Com estreia marcada para 28 de novembro nos cinemas brasileiros, Redenção é um drama profundo e humano, dirigido por Icíar Bollaín, que se baseia na história real de Maixabel Lasa. Em 2000, seu marido, Juan María Jaúregui, foi assassinado pela organização separatista ETA. O filme mostra o impacto dessa tragédia e o inesperado processo de reconciliação que ocorre anos depois, quando um dos responsáveis pelo crime deseja encontrar Maixabel, agora preso e afastado do terrorismo. Encarando a dor e suas dúvidas, ela aceita o encontro – uma escolha que abre caminho para reflexões sobre perdão e a complexidade do trauma.
Reconhecimento e Premiações
Recebendo nada menos que 14 indicações ao Prêmio Goya, Redenção foi amplamente aclamado pela crítica. Blanca Portillo, que interpreta Maixabel, ganhou o troféu de Melhor Atriz Protagonista. Reconhecida anteriormente em Cannes por seu papel em Volver, de Pedro Almodóvar, Portillo traz uma intensidade notável ao filme. Além das indicações no Goya, o filme teve destaque no Festival Internacional de Cinema de San Sebastián, onde concorreu à Concha de Ouro, e foi nomeado como Melhor Filme no Festival Internacional de Cinema de Chicago.
A Perspectiva de Icíar Bollaín
Diretora experiente, Icíar Bollaín é conhecida por abordar questões humanas com profundidade. Em Redenção, ela explora as Reuniões Restaurativas de 2011, encontros organizados entre vítimas e ex-membros da ETA, como uma tentativa de se construir um espaço de reparação. Maixabel, que também atuou no apoio a vítimas de terrorismo, desempenhou um papel importante nesses encontros. Para Bollaín, o filme é uma oportunidade de mostrar a intensidade dessas trocas, onde as vítimas têm voz e os agressores enfrentam suas escolhas, mergulhando em um processo de compreensão mútua e de busca de alguma forma de paz.
Produção e Envolvimento Basco
O filme é uma produção da Kowalski Films, conhecida por suas obras focadas em temas de impacto e que combinam produções comerciais e projetos autorais. A Feelgood Films também contribuiu para o projeto, trazendo a visão dos produtores Juana Macías, Guillermo Sempere e Juan Moreno, que compartilham o desejo de produzir filmes envolventes e bem executados.
A Trajetória de Icíar Bollaín no Cinema
Com uma carreira iniciada aos 15 anos como atriz em O Sul (1983), de Víctor Erice, Bollaín passou a se destacar como diretora. Ela fundou a Producciones La Iguana em 1991 e dirigiu sucessos como Oi, Estás Sozinha? (1995) e Te Darei Meus Olhos (2003), que lhe renderam prêmios de Melhor Direção e Melhor Roteiro no Goya. Em Redenção, Bollaín confirma sua habilidade em dar vida a histórias carregadas de emoção e complexidade.
Um Convite à Reflexão
Redenção vai além do drama; é um convite a refletir sobre as várias dimensões do perdão e da reparação. Em uma época em que o diálogo e a empatia são cada vez mais necessários, o filme destaca o impacto de enfrentar o passado e revela o poder transformador de conversas autênticas e corajosas.
Ficha técnica
Direção: Icíar Bollaín
Roteiro: Isa Campo e Icíar Bollaín
Direção de fotografia: Javier Agirre
Trilha sonora: Alberto Iglesias
Direção de arte: Mikel Serrano
Edição: Nacho Ruiz Capillas
Direção de som: Alazne Ameztoy
Design de som: Juan Ferro
Figurino: Clara Bilbao
Maquiagem: Karmele Soler
Cabelo: Sergio Pérez
Efeitos especiais: Ana Rubio
Produção: Guadalupe Balaguer Trelles
Produção executiva: Koldo Zuazua, Juan Moreno, Guillermo Sempere e Guadalupe Balaguer Trelles