O cinema brasileiro acaba de conquistar um marco significativo com “Alma do Deserto”, que levou para casa o Queer Lion no 81º Festival de Veneza. Este filme, dirigido por Mônica Taboada-Tapia, é uma coprodução Brasil-Colômbia e foi exibido na Giornate degli Autori (Venice Days), uma das mostras mais renomadas do festival. Essa conquista é histórica, pois é a primeira vez que uma produção brasileira vence o prêmio que celebra o melhor filme com temática LGBTQIA+ no Festival de Veneza.
Georgina Epiayú: Uma Jornada de Coragem e Resiliência
No coração de “Alma do Deserto” está a história de Georgina Epiayú, uma mulher trans da etnia Wayúu. O filme é um retrato visceral da luta de Georgina para obter uma identidade reconhecida em meio a uma adversidade brutal. Após perder seus documentos em um incêndio criminoso, provocada por vizinhos intolerantes, Georgina embarca em uma jornada épica para recuperar sua documentação e, assim, exercer seus direitos civis, como o direito ao voto nas eleições colombianas.
Mônica Taboada-Tapia, a diretora, compartilha que “a força motriz e o coração de ‘Alma do Deserto’ é a história de Georgina Epiayú”. Ela explica que o filme não só é uma inspiração para a comunidade LGBTQIA+, mas também abre um diálogo sobre a invisibilidade das comunidades Wayúu na Colômbia, tocando profundamente nosso senso de humanidade.
O Impacto do Queer Lion e o Papel Cultural do Filme
O Queer Lion foi criado por Daniel N. Casagrande e Marco Müller, inspirado no Teddy Award do Festival de Berlim. O prêmio visa destacar filmes que abordam questões LGBTQIA+, e a vitória de “Alma do Deserto” não só eleva a importância do cinema queer, mas também amplia a discussão sobre inclusão e direitos humanos. Com uma crítica aclamativa, a International Cinephile Society descreve o filme como “um dos documentários mais marcantes sobre a identidade queer dos últimos anos”, o que confirma a relevância e a força da narrativa.
O Que Esperar do Lançamento no Brasil
Para os cinéfilos brasileiros, a boa notícia é que “Alma do Deserto” chegará aos cinemas ainda este ano, pela Retrato Filmes. Essa distribuidora é conhecida por seu compromisso com obras independentes e latinas, ampliando o acesso a filmes que trazem uma visão única e autêntica. A estreia promete ser uma oportunidade imperdível para conferir de perto esta obra que está gerando tanta buzz e que pode fazer uma diferença significativa na forma como discutimos identidade e direitos.