Chegando aos cinemas brasileiros, Sting – Aranha Assassina não tem medo do esdrúxulo, ao apresentar uma menina chamada Charlotte (Alyla Browne), de 12 anos, que encontra uma estranha aranha e decide adotá-la como animal de estimação.
Ecoando referências que vão de Alien a Gremlins, Sting – Aranha Assassina brinca com a ideia simples de uma aranha vinda do espaço (em uma origem bem estilo Venom) e suas consequências aqui na Terra.
E a história?
Uma nevasca ocorre em Nova York, e os habitantes ficam presos em seus apartamentos, enquanto uma senhora liga para dedetizadores devido a estranhos barulhos na tubulação. O que poderia ser ratos, acaba sendo um corpo de outro dedetizador encontrado por um dos profissionais, enquanto percebemos que a senhora tem Alzheimer e não percebe que está vivendo um ciclo de ligações para diferentes empresas. A história então retrocede quatro dias para entender o que aconteceu naquele estranho prédio.
É assim que conhecemos Charlotte, que vive com sua mãe, Heather (Penelope Mitchell), seu padrasto, Ethan (Ryan Corr), e seu irmão mais novo, Ryan (Kade Berry). No mesmo prédio, moram também sua avó, Helga (Noni Hazlehurst), e sua tia-avó, Gunter (Robyn Nevin). Além deles, estão o cientista Erik (Danny Kim) e Maria (Silvia Colloca).
O prédio é antigo, e Charlotte explora as tubulações, o que a leva a fazer visitas surpresas ao apartamento de sua avó, Helga. Em um quarto com uma casa de bonecas, ela encontra uma pequena aranha, sem saber que ela veio do espaço. Diferente de outras garotas, Charlotte gosta do exótico e leva a aranha para casa, sem chamar a atenção de sua avó.
Com o passar dos dias, Charlotte vai criando afeições pela aranha, que estranhamente possui cordas vocais e imita sons próximos. A aranha, que cresce rapidamente, faz Charlotte caçar cada vez mais baratas para alimentá-la, e ela a batiza de Sting, em referência à espada de Bilbo e Frodo em O Senhor dos Anéis.
Seu padrasto, Ethan, tenta terminar uma história em quadrinhos e pede conselhos a Charlotte. Em crise criativa, Ethan também é o síndico do prédio e precisa lidar com a nevasca em Nova York.
Quanto maior a aranha, mais Charlotte procura ajuda de Erik, que, sendo cientista, tem diversos aquários em casa. Assustado com o tamanho e o rápido crescimento da aranha, Erik revela a presença do animal para Ethan, o que não impede a fuga de Sting pela tubulação, gerando caos.
E assim, Sting começa a fazer suas vítimas. Primeiro ataca animais, como o papagaio no apartamento de Helga, seguido de sua tia-avó Gunter. Tentando entender o que está acontecendo e incrédulos de que uma aranha poderia realmente ser a causadora disso, descobrem que até Erik foi morto em seu apartamento, além de Maria, que foi deixada como uma “colmeia”.
Cada vez mais faminta, Sting deixa de ser amiga de Charlotte e ataca Ethan e Heather, forçando-a a pensar rápido para escapar do caos generalizado.
Opinião
Divertido e genial, Sting – Aranha Assassina oferece um roteiro extremamente criativo, livre de amarras de responsabilidade. Abraçando as características de personagens típicos dos anos 80, o filme encanta e faz com que você queira descobrir mais a cada cena.
Com uma personagem mirim digna de Ellen Ripley (Sigourney Weaver), Sting – Aranha Assassina reverencia Alien pela forma como seu personagem cresce em cena e como ataca suas vítimas. Além disso, sua simpatia inicial lembra Gremlins, mostrando uma linha tênue entre o bonzinho e o mal.
É fato que, ao mostrar uma aranha vinda do espaço, você não precisa trazer a lógica consigo, apenas abraçar a visão do diretor sobre o quão absurdo ele quer apresentar sua história.
O filme entrega personagens bem caricatos, o que talvez facilite a aceitação deles sem grandes delongas, como Maria, que é uma mãe solteira “latina”. Embora isso não seja falado explicitamente, fica claro que algo muito grande aconteceu com a família dela. Sua morte, ao lado da aranha entrando dentro dela, é mais uma referência a Alien.
Outro ponto positivo é que o filme nos faz esperar que o protagonista seja Ethan, mas, ao colocar a responsabilidade nas mãos de Charlotte, surpreende, pois, apesar de Ethan atuar em pontos cruciais, é sua filha adolescente que o salva de diversos momentos do filme.
Agora, se podemos tirar o chapéu para alguém, é para a personagem Helga. Com Alzheimer, ela entrega uma performance misteriosa e consegue sobreviver por algo tão ligado aos costumes antigos. E é justamente esse fator que torna a obra ainda mais genial, com Charlotte se tornando uma verdadeira heroína até o fim do filme.
Com uma história encantadora, Sting – Aranha Assassina é uma obra caricata, mas que funciona muito bem nos cinemas. Numa mistura de terror e comédia, é digno de um clássico da “Sessão da Tarde”, e você sai do cinema querendo logo uma continuação.
E, sobre isso, é importante mencionar que o filme tem uma cena pós-créditos, sugerindo que talvez Sting – Aranha Assassina não acabe por aqui.
Por fim, Sting – Aranha Assassina não é um filme para se levar a sério e, em nenhum momento, tenta ser. Apenas é divertido, assustando em momentos pontuais, e mostra que estamos carentes de filmes com esse estilo dos anos 80.
Nota: 4,5 de 5
Sting: Aranha Assassina
Título Original: Sting
Gênero: Terror
Duração: 1h 32min
Lançamento: 5 de dezembro de 2024
Direção e Roteiro: Kiah Roache-Turner
Elenco: Noni Hazlehurst, Jermaine Fowler e Alyla Browne
Distribuição: Diamond Filmes
Agradecimentos a Diamond Films pelo convite para produção deste conteúdo.