No próximo dia 4 de julho, chega aos cinemas brasileiros “A Flor do Buriti”, dirigido por João Salaviza e Renée Nader Messora. O filme, que já percorreu mais de 100 festivais ao redor do mundo e acumulou catorze prêmios, incluindo reconhecimentos em Cannes, apresenta um retrato profundo da luta contínua dos Krahô pela terra e pela preservação de sua cultura.
Um Olhar Sobre a História Krahô
Filmado ao longo de quinze meses em quatro aldeias dentro da Terra Indígena Kraholândia, no Tocantins, o filme mergulha na história dos Krahô ao longo dos últimos 80 anos. Um dos pontos centrais é o massacre de 1940, evento traumático onde dezenas de indígenas foram mortos por fazendeiros locais. Esse episódio continua a influenciar a comunidade e suas estratégias de resistência frente às pressões externas.
Construção Colaborativa do Roteiro
O roteiro do filme foi desenvolvido de forma colaborativa, em constante diálogo com membros da comunidade Krahô, incluindo Ilda Patpro Krahô, Francisco Hyjnõ Krahô e Henrique Ihjãc Krahô. Essa abordagem permitiu que a narrativa do filme fosse construída a partir de relatos históricos e da realidade atual vivida pelos Krahô, evitando uma representação superficial dos eventos.
Além de Cannes, “A Flor do Buriti” foi premiado em diversos festivais internacionais, destacando o interesse global nas questões enfrentadas pelos povos originários no Brasil. O filme lança luz não apenas sobre a luta pela terra, mas também sobre a elaboração de estratégias de resistência cultural e ancestralidade em um contexto contemporâneo.
Com uma equipe de produção pequena e diversificada, que inclui tanto indígenas quanto não indígenas, o filme é uma colaboração verdadeira e inclusiva que respeita e valoriza a cultura e os conhecimentos dos Krahô. A direção de fotografia, a direção de arte e outros aspectos técnicos foram conduzidos com sensibilidade para captar a essência e a profundidade da história dos Krahô.
Reflexão e Impacto Social
“A Flor do Buriti” é mais do que um filme; é um documento histórico e um testemunho da resiliência e da persistência dos povos indígenas no Brasil. Sua estreia nos cinemas em 4 de julho representa uma oportunidade para o público refletir sobre as questões urgentes de direitos indígenas e a importância da memória coletiva na luta por justiça e dignidade.
Fique atento para conferir “A Flor do Buriti” nos cinemas e mergulhar nessa jornada cinematográfica que revela as complexidades e as riquezas culturais dos Krahô.
A Flor do Buriti
Direção: João Salaviza, Renée Nader Messora
Roteiro: João Salaviza, Renée Nader Messora, Ilda Patpro Krahô, Francisco Hyjnõ Krahô, Henrique Ihjãc Krahô
Produção: Ricardo Alves Jr., Julia Alves
Elenco: Ilda Patpro Krahô, Francisco Hyjnõ Krahô
Direção de Fotografia: Renée Nader Messora
Direção de Arte: Ángeles Frinchaboy, Ilda Patpro Krahô
Direção de Produção: Isabella Nader Messora
Som Direto: Diogo Goltara
Desenho de Som: Pablo Lamar
Montagem: Edgar Feldman
Gênero: drama
País: Brasil, Portugal
Ano: 2023
Duração: 124 min