O novo filme ZÉ, dirigido por Rafael Conde, se prepara para desembarcar nos cinemas brasileiros em 29 de agosto. O longa oferece uma visão íntima e pessoal da vida de José Carlos Novaes da Mata Machado, um importante líder do movimento estudantil durante a ditadura militar no Brasil. Com um roteiro baseado no livro Zé de Samarone Lima, o filme promete mais do que uma reconstituição histórica, trazendo uma reflexão profunda sobre os impactos do regime na vida de um jovem militante e de sua família.
A História Pessoal de um Líder em Tempo de Repressão
ZÉ não é apenas um filme sobre a resistência à ditadura; é um retrato da vida pessoal de um homem que trocou uma existência confortável para se dedicar à causa política. José Carlos Novaes da Mata Machado, perseguido pelo regime, mergulhou na clandestinidade e dedicou-se à alfabetização e à conscientização política no interior do Nordeste. O longa explora como essas escolhas afetaram não só a sua vida, mas também a de seus entes queridos.
Com direção de Rafael Conde, que já fez história com Samba-Canção e Fronteira, ZÉ se destaca por sua abordagem não convencional. Em vez de explorar a violência explícita da ditadura, o filme se foca nas tensões familiares e nos dilemas éticos enfrentados por seus personagens. A proposta é oferecer uma perspectiva mais humana e reflexiva sobre o impacto da repressão na vida cotidiana dos militantes.
Uma Perspectiva Contemporânea e Relevante
Rafael Conde, com sua experiência nos anos 80 e seu envolvimento no movimento cineclubista e estudantil, traz uma visão relevante para o filme. Ele conecta o passado ao presente, refletindo sobre as atuais manifestações que evocam o regime militar. Conde destaca a importância de lembrar a realidade do medo e da censura que marcaram o período da ditadura, especialmente em um momento em que tais temas parecem ressurgir.
“O filme é um lembrete importante. Hoje, vejo pessoas que pedem a volta de um regime que nunca deveriam ter conhecido. É fundamental lembrar o que foi viver sob o medo e a repressão”, comenta Conde. Seu trabalho não apenas recria uma época, mas também nos desafia a refletir sobre a fragilidade das conquistas democráticas.
ZÉ
Distribuição: Embaúba Filmes
Direção: Rafael Conde
Roteiro: Anna Flávia Dias e Rafael Conde
Produção: Samantha Capdeville
Fotografia: Luís Abramo
Direção de Arte: Oswaldo Lioi
Montagem: Fabian Remy
Desenho de som e trilha original: Pedro Durães
Som direto: Gustavo Fioravante
Caio Horowicz: Zé
Eduarda Fernandes: Bete
Samantha Jones: Grauninha
Rafael Protzner: Gilberto
Yara de Novaes: Dona Yedda
Gustavo Werneck: Edgar
Alexandre Cioletti: Hélio
Participações especiais: Sara Não Tem Nome e Victor Galvão
Crianças: Richard Paes, Henrico Kneip, Miguel Dias, Ravi Oter
ZÉ se posiciona como uma proposta cinematográfica que transcende a mera narrativa histórica, oferecendo uma visão intimista e crítica sobre um dos períodos mais sombrios da história brasileira. Com uma abordagem sensível e reflexiva, o filme é uma oportunidade para revisitar e refletir sobre o passado, podendo assistir nos cinemas brasileiros no dia 29 de agosto.