Meu Casulo de Drywall, novo suspense dirigido e roteirizado por Caroline Fioratti, é mais do que um simples filme; é o resultado de uma década de trabalho e reflexão. Com estreia marcada para 12 de setembro, o longa é distribuído pela Gullane+ e se aprofunda nas angústias e anseios da adolescência, temas que Fioratti conhece bem. Na trama, acompanhamos Virgínia, interpretada por Bella Piero, enquanto sua festa de aniversário se transforma em um verdadeiro caldeirão de tensões e perigos.
Caroline Fioratti tem uma ligação muito próxima com sua protagonista e entende como os dramas adolescentes podem explodir em situações intensas e perigosas. Quando decidiu mergulhar em temas como solidão e luto, a diretora naturalmente recorreu a filmes que marcaram sua própria juventude e que ainda hoje a inspiram.
Sofia Coppola e o Retrato Sensível da Adolescência
Entre as principais influências de Fioratti está Sofia Coppola, uma diretora que sabe como poucos capturar a essência da adolescência e seus dilemas. “Ela me inspirava muito com seus filmes. As Virgens Suicidas tem um olhar sensível sobre as dores e máscaras da adolescência, enquanto Encontros e Desencontros retrata a solidão em uma metrópole de concreto,” conta Fioratti.
A cineasta brasileira se identifica com a maneira como Coppola mistura melancolia e uma busca por conexão humana. Essa dualidade é algo que Fioratti também busca em seu trabalho, utilizando a lente do cinema para explorar as emoções intensas da adolescência.
Influências de Gus Van Sant e Larry Clark
Outro nome que deixou uma marca na construção de Meu Casulo de Drywall é Gus Van Sant, especialmente com o filme Elefante. Fioratti admira a habilidade do diretor em criar uma narrativa densa, cheia de cruzamentos temporais e perspectivas múltiplas. “Ele coloca isso na tela de forma brilhante, e essa dinâmica foi uma grande inspiração para mim,” explica.
Kids, de Larry Clark, é outra referência importante. A coragem de Clark em mostrar um retrato duro e cru da juventude, mas com compaixão, ressoa em Meu Casulo de Drywall. Assim como Kids, o filme de Fioratti se passa em um período de 24 horas, capturando a intensidade de um momento que muda tudo na vida dos personagens.
A Conexão com o Público
Para Caroline Fioratti, Meu Casulo de Drywall é mais do que uma história de suspense; é uma oportunidade de criar um diálogo sobre temas profundos, como saúde mental e os desafios da juventude contemporânea. “A realizadora que sou hoje é consequência da espectadora que sempre fui. Essas referências são obras que me tocaram profundamente e que continuam me provocando até hoje,” afirma a diretora.
Ela espera que o público se conecte com os personagens do filme, entendendo suas dores e monstros internos com empatia. Mais do que uma simples experiência cinematográfica, Fioratti deseja que seu filme ajude a abrir conversas necessárias sobre as complexidades da vida moderna.
Sinopse
No filme, Virgínia comemora seus 17 anos em uma festa na cobertura de seu prédio. Porém, enquanto a celebração parece perfeita, uma ferida interna vai crescendo dentro dela. O dia seguinte se revela trágico: Virgínia é encontrada morta. Sua mãe, Patrícia, mergulha em um luto devastador, enquanto os amigos Luana, Nicollas e Gabriel tentam lidar com a culpa, a negação e os segredos que eles guardam.
Meu Casulo de Drywall
Distribuição: Gullane + (Uma produção Aurora Filmes / Coprodução com a Haikai Filmes)
Produção: Rui Pires e André Montenegro
Coprodução, Direção e Roteiro: Caroline Fioratti
Elenco: Maria Luisa Mendonça, Bella Piero, Michel Joelsas, Mari Oliveira, Daniel Botelho, Caco Ciocler, Débora Duboc, Flávia Garrafa, Marat Descartes, Lena Roque
Direção de Fotografia: Helcio Alemão Nagamine
Montagem: Leopoldo Joe Nakata
Direção de Arte: Monica Palazzo
Figurino: César Martins
Caracterização: Natie Cortez
Som Direto: Fred França
Desenho de Som e Mixagem: Ricardo Reis
Supervisão de Edição de Som: Miriam Biderman
Música Original: Flavia Tygel
Produção de Elenco: Diogo Ferreira
Preparação de Elenco: Tomás Rezende
Direção de Produção: Lia Rezende
Produção Executiva: Rui Pires e André Montenegro