Crítica | Ligação Sombria mostra outro lado assustador de Nicolas Cage

Repleto de mistério e tensão, Ligação Sombria traz um Nicolas Cage ainda mais destrambelhado do que costume.

Não há como negar que este vem sendo o momento de Nicolas Cage no cinema. Entre papéis como o dele em Longlegs: Vínculo Mortal, Renfield e O Peso do Talento, fica claro que o ator, sobrinho do lendário Francis Ford Coppola, está se divertindo no trabalho. 

No novo Ligação Sombria, isso fica bem claro, já que se trata de um filme em que Cage e sua personalidade ocupam a tela a todo o momento, por meio de um personagem totalmente desinibido e imprevisível, o demônio encarnado que dá nome ao título original, Sympathy for the Devil. Em sua curta duração, temos um thriller cheio de perguntas que aos poucos vão sendo respondidas, o que imaginamos ser o caso acaba virando de cabeça para baixo até os créditos subirem. 

O mal é seu passageiro

Tudo começa quando David (Joel Kinnaman, de O Silêncio da Vingança) para seu carro no estacionamento do hospital, indo encontrar sua esposa que está prestes a dar à luz. Antes mesmo de poder descer, entra no banco de trás um enigmático estranho, armado e claramente fora de si, que o obriga a pegar a estrada rumo a Las Vegas. A tensão já se instala nos primeiros momentos da trama, já que logo deixa de parecer ser um sequestro aleatório e sim algo premeditado.

Entre ligações no celular da esposa desesperada, querendo saber onde David está, ele lida com a aparente obsessão de seu passageiro em querer saber mais de sua vida, contando histórias sobre uma realidade que o desafortunado protagonista nada sabe. Aos poucos, Cage vai ficando mais e mais descontrolado, neurótico, violento e, marca registrada do astro, mais pastelão. Tudo deixando claro que há algo ligando os dois personagens, como bem diz o nome adaptado do filme aqui no Brasil.

“Não me interrompa! Eu ODEIO quando fazem isso!”

A linha de nervosismo gerada pela situação se estende a outros locais fora o carro de David, bem como mostrou o trailer de Ligação Sombria, como o diner a beira de estrada em que grande parte da segunda metade do filme se passa e é o local em que a trama dá sua guinada final, que pode pegar desavisados com as calças curtas, mas para quem estiver assistindo com atenção, chega a ser esperada, visto há tempos. 

É do tipo de acontecimento que faz de um thriller como este algo bacana a ser assistido pelo menos uma vez, mas que sabendo dele, não pouco que o próprio filme faz no decorrer dos seus 90 minutos para construir a base que torne a surpresa algo realmente marcante.

Cage rouba o show

O que faz de Ligação Sombria algo além do comum é a presença de Cage no papel principal, sacudindo a tela com sua intensidade, extrapolando e claramente se divertindo no papel do passageiro. Mesmo pelo pouco tempo de duração do longa e por muito que o próprio trailer entregou, há momentos eletrizantes que funcionam bem para mostrar que esse lado sinistro do ator é muito divertido de se ver.

O resultado final é uma produção mais contida em termos de escopo, com poucos cenários e uma dose razoável de tensão. Você vai ver que o mistério de cerca os dois personagens em conflito é um tanto simples depois de revelado mas, mesmo assim, é uma jornada que garante a quem for assistir uma sequência de cenas de ação e principalmente diálogo que o diretor Yuval Adler acertou a mão, muito também graças a toda a maluquice de Nicolas Cage.  

NOTA: 3,5

Direção: Yuval Adler

Roteiro: Luke Paradise

Produção:  Allan Ungar, Alex Lebovici, Stuart Manashil e Nicolas Cage

Elenco: Nicolas Cage, Joel Kinnaman

Direção de Fotografia: Steven Holleran

Trilha Sonora: Ishai Adar

Montagem: Alan Canant

Gênero: Thriller

País: Estados Unidos

Ano: 2024

Duração: 90 min

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