segunda-feira, janeiro 13, 2025
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Crítica | Um pouco de Sadako, um toque de Frieren e muito Isekai: ZENSHU é viciante

Se alguém me dissesse que existe um anime isekai estrelando uma diretora com o visual da Sadako e a sabedoria de Frieren, eu provavelmente não acreditaria. Mas é exatamente isso que podemos dizer sobre ZENSHU. Com uma produção original e um deslumbre visual que rouba os holofotes da temporada, o anime tenta reinventar o gênero ao colocar uma diretora de animação perdida dentro de um anime de sua infância.

Assim começa a temporada de animes na Crunchyroll com o simulcast dublado de ZENSHU, produzido pelo estúdio MAPPA — o mesmo responsável por sucessos como Chainsaw Man, Jujutsu Kaisen e, mais recentemente, Ranma ½.

Vamos à história?

©ZENSHU/MAPPA

Conhecemos Natsuko Hirose, uma prodígio do mercado de animação. Ela começou cedo, saindo direto da escola para o estúdio, onde foi crescendo na profissão, passando por animação, storyboard, até se tornar uma diretora de sucesso.

Reservada e introspectiva, Natsuko usa um cabelo longo que cobre o rosto, num estilo “Sadako”. Depois de triunfar em seu último projeto, ela está focada em seu primeiro filme original, Hatsukoi – Primeiro Amor. Porém, entre atrasos e pressões do estúdio, o clima é tenso.

Apesar disso, todos reconhecem o talento de Natsuko e o quanto ela gosta de se isolar e tomar o controle total dos projetos. Ainda assim, sua busca pela perfeição a faz assumir mais do que deveria, o que só aumenta o peso sobre seus ombros.

Nos poucos momentos de folga, ela relaxa assistindo Contos de Destruição (A Tale of Perishing), um anime fracassado da sua infância que ela adora. Tanto que, em meio aos devaneios, até imaginou uma versão live-action estrelada por um ator de Kamen Rider.

De volta ao estúdio, a correria é interrompida por um susto: ela testemunha uma colega diretora morrer por intoxicação alimentar. No entanto, Natsuko também come uma marmita de mariscos vencida e acaba desmaiando…

Não estamos mais em Kansas

Luke Braveheart ©ZENSHU/MAPPA

Ao acordar, Natsuko descobre que não está mais no estúdio. Ela se encontra cara a cara com monstros saídos diretamente de Contos de Destruição. Resgatada por Luke Braveheart e sua equipe, ela logo percebe que está em um mundo de fantasia.

Seu vício no anime foi tão grande que ela sabe de cor as falas de todos os personagens, o que a faz acreditar que pode reescrever a história daquele mundo.

A grande sacada de ZENSHU é que Natsuko não chegou ao isekai de mãos vazias. No maior estilo garota mágica, ela consegue evocar sua mesa de trabalho e usar desenhos para criar ferramentas que ajudam na batalha dos Nove Guerreiros.

A equipe inclui Unio, um unicórnio temperamental; Memmeln, uma elfa; e QJ, um robô que auxilia nas missões. Luke, o líder, inicialmente não aceita a ajuda de Natsuko, especialmente por causa do visual dela, com o cabelo cobrindo o rosto. Unio também não facilita, zombando dela sempre que pode.

Por outro lado, o uso dos “poderes” de Natsuko a deixa exausta, a ponto de ela dormir por três dias seguidos. Durante esse tempo, Luke acaba cuidando dela e, aos poucos, se torna mais compreensivo. Ao explicar sobre o exército do Vazio, que ameaça atacar a vila, ele finalmente começa a confiar em Natsuko, que acredita saber de onde virá o próximo ataque.

Ainda confusa sobre como consegue evocar sua mesa e reescrever a história de Contos de Destruição, Natsuko está determinada a salvar seu anime de infância e, quem sabe, torná-lo um sucesso. Mas como fica sua vida antiga como diretora de animação?

Por que assistir?

Unio ©ZENSHU/MAPPA

ZENSHU encanta com sua trama original, misturando um isekai de clima medieval com uma dose de metalinguagem, ao colocar uma protagonista que entende profundamente os bastidores de um estúdio de animação.

A personagem principal é intrigante e, ao longo da história, vamos descobrindo como sua personalidade única molda as situações que ela enfrenta.

Na trilha sonora, ZENSHU traz a banda BAND-MAID com a abertura “Zen” — um rock japonês de alta qualidade, com direito a videoclipe que faz alusão ao anime, incluindo uma versão live-action de Natsuko. O encerramento, “Rest in Peace”, interpretado por Sou, também segue na pegada rock, desta vez focando em Luke e o mundo de fantasia.

No geral, ZENSHU é uma grata surpresa. Com uma protagonista que conhece o futuro, o charme está em vê-la tentando reescrever a história e encontrar uma saída sã e salva.

Nota: 4,5 (de 5)

ZENSHU

Streaming: Crunchyroll, Estreia: 5 de janeiro de 2025

Equipe de Produção: Direção: Mitsue Yamazaki, Roteiro: Kimiko Ueno, Design de Personagens: Yoshiteru Tsujino, Kayoko Ishikawa, Direção de Arte: Akio Shimada, Música: Yukari Hashimoto, Estúdio: MAPPA

Trilha Sonora: Abertura: “Zen” por BAND-MAID, Encerramento: “Rest in Peace” por Sou

Elenco de Voz (Japão): Anna Nagase, Kazuki Ura, Rie Kugimiya, Minori Suzuki, Akio Suyama, Romi Park, Manaka Iwami, Kentaro Tone, Masashi Yamane, Katsuhisa Hoki, Sayaka Ohara

Agradecimentos a Crunchyroll pelo acesso para produção deste conteúdo.

Giuliano Peccilli
Giuliano Peccillihttp://www.jwave.com.br
Editor do JWave, Podcaster e Gamer nas horas vagas. Também trabalhou na Anime Do, Anime Pró, Neo Tokyo e Nintendo World.

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