

O ‘Super Mario Bros. Wonder’ traz um frescor de novidade à franquia. É verdade que o Mario toda vez que chega num console, ele traz novidades e principalmente mostra como se usa esse console, mas não é o caso aqui em ‘Super Mario Bros. Wonder’. E se pararmos pra pensar, foi o ‘Super Mario Odyssey’ que fez esse papel no console lá em 2017.

A sensação que passa é que ‘Super Mario Bros. Wonder’ foi feito para uma nova geração e por isso ele é tão doido e diferente do que vimos até então. Provavelmente se encaixando numa proposta de conversar com o público que se apaixonou pelos personagens nas suas versões em animação.

Por causa das fases rítmicas, o jogo foi muito comparado ao ‘Rayman Legends’, e mesmo jogando os dois jogos e vendo propostas ali similares, suas execuções são totalmente diferentes. Rayman funciona muito bem e mesmo sendo um jogo mais antigo, continua sendo um jogo belíssimo, enquanto ‘Super Mario Bros. Wonder’ traz um estilo que conversa mais dentro do universo do Mario.

Não podemos deixar de citar que mesmo sendo um console que não rode 4K como Xbox One e Playstation 5, o ‘Super Mario Bros. Wonder’ surpreende no Switch. Numa beleza incrível, repleta de cores que mostra que o Switch ainda é um console de fazer inveja.

Outra coisa que surpreendeu foi o fator replay, que mesmo terminando o jogo, o mapa abre novas fases, o que permite explorar ainda mais o jogo. Além disso, temos um novo mapa inspirado no Star Roads do ‘Super Mario World’.

Viciante, jovem e carismático, o ‘Super Mario Bros. Wonder’ é um ótimo jogo que merece estar na coleção de todo jogador Nintendista.

Super Mario Bros. Wonder

Desenvolvedora: Nintendo EPD

Publicadora: Nintendo

Diretor: Shiro Mouri

Produtor: Takashi Tezuka

Designer: Koichi Hayashida, Terumasa Kato e Eiji Mukao

Programador: Hiroshi Umemiya

Artista: Masanobu Sato

Compositores: Koji Kondo, Shiho Fujii, Sayako Doi e Chisaki Shimazu

Plataforma: Nintendo Switch

Lançamento: 20 de outubro de 2023

Gênero: Plataforma

Nota: 5/5

Giuliano Peccilli
Giuliano Peccillihttp://www.jwave.com.br
Editor do JWave, Podcaster e Gamer nas horas vagas. Também trabalhou na Anime Do, Anime Pró, Neo Tokyo e Nintendo World.

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