A Flor do Buriti | Tem pré-estreia especial e debate em São Paulo

O filme “A Flor do Buriti”, dirigido por Renée Nader Messora e João Salaviza, terá uma pré-estreia especial no dia 27 de junho, às 20h, no CineSesc, em São Paulo. O evento contará com a presença dos diretores, além da participação da escritora Veronica Stigger e do professor Eduardo Sterzi em um debate após a exibição. Os ingressos são gratuitos e estarão disponíveis na bilheteria do CineSesc a partir das 19h.

Trajetória e Reconhecimento

Exibido em mais de 100 festivais ao redor do mundo e vencedor de catorze prêmios, incluindo o prêmio coletivo para melhor elenco na mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes, “A Flor do Buriti” chega aos cinemas brasileiros em 4 de julho, com distribuição da Embaúba Filmes. O filme se destaca pela abordagem da luta dos Krahô pela terra e as formas de resistência das comunidades indígenas no Brasil.

Uma Jornada pelos Tempos

Filmado ao longo de quinze meses em quatro aldeias diferentes dentro da Terra Indígena Kraholândia, o filme explora os últimos 80 anos dos Krahô. Ele retrata o massacre de 1940, onde dezenas de pessoas foram mortas por fazendeiros locais, um evento cujas consequências ainda ecoam na memória das novas gerações. A diretora Renée Nader Messora explica que o filme nasceu do desejo de explorar a relação dos Krahô com a terra e as diferentes violências sofridas pela comunidade ao longo dos anos.

Desafios da Narrativa

Os diretores enfrentaram um dilema ao decidir filmar o massacre. Segundo Renée Nader Messora, “Se por um lado é uma história que deve ser contada, por outro não nos interessava produzir imagens que perpetuassem novamente uma violência.” A solução foi retratar a sequência a partir da memória compartilhada e dos relatos dos Krahô, evitando a reconstituição explícita da violência.

Colaboração e Realidade

A produção do filme envolveu uma equipe pequena, composta por indígenas e não indígenas, e baseou-se em relatos históricos e na realidade atual da comunidade. João Salaviza, co-diretor, explica que o filme não teve um roteiro fechado e foi construído de forma colaborativa com membros da aldeia, explorando a questão da terra como espinha dorsal da narrativa.

Reconhecimento Internacional

O sucesso de “A Flor do Buriti” em festivais internacionais ressalta a relevância das questões dos povos originários no Brasil. João Salaviza destaca que “A importância dos povos originários não reside apenas no conhecimento ancestral, mas também na elaboração de tecnologias totalmente sofisticadas de defesa da terra.” O filme foi premiado em festivais como Munique, Lima, Mar del Plata, Festival dei Popoli, Huelva, RIDM Montreal, Biarritz, Viennale, e forumdoc.BH.

Sinopse

Em 1940, duas crianças Krahô encontram um boi próximo à aldeia, prenunciando um massacre perpetrado por fazendeiros. Em 1969, durante a Ditadura Militar, sobreviventes são incitados a integrar uma unidade militar. Hoje, enfrentando novas e antigas ameaças, os Krahô continuam a reinventar formas de resistência em sua terra sangrada.

A Flor do Buriti

Direção: João Salaviza, Renée Nader Messora

Roteiro: João Salaviza, Renée Nader Messora, Ilda Patpro Krahô, Francisco Hyjnõ Krahô, Henrique Ihjãc Krahô

Produção: Ricardo Alves Jr., Julia Alves

Elenco: Ilda Patpro Krahô, Francisco Hyjnõ Krahô

Direção de Fotografia: Renée Nader Messora

Direção de Arte: Ángeles Frinchaboy, Ilda Patpro Krahô

Direção de Produção: Isabella Nader Messora

Som Direto: Diogo Goltara

Desenho de Som: Pablo Lamar

Montagem: Edgar Feldman

Gênero: Drama

País: Brasil, Portugal

Ano: 2023

Duração: 124 min

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Giuliano Peccilli
Giuliano Peccillihttp://www.jwave.com.br
Editor do JWave, Podcaster e Gamer nas horas vagas. Também trabalhou na Anime Do, Anime Pró, Neo Tokyo e Nintendo World.

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