Se você curte histórias que pegam fundo na alma e não têm medo de mostrar a realidade como ela é, “Quando Eu Me Encontrar” é o filme que você precisa assistir em setembro. Com estreia marcada para o dia 19, o longa é a primeira grande aposta das diretoras Amanda Pontes e Michelline Helena. Produzido pela Marrevolto Filmes e distribuído pela Embaúba Filmes, o filme traz um retrato sensível e, ao mesmo tempo, brutal das relações familiares, mostrando o impacto da partida de uma jovem na vida daqueles que ficaram.
Personagens Que São Gente Como a Gente
A história gira em torno de Dayane e como a ausência dela desestabiliza todos ao redor. Marluce (Luciana Souza), sua mãe, tenta manter as aparências, mas o choque é impossível de esconder. A irmã mais nova, Mariana (Pipa), está se adaptando a uma nova escola e enfrenta desafios que só agravam a saudade. E Antônio (David Santos), o noivo de Dayane, fica à deriva, buscando respostas onde não há, numa obsessão que só piora com o passar do tempo.
Amanda e Michelline mergulharam fundo em dramas cotidianos que todos nós podemos reconhecer. “A gente quis mostrar pessoas de verdade, que lidam com problemas do dia a dia e têm que seguir em frente, mesmo quando a vida desmorona. A conexão do público vem dessa identificação com os personagens e as situações”, comentam as diretoras.
Do Curta ao Longa
A ideia de “Quando Eu Me Encontrar” surgiu durante a produção do curta “Do Que Se Faz de Conta” (2016), também dirigido pela dupla. No curta, Dayane era uma personagem que mal aparecia, mas a ideia dela partindo e deixando apenas um bilhete foi o ponto de partida para criar uma narrativa mais densa e explorada no filme. O longa expande esse conceito, aprofundando-se nas relações familiares e nos sentimentos não ditos que surgem em momentos de perda.
Música e Emoção
Não dá para falar de “Quando Eu Me Encontrar” sem mencionar sua trilha sonora, que é quase um personagem à parte. Com influência pesada da música popular brasileira, o filme usa clássicos para amplificar as emoções dos personagens e te levar junto nessa montanha-russa de sentimentos. A faixa “Preciso Me Encontrar”, de Cartola, que dá nome ao filme, é um dos pontos altos, conectando a história à busca pessoal e ao desejo de se reencontrar.
“Para nós, a música sempre foi um elemento essencial no processo criativo. Como temos uma personagem cantora (Cecília, a melhor amiga de Dayane) que usa a música para se expressar, isso se tornou ainda mais importante para contar essa história”, explicam Amanda e Michelline.
Fortaleza em Cena
Todo rodado em Fortaleza, “Quando Eu Me Encontrar” é uma verdadeira carta de amor à cidade. O filme não apenas mostra o cotidiano dos personagens, mas também incorpora elementos culturais autênticos, como a banca de “pratinho” que Marluce administra. Esse quiosque, onde ela vende marmitas e pratos prontos, é um símbolo do trabalho duro e da vida simples, mas cheia de significado. Além disso, os lugares por onde os personagens andam são todos marcos importantes da cidade, dando ao filme uma autenticidade que só poderia vir do Ceará.
Prêmios e Reconhecimento
“Quando Eu Me Encontrar” não passou despercebido nos festivais por onde passou. O filme levou os prêmios de Melhor Filme e Melhor Roteiro pelo Júri da Crítica no Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba em 2023. Também brilhou na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e no Cine Ceará, além de ser premiado no Festival de Cinema de Vitória, onde recebeu honrarias como Melhor Direção e Melhor Fotografia, entre outros.
Com um elenco de peso, incluindo nomes como Luciana Souza, David Santos, Pipa e Di Ferreira, “Quando Eu Me Encontrar” é uma verdadeira vitrine do talento nacional. A equipe técnica também não fica atrás, com Amanda Pontes e Michelline Helena na direção, Victor de Melo na fotografia, e Lia Damasceno no figurino.
Estreia Imperdível
Com 77 minutos de duração e classificação indicativa de 16 anos, “Quando Eu Me Encontrar” promete mexer com suas emoções. Se você procura um filme que combina uma trama envolvente, uma trilha sonora marcante e um retrato sincero da cultura cearense, marque na agenda: dia 19 de setembro, nos cinemas brasileiros. É aquele tipo de filme que vai te fazer refletir por muito tempo depois que as luzes se acenderem.