quinta-feira, novembro 14, 2024
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Crítica | O novo sucessor de All Might surge em ‘My Hero Academia: Agora é a Sua Vez’

Esta semana chega aos cinemas My Hero Academia: Agora é a Sua Vez, o quarto longa-metragem da franquia. Para os fãs que acompanham a saga no animê e no mangá, a história se passa após os intensos eventos da Frente de Libertação Sobrenatural. O enredo mergulha direto no caos pós-guerra, com Midoriya e seus colegas da Classe 1-A assumindo novas missões para combater os vilões que fugiram da prisão. Porém, o que começa como mais uma batalha contra criminosos rapidamente se transforma em uma ameaça de proporções colossais, quando uma misteriosa fortaleza gigante sobrevoa o Japão e um personagem enigmático se autoproclama sucessor do “Símbolo da Paz”, All Might.

Mas vamos falar da história?

Enquanto os heróis se esforçam ao máximo para capturar perigosos bandidos, uma competição saudável entre eles surge, fazendo com que tentem prender cada vez mais inimigos. No entanto, Deku acaba encontrando uma misteriosa garota chamada Anna Scervino, que está fugindo de um bandido estranho, enquanto um mercenário tenta a todo custo atirar nos dois.

A captura de Anna introduz o grande vilão da vez, que se autointitula sucessor de All Might, adotando a mesma voz e o mesmo visual do herói original. Deku tenta desmascará-lo, mas durante a batalha, uma enorme fortaleza surge e captura todos os heróis e civis presentes.

Utilizando uma individualidade além da compreensão, a nave cria diversos ambientes em seu interior, onde os heróis precisam enfrentar desafios para encontrar esse novo e misterioso All Might. Paralelamente, as forças de segurança monitoram o aparecimento da nave, que cresce cada vez mais e continua sequestrando pessoas por onde passa, mobilizando os heróis a impedir esse avanço a todo custo.

Nesse meio tempo, o falso All Might aceita ser chamado de Dark Might, utilizando os poderes de Anna Scervino, que não apenas lhe conferem habilidades, mas também controlam tudo à sua volta. O problema é que Anna pode perder o controle ao usar seus poderes, e está em um sono profundo, controlada por Deborah Gorrini.

À medida que os heróis avançam dentro da nave, descobrimos que essa luta é contra a família Gorrini, que atacou a família Scervino, matando todos e sequestrando Anna para aumentar seu poder bélico. Giulio Gandini, servo de Anna na época e quem controlava seus poderes, quase foi morto, tendo partes de seu corpo substituídas por próteses mecânicas. Agora, como mercenário, ele acredita que a morte de Anna é a única solução para seus problemas.

Resta a Deku insistir que Giulio ainda pode voltar a sorrir e ser feliz ao lado de Anna, em uma luta que unirá todos os heróis contra a família Gorrini.

Uma curiosidade interessante: Dark Might possui a voz original de All Might, mas sua verdadeira identidade tem uma conexão com a família Gorrini e um conflito de poder dentro de sua própria casa. É através do poder de Anna que ele acredita poder se tornar o All Might que sempre desejou ser.

Opinião

É notável a mudança de tom no filme, resultado da direção de Tensai Okamura (Wolf’s Rain), que substitui Kenji Nagasaki (diretor da série e dos três filmes anteriores de My Hero Academia). Novas visões são sempre importantes, especialmente considerando a transformação pela qual a obra passou ao longo dos anos. Isso se reflete na tela com um ritmo mais tenso e dramático em comparação aos filmes anteriores, mas sem perder as famosas cenas de ação que a franquia carrega.

O roteirista Yōsuke Kuroda permanece nesta nova produção e entrega uma história que não apenas se encaixa no universo da série, mas também respeita a essência dos personagens já estabelecidos.

O destaque do filme está no confronto entre Midoriya e Dark Might, ambos profundamente ligados a All Might. A batalha não é apenas física, mas também filosófica, questionando os princípios que moldaram o mundo em que vivem. Mesmo em tempos difíceis, a reflexão sobre quem carregará o legado é inevitável.

Para os fãs de animações antigas, há alguns easter eggs bem interessantes, como Giulio Gandini pilotando uma moto vermelha semelhante à de Kaneda em Akira. Além disso, o descontrole de Anna e até mesmo a forma final de Dark Might remetem ao enredo de Tetsuo no próprio Akira, uma homenagem discreta e bem-vinda para o público mais velho.

Os novos personagens exclusivos do filme, Giulio Gandini e Anna Scervino, acrescentam uma camada interessante à narrativa. Em uma luta que nem sempre termina em morte e em que o respeito vai além da relação de chefe e subordinado, ambos enriquecem o enredo, afastando-o um pouco do mundo típico de heróis.

No que diz respeito à animação, o estúdio Bones continua a impressionar, trazendo cenas de ação e coreografias que são um verdadeiro espetáculo nas telas de cinema. Se há um ponto forte no filme, está nas sequências de tirar o fôlego.

Entretanto, nem tudo são acertos. O filme, ao explorar o confronto com a família Gorrini em duas horas, infelizmente falha em desenvolver todos os personagens, relegando-os a meros coadjuvantes. Além disso, algumas soluções, como transformar as batalhas em cenários de RPG, perdem força por não desenvolver adequadamente os vilões, o que diminui o impacto que deveriam causar.

Criar uma obra coesa em pouco tempo é um grande desafio, mas My Hero Academia já conseguiu isso antes em seus filmes anteriores, o que chama atenção para a escolha de não aproveitar melhor os personagens apresentados. Ainda assim, as incríveis cenas de ação e o desenvolvimento das individualidades são mantidos.

De modo geral, My Hero Academia: Agora é a Sua Vez entrega uma nova aventura cheia de reviravoltas, adrenalina e questionamentos sobre o que significa ser um herói na sociedade, além de destacar o peso de carregar um legado. Embora não inove, o filme diverte e cumpre seu papel de expandir o universo da obra, respeitando tudo o que já foi feito. Vale lembrar que o mangá terminou recentemente no Japão, e um dos desafios era criar uma história que não interferisse no desfecho futuro da animação.

Por fim, é importante destacar a música “Homunculus”, de Vaundy, que é extremamente viciante e ganhou uma abertura especial no início do filme. É o tipo de música que você vai procurar no YouTube ou no Spotify assim que sair do cinema.

Nota: 4 (de 5)

My Hero Academia: Agora é a Sua Vez

Classificação Indicativa: 12 anos

Título Original: My Hero Academia: You’re Next

Direção: Tensai Okamura

Roteiro: Yōsuke Kuroda

Produção: Bones

Distribuição: Toho

Baseado em: Mangá My Hero Academia, de Kōhei Horikoshi

Design de Personagens: Yoshihiko Umakoshi

Supervisão Geral e Design de Personagens Originais: Kōhei Horikoshi

Gênero: Animação, Ação, Super-heróis

País de Origem: Japão

Idioma Original: Japonês

Data de Lançamento (Japão): 2 de agosto de 2024

Data de Lançamento (Brasil): 10 de outubro de 2024

Duração: Aproximadamente 1h 45min

Agradecimentos a Sony Pictures e a Crunchyroll pelo convite

Giuliano Peccilli
Giuliano Peccillihttp://www.jwave.com.br
Editor do JWave, Podcaster e Gamer nas horas vagas. Também trabalhou na Anime Do, Anime Pró, Neo Tokyo e Nintendo World.

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