Numa produção conjunta entre China e Espanha, A Menina e o Dragão aterrissa nos cinemas com a ousada missão de adaptar a saga de livros da autora Carole Wilkinson. O filme é uma verdadeira ponte entre culturas, trazendo uma animação vibrante que mescla o melhor do Ocidente e do Oriente.
Com aquela vibe clássica de “Sessão da Tarde”, a produção dirigida por Jianping Li e Salvador Simó promete encantar públicos de todas as idades. No Brasil, a protagonista Ping ganha vida na voz da atriz Bella Chiang, já conhecida pela garotada por suas atuações em As Aventuras de Poliana e Escola de Gênios.
A História de A Menina e o Dragão
Ambientada na China antiga, a trama nos apresenta Ping, uma órfã que cresce em um mundo onde humanos e dragões outrora conviveram em harmonia, mas que agora estão em pé de guerra e até escravizados pelos humanos. Ping, que foi deixada como bebê em um vilarejo, é uma serviçal discreta até que um dia, por uma reviravolta do destino, ela se vê ligada a dois dragões em cativeiro.
Já debilitados, têm apenas uma esperança que é um ovo de dragão, que guarda o futuro da sua espécie. Ao ser incumbida de alimentá-los, Ping descobre uma profunda conexão com os dragões e percebe que está destinada a ser sua guardiã. Quando um dos dragões morre, cabe a Ping proteger o ovo e acompanhar Danzi, o dragão sobrevivente, em uma jornada épica para recuperar o ovo roubado por um feiticeiro implacável.
No caminho, Ping descobre antigos segredos e tem que despertar os próprios poderes para proteger o que resta da nobre raça dos dragões. Sua jornada é marcada por encontros mágicos e desafios que irão moldar o futuro não só dos dragões, mas de toda a humanidade.
Opinião
Visualmente estonteante, A Menina e o Dragão nos transporta diretamente para a China milenar com cenários deslumbrantes e uma animação de tirar o fôlego. A Espanha, que já tem um histórico respeitável em animações, coloca todo o seu primor na produção, garantindo uma qualidade que não fica atrás dos grandes estúdios americanos.
Os dragões aqui possuem uma construção fascinante. Danzi, por exemplo, segue a estética dos dragões orientais, longilíneos e majestosos, remetendo a clássicos como Dragon Ball. Embora a amizade entre humanos e dragões já tenha sido explorada em outras obras, o frescor cultural desta produção traz uma profundidade inédita à relação.
A dublagem brasileira se destacou ao escolher Bella Chiang para o papel de Ping, conferindo naturalidade ao personagem. Aliás, a seleção de elenco foi muito acertada, proporcionando uma adaptação ao português que vai além de uma mera tradução – um aspecto crucial para conquistar o público infantil.
É fato que, por fugir do eixo das produções americanas, A Menina e o Dragão toca em temas mais delicados, como o comércio ilegal de dragões mortos (que me lembrou bastante Círculo de Fogo). No entanto, em sua essência, o filme segue a clássica jornada do herói, repleta de descobertas.
Carismático e com um sabor de continuação, A Menina e o Dragão aborda a força interior e o poder da amizade. É um filme para todas as idades, que acerta tanto nas cenas de ação quanto em sua trama, deixando o público ansioso por uma possível sequência no futuro.
Nota
4 (de 5)
A Menina e o Dragão
Direção: Salvador Simó, Li Jianping
Direção Artística: Elisabeth Castro
Produção: Larry Levene, Song Weiwei
Roteiro: Carole Wilkinson, Pablo Castrillo, Ignacio Ferreras, Rosanna Ceccini, Wang Xianping
Baseado no Livro: Dragonkeeper de Carole Wilkinson
Trilha Sonora: Arturo Cardelús
Edição: José Manuel Jiménez
País: Espanha, China
Ano: 2024
Estreia: 19 de abril de 2024
Gêneros: Animação, Aventura, Fantasia
Duração: 99 minutos
Idioma: Espanhol