quarta-feira, novembro 6, 2024
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‘A Flor do Buriti’ chega à Netflix neste domingo (3)

Dirigido por Renée Nader Messora e João Salaviza, A Flor do Buriti estreia na Netflix neste domingo, 3 de novembro, trazendo uma história de resistência do povo Krahô, no Tocantins. Exibido em mais de 100 festivais e vencedor de catorze prêmios, incluindo o prêmio de melhor elenco no Festival de Cannes, o filme apresenta a luta dos Krahô pela terra e sua resistência frente às violências que sofrem há décadas.

Um Filme Raiz sobre Resistência e Memória Coletiva

Baseado em relatos históricos e na atualidade, A Flor do Buriti se aprofunda na relação do povo Krahô com sua terra. A diretora Renée Nader Messora descreve o filme como um projeto que tenta entender como essa relação é construída e mantida. “As violências sofridas nos últimos 100 anos levaram os Krahô a um movimento de cuidado e reivindicação da terra como base de sua cultura e dignidade”, comenta a diretora.

A narrativa atravessa 80 anos, incluindo um massacre brutal em 1940, no qual dezenas de pessoas foram mortas por fazendeiros. Para Renée, filmar esse evento exigiu sensibilidade. “Era uma história que precisava ser contada, mas sem perpetuar a violência. Filmamos a partir de relatos, de uma memória compartilhada que ainda vive no imaginário da comunidade”, explica.

Uma Produção Profunda e Colaborativa

A produção do filme levou quinze meses e foi realizada em quatro aldeias diferentes na Terra Indígena Kraholândia, com uma equipe enxuta formada por indígenas e não indígenas. Messora e Salaviza seguiram uma abordagem colaborativa, construindo a narrativa com base nas histórias da comunidade. “O filme foi feito com nossos amigos na aldeia, e a narrativa foi sendo moldada conforme filmávamos, explorando memória, mitos e as muitas camadas de tempo”, destaca João Salaviza.

Reconhecimento Mundial e Prêmios em Festivais

A Flor do Buriti tem acumulado prêmios importantes, com destaque no Festival de Cannes, onde o elenco foi premiado na mostra Un Certain Regard. O filme também foi reconhecido em festivais como Munique, Lima, Mar del Plata, Festival dei Popoli, RIDM Montreal, entre outros. O sucesso internacional reforça a importância e urgência das questões indígenas, que Salaviza considera essenciais no cenário contemporâneo. “Os povos originários ocupam a contemporaneidade de forma radical, com conhecimentos ancestrais e tecnologias sofisticadas de defesa da terra”, afirma.

Direção: João Salaviza, Renée Nader Messora 

Roteiro: João Salaviza, Renée Nader Messora, Ilda Patpro Krahô, Francisco Hyjnõ Krahô, Henrique Ihjãc  Krahô 

Produção: Ricardo Alves Jr., Julia Alves 

Elenco: Ilda Patpro Krahô, Francisco Hyjnõ Krahô

Direção de Fotografia: Renée Nader Messora 

Direção de Arte: Ángeles Frinchaboy, Ilda Patpro Krahô 

Direção de Produção: Isabella Nader Messora 

Som Direto: Diogo Goltara 

Desenho de Som: Pablo Lamar 

Montagem: Edgar Feldman 

Gênero: drama

País: Brasil, Portugal 

Ano: 2023 

Duração: 124 min

A estreia de A Flor do Buriti na Netflix não só homenageia a resistência Krahô, mas também amplia a visibilidade das questões indígenas brasileiras para um público global.

Giuliano Peccilli
Giuliano Peccillihttp://www.jwave.com.br
Editor do JWave, Podcaster e Gamer nas horas vagas. Também trabalhou na Anime Do, Anime Pró, Neo Tokyo e Nintendo World.

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