Dia 12 de setembro, o cinema nacional ganha mais um título de peso com Prisão nos Andes, uma coprodução entre Brasil e Chile que promete mexer com o público, principalmente para quem curte tramas tensas e cheias de críticas sociais. Dirigido pelo chileno Felipe Carmona, o filme nos leva para a realidade surreal de torturadores da ditadura de Pinochet que vivem, literalmente, num resort penitenciário. Com uma pegada que mistura drama e delírio, Prisão nos Andes não economiza nas tensões e no desconforto.
Luxo Para Criminosos de Guerra?
O ponto de partida da trama é bizarro: cinco torturadores do regime de Pinochet estão presos, mas não da maneira que a gente imagina. Em vez de celas apertadas, eles vivem em uma prisão super luxuosa, com piscina, jardim e guardas que mais parecem empregados. Tudo está sob controle até que uma equipe de TV faz uma entrevista com um dos internos. A partir daí, a paranoia rola solta, e o medo de serem transferidos para uma prisão comum faz os militares perderem a linha. O resultado? Um caos de delírio e violência nas montanhas.
Histórias Reais, Feridas Abertas
Carmona se inspira em fatos reais para construir a narrativa de seu primeiro longa-metragem, e a autenticidade transborda em cada cena. Parte disso se deve ao elenco, que conta com atores que viveram na pele os horrores da ditadura. Hugo Medina, por exemplo, foi torturado e exilado durante o regime de Pinochet. Sua performance carrega uma intensidade que só alguém que viveu esse trauma poderia entregar, e isso dá ao filme um peso emocional difícil de ignorar.
Ditadura Ontem e Hoje
O que torna Prisão nos Andes ainda mais relevante é o fato de que o filme não se limita a olhar para o passado. Carmona faz questão de mostrar como as ideias que sustentaram a ditadura ainda ecoam no Chile de hoje. Ele expõe a desigualdade social e o autoritarismo que continuam a marcar o país, traçando paralelos entre os acontecimentos de 2013 (ano em que se passa o filme) e o cenário atual. Se você acha que o Pinochetismo morreu, o filme vai te fazer pensar de novo.
Elogios e Premiações ao Redor do Mundo
O filme já deu o que falar em festivais internacionais. Foi exibido em lugares como o Festival de Londres e a Mostra de São Paulo, e levou prêmios como o Fipresci Award no Festival de Kerala e Melhor Elenco no Festival de Huelva. Críticos destacam o trabalho de Carmona, que, segundo a The Review Hub, traz atuações impecáveis, especialmente de Hugo Medina e Andrew Bargsted. A trilha sonora, assinada pela brasileira Mariá Portugal, também é outro ponto forte, ajudando a criar aquela tensão no ar.
Retrato Filmes: Distribuindo Cultura Latina
Quem traz Prisão nos Andes para o Brasil é a Retrato Filmes, uma distribuidora focada em obras independentes e autorais. Criada por Daniel Pech, a empresa aposta em filmes que fogem do mainstream, mas que têm algo relevante a dizer. A Retrato vem consolidando seu catálogo com lançamentos de peso e parcerias para 2025, então pode se preparar para mais produções latinas chegando às telonas.
Prisão nos Andes
Direção e Roteiro: Felipe Carmona
Elenco: Andrew Bargsted, Hugo Medina, Bastián Bodenhöfer, Mauricio Pešutić, Alejandro Trejo, Óscar Hernández, Daniel Alcaíno
Produção: Daniel Pech, Omar Zúñiga, Dominga Sotomayor Fotografia: Mauro Veloso
Trilha Sonora: Mariá Portugal
Direção de Arte: Francisca Correa
Montagem: Olivia Brenga Som: Carlos Arias
Se você curte filmes que te fazem pensar e ainda trazem temas pesados, mas necessários, Prisão nos Andes é uma pedida certeira. O filme estreia no dia 12 de setembro, sendo uma oportunidade de revisitar a história.