O documentário Tijolo por Tijolo, dirigido por Victória Álvares e Quentin Delaroche, finalmente chega às telas brasileiras, prometendo impactar e emocionar o público com sua narrativa tocante e atual. O lançamento nacional do filme, produzido pela Revoada Filmes e distribuído pela Olhar Filmes, está marcado para 2025, trazendo à tona uma história de superação e resistência diante das adversidades.
O documentário, que teve sua estreia mundial na Mostra Competitiva Brasileira da 13ª edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Cinema de Curitiba, acompanha a vida de Cris Martins e sua família, residentes do bairro Ibura, na periferia do Recife. Durante a pandemia de Covid-19, a família se vê obrigada a abandonar sua casa devido ao risco iminente de desabamento. Ao mesmo tempo, Cris descobre estar grávida de seu quarto filho e luta pelo direito à laqueadura, enquanto trabalha como influenciadora digital para sustentar a família.
Os diretores, que já haviam sido aclamados pelo longa-metragem “Bloqueio”, decidiram contar a história de Cris após conhecê-la durante outro projeto cinematográfico. A profundidade e a relevância de sua trajetória os motivaram a iniciar as filmagens em um dos momentos mais críticos da pandemia, enfrentando desafios não apenas sanitários, mas também políticos. “Para a gente é muito significativo que o filme tenha sido feito em um contexto político tão difícil, e que ele esteja sendo lançado agora, quando voltamos a ter um Ministério da Cultura, há a Lei Paulo Gustavo, e é graças a essa lei que conseguimos acessar recursos para finalizar esse projeto. Esse filme existe graças ao dinheiro público”, ressalta Victória Álvares.
Tijolo por Tijolo não se limita a contar a história de uma família; é uma reflexão profunda sobre as implicações políticas nas vidas pessoais. A obra examina como as políticas públicas e as decisões governamentais influenciam diretamente a realidade de Cris e sua família. “Tudo é política, e é justamente por isso que a gente gosta de ligar a câmera para registrar o cotidiano. Quando a gente vai só vivendo a vida, às vezes, a gente não se dá conta de que tudo é política”, afirma Victória.
Quentin Delaroche destaca a importância da intimidade e da confiança construídas com os personagens ao longo do processo de filmagem, que durou quase dois anos. “O tempo que passamos com a família de Cris foi fundamental para a construção de laços e confiança. Passávamos tempo juntos não apenas filmando, mas também nas interações quando a câmera estava desligada. A confiança foi se estabelecendo naturalmente, com a convivência e o tempo que passamos juntos”, explica o diretor.
Para os cineastas, o objetivo de Tijolo por Tijolo vai além de relatar uma história; é levantar questionamentos cruciais sobre a sociedade brasileira contemporânea. “Esperamos que o longa provoque várias reflexões sobre o país em que vivemos. Por exemplo, por que apenas certas mulheres conseguem ter os seus direitos sexuais e reprodutivos respeitados? Por que pessoas negras e em situação de vulnerabilidade social morrem mais em tragédias e crimes ambientais?”, conclui Victória.
Sinopse de “Tijolo por Tijolo”
Acompanhamos Cris e sua família, moradores do Ibura, na periferia do Recife, que no início da pandemia de Covid-19 tiveram que abandonar sua casa devido ao risco de desabamento. Grávida do quarto filho e lutando por uma laqueadura, Cris trabalha como influenciadora digital enquanto a família reconstrói sua moradia. Abordando temas relevantes ao Brasil de hoje, como maternidade, empreendedorismo e direitos reprodutivos e à moradia, entremeados com momentos de leveza cotidiana, o filme ressalta o protagonismo coletivo que torna possível erguer as paredes de um lar, dia após dia.
Tijolo por Tijolo
Direção, Roteiro e Produção: Victória Álvares, Quentin Delaroche
Elenco/Personagens: Cris Martins, Albert Ventura, Caique de Souza Ventura
Som: Quentin Delaroche, Victória Álvares
Montagem: Quentin Delaroche
Direção de Fotografia: Quentin Delaroche, Victória Álvares
Tijolo por Tijolo será lançado nos cinemas brasileiros pela Olhar Filmes, convidando o público a uma reflexão sobre a resiliência humana e as complexidades da vida na periferia urbana do Brasil.
