Maria Callas, uma das figuras mais emblemáticas e influentes da história da música, ganha vida na tela grande com a nova obra do diretor Pablo Larraín. Interpretada por Angelina Jolie, a cantora lendária é o foco do filme que estreia nos cinemas brasileiros em 16 de janeiro, trazendo uma visão intimista dos últimos anos de sua vida.
A Trajetória de Uma Diva
Maria Callas nasceu em 1923, em Nova York, filha de pais gregos, e cresceu na Grécia, onde iniciou seus estudos de música no Conservatório de Atenas. Sua carreira decolou ainda jovem, com apenas 17 anos, quando fez sua estreia profissional. Em 1943, com a apresentação de Tosca, de Puccini, ela conquistou o público e passou a ser reconhecida como uma das maiores vozes da ópera.
Durante as décadas de 1950 e 1960, Callas se apresentou nos mais prestigiosos palcos do mundo. Conhecida como “La Callas” ou “A Divina”, ela impressionava pelo controle técnico e pela paixão com que transmitia cada emoção em suas performances. Sua voz poderosa e única conquistou uma legião de fãs e a colocou no topo da ópera internacional.
Conflitos e Desafios Profissionais
Apesar do sucesso, a carreira de Callas não foi isenta de dificuldades. Sua postura autoconfiante e exigente frequentemente causava atritos com colegas e diretores. Um exemplo disso foi sua decisão de recusar papéis coadjuvantes no Metropolitan Opera House de Nova York e, em vez disso, seguir para a Itália, onde brilhou no Teatro La Fenice de Veneza. A ousadia de suas escolhas profissionais a tornava uma figura controversa, mas também garantia sua ascensão contínua.
Nos Estados Unidos, Callas fez sua estreia em 1954, com uma performance memorável em Norma na Ópera Lírica de Chicago. No entanto, com o tempo, problemas vocais começaram a afetar suas apresentações. Seu soprano, uma das especialidades mais valorizadas da época, não estava mais no auge, o que a forçou a se afastar das grandes produções de ópera no final dos anos 1960.
O Legado de Uma Vida Intensa
Maria Callas se aposentou oficialmente da ópera em 1965, mas não deixou os palcos completamente. Ela ainda se envolveu em alguns projetos, como o filme Medea, de Pasolini, e deu aulas na Juilliard School, em Nova York. Sua vida pessoal, marcada por relacionamentos tumultuados, incluindo o famoso affair com o magnata Aristotle Onassis, também era frequentemente destaque na mídia, transformando-a em um ícone da moda e da cultura pop.
Nos anos 70, Callas se mudou para Paris, onde enfrentou problemas de saúde e refletia sobre sua carreira e legado. Ela faleceu em 1977, aos 53 anos, devido a um ataque cardíaco, mas sua voz e sua presença continuam vivas até hoje. Considerada uma das maiores cantoras de todos os tempos, sua contribuição à música clássica e à cultura mundial permanece indiscutível.
Maria Callas no Cinema
O filme de Pablo Larraín, que foca nos últimos anos de vida de Callas, traz à tona a vulnerabilidade e as inseguranças da cantora em um período delicado de sua vida. Ambientado em Paris, na década de 1970, a produção mostra uma artista em luto pela aposentadoria, lidando com as consequências da fama e da perda de sua voz. Angelina Jolie, no papel principal, entrega uma performance aclamada pela crítica, acompanhada por um elenco de peso, incluindo Kodi Smit-McPhee e Alba Rohrwacher.
Com a estreia nacional em 16 de janeiro, o filme oferece uma nova perspectiva sobre a vida de Maria Callas, retratando não apenas sua carreira brilhante, mas também seus momentos mais íntimos e os dilemas que marcaram seu legado.